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Marco Marques .
Esta e parte que não entendo .
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Porto Alegre .
Rio Grande do Sul Brasil .
15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
G1 globo.com
As lições da França para o Brasil
Quem dissesse, 15 meses atrás, que Emmanuel Macron (foto) seria o próximo presidente da França, eleito por dois terços dos votos e comandando uma maioria de dois terços na Assembleia Nacional, seria tachado no mínimo de delirante.
Na ocasião, Macron era um ministro da Economia liberal, que perdia espaço no governo socialista de François Hollande. Saíra tão desgastado das reformas econômicas que levaram seu nome em 2015, que aceitou um papel secundário na nova tentativa de reforma trabalhista no início de 2016, comandada pela então ministra do Trabalho.
Macron defendia a necessidade de enxugar o Estado francês, de promover reformas nas leis trabalhistas, na Previdência, privatizar e desregular setores inteiros da economia, a exemplo do que Margaret Thatcher fizera no Reino Unido nos anos 1980. Mas o estatismo atávico de sindicatos, da sociedade e da classe política francesa resistia.
A popularidade de Hollande naufragava, e as apostas para derrotá-lo em 2017 se dividiam entre dois nomes: o ex-premiê Alain Juppé, e a nacional-populista Marine Le Pen. Isolado no governo, Macron decidiu fundar no início de abril seu movimento En Marche! (Avante!), embrião do partido La République en Marche, consagrado ontem nas urnas.
Nestes 15 meses, o Reino Unido decidiu abandonar a União Europeia (UE), e Donald Trump passou de azarão nas primárias a presidente da nação mais poderosa do planeta. É na França, contudo, que estão as lições mais valiosas para as eleições previstas para daqui a 15 meses no Brasil.
A primeira lição é óbvia: não adianta, a esta altura, especular sobre nomes. Como Macron, é perfeitamente possível que nosso próximo presidente seja alguém que hoje nem cogitemos ou cujas chances sejam dadas como ínfimas em todas as pesquisas. Não necessariamente alguém de fora da política, mas talvez hoje fora do radar.
Segunda lição: numa sociedade em que políticos ligados a partidos tradicionais estão queimados (aqui, pela Operação Lava Jato), há chance concreta de renovação. Na Assembleia Nacional que saiu ontem das urnas na França, apenas 145 dos 577 deputados foram reeleitos. Dos novos, 204 jamais haviam sido eleitos para nada. Há 39 com menos de 30 anos, 145 entre 30 e 40 anos, outros 174, entre 40 e 50. Pela primeira vez, quase 40% (224) serão mulheres. O responsável pela renovação é o movimento criado por Macron.
Terceira lição: num ambiente de incerteza, propostas extremistas ou populistas tendem a crescer, mas não são necessariamente favoritas. Os dois partidos franceses no extremo do espectro ideologógico – à esquerda, a França Insubmissa (FI), de Jean-Luc Mélenchon; à direita, a Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen – saíram das urnas com 17 e 8 deputados, respectivamente. Tamanho compatível com o de minorias extremistas ao longo da história.
Havia enorme expectativa em torno do desempenho de Marine, depois do Brexit, de Trump e, sobretudo, depois de ela tentar “desdemonizar” a imagem de seu partido, associada à xenofobia, ao racismo e ao antissemitismo. Marine obteve a maior marca de votos da FN no segundo turno da eleição presidencial (10,6 milhões, ou 33,9%). Nas legislativas, contudo, a FN ficou aquém da média desde 1986 (10,8%), com menos de 9% dos votos.
Os oito deputados são o maior patamar que o partido já alcançou. Ainda assim, é um resultado pífio para quem pretendia comandar a oposição. O sucesso da FN continuou restrito a bastiões tradicionais no Sul da França e, agora, a regiões do Nordeste como o Pas-de-Calais (onde Marine foi eleita), atingido pela desindustrialização e pela perda de empregos, resultantes da globalização.
Os perdedores da globalização, ressentidos com a UE, pessimistas diante da hesitação dos socialistas e descrentes de propostas liberais, também aderiram na última hora à proposta populista da FI, de Melenchon. Mas, mesmo aliada aos comunistas, a extrema-esquerda terá apenas 27 cadeiras na Assembleia.
O maior vitorioso, ainda que tenha ficado aquém das previsões otimistas da semana passada, é Macron. Seu partido, sozinho, terá 310 cadeiras. Com o apoio recebido de outras agremiações, ele comandará uma maioria de 378 deputados, mais que suficiente para aprovar qualquer projeto de reforma liberal.
Está aí, enfim, a lição mais importante para o Brasil. A democracia pode apresentar resultados supreendentes e pregar peças naqueles que acreditam nela como uma marcha racional na direção do progresso. Mas a surpresa também pode ser positiva.
Macron fez o diagnóstico correto sobre a raiz dos problemas franceses: ela não está fora, mas dentro do país. Não está na burocracia da UE ou nos imigrantes (por mais que possa haver problemas aí também) , mas no Estado obeso, que consome 53% do PIB em impostos, nas leis trabalhistas anacrônicas, numa Previdência kafkiana e na visão pachorrenta que emperra a inovação. Ele quer transformar a França numa “nação start-up”.
Não é um desafio simples. As dificuldades prometem ser inúmeras, a começar pelas tensões intrínsecas na sociedade francesa e nos rumos da integração com a UE. Mas dois passos essenciais já foram dados: o diagnóstico e a obtenção de um mandato popular inequívoco para pôr o programa – com o perdão do trocadilho – em marcha.
Não é preciso muito esforço para entender a semelhança entre os problemas econômicos da França e do Brasil. Aqui temos uma agravante: a crise política, com a sensação de que a corrupção tomou conta de todas as áreas da vida pública. Populistas à esquerda e à direita apostam na desilusão e no caos para chegar ao poder em 2018. O exemplo de Macron mostra que as propostas sensatas – que combatam problemas reais, não inimigos imaginários – ainda têm chance numa democracia. A oportunidade está aberta.
Na ocasião, Macron era um ministro da Economia liberal, que perdia espaço no governo socialista de François Hollande. Saíra tão desgastado das reformas econômicas que levaram seu nome em 2015, que aceitou um papel secundário na nova tentativa de reforma trabalhista no início de 2016, comandada pela então ministra do Trabalho.
Macron defendia a necessidade de enxugar o Estado francês, de promover reformas nas leis trabalhistas, na Previdência, privatizar e desregular setores inteiros da economia, a exemplo do que Margaret Thatcher fizera no Reino Unido nos anos 1980. Mas o estatismo atávico de sindicatos, da sociedade e da classe política francesa resistia.
A popularidade de Hollande naufragava, e as apostas para derrotá-lo em 2017 se dividiam entre dois nomes: o ex-premiê Alain Juppé, e a nacional-populista Marine Le Pen. Isolado no governo, Macron decidiu fundar no início de abril seu movimento En Marche! (Avante!), embrião do partido La République en Marche, consagrado ontem nas urnas.
Nestes 15 meses, o Reino Unido decidiu abandonar a União Europeia (UE), e Donald Trump passou de azarão nas primárias a presidente da nação mais poderosa do planeta. É na França, contudo, que estão as lições mais valiosas para as eleições previstas para daqui a 15 meses no Brasil.
A primeira lição é óbvia: não adianta, a esta altura, especular sobre nomes. Como Macron, é perfeitamente possível que nosso próximo presidente seja alguém que hoje nem cogitemos ou cujas chances sejam dadas como ínfimas em todas as pesquisas. Não necessariamente alguém de fora da política, mas talvez hoje fora do radar.
Segunda lição: numa sociedade em que políticos ligados a partidos tradicionais estão queimados (aqui, pela Operação Lava Jato), há chance concreta de renovação. Na Assembleia Nacional que saiu ontem das urnas na França, apenas 145 dos 577 deputados foram reeleitos. Dos novos, 204 jamais haviam sido eleitos para nada. Há 39 com menos de 30 anos, 145 entre 30 e 40 anos, outros 174, entre 40 e 50. Pela primeira vez, quase 40% (224) serão mulheres. O responsável pela renovação é o movimento criado por Macron.
Terceira lição: num ambiente de incerteza, propostas extremistas ou populistas tendem a crescer, mas não são necessariamente favoritas. Os dois partidos franceses no extremo do espectro ideologógico – à esquerda, a França Insubmissa (FI), de Jean-Luc Mélenchon; à direita, a Frente Nacional (FN), de Marine Le Pen – saíram das urnas com 17 e 8 deputados, respectivamente. Tamanho compatível com o de minorias extremistas ao longo da história.
Havia enorme expectativa em torno do desempenho de Marine, depois do Brexit, de Trump e, sobretudo, depois de ela tentar “desdemonizar” a imagem de seu partido, associada à xenofobia, ao racismo e ao antissemitismo. Marine obteve a maior marca de votos da FN no segundo turno da eleição presidencial (10,6 milhões, ou 33,9%). Nas legislativas, contudo, a FN ficou aquém da média desde 1986 (10,8%), com menos de 9% dos votos.
Os oito deputados são o maior patamar que o partido já alcançou. Ainda assim, é um resultado pífio para quem pretendia comandar a oposição. O sucesso da FN continuou restrito a bastiões tradicionais no Sul da França e, agora, a regiões do Nordeste como o Pas-de-Calais (onde Marine foi eleita), atingido pela desindustrialização e pela perda de empregos, resultantes da globalização.
Os perdedores da globalização, ressentidos com a UE, pessimistas diante da hesitação dos socialistas e descrentes de propostas liberais, também aderiram na última hora à proposta populista da FI, de Melenchon. Mas, mesmo aliada aos comunistas, a extrema-esquerda terá apenas 27 cadeiras na Assembleia.
O maior vitorioso, ainda que tenha ficado aquém das previsões otimistas da semana passada, é Macron. Seu partido, sozinho, terá 310 cadeiras. Com o apoio recebido de outras agremiações, ele comandará uma maioria de 378 deputados, mais que suficiente para aprovar qualquer projeto de reforma liberal.
Está aí, enfim, a lição mais importante para o Brasil. A democracia pode apresentar resultados supreendentes e pregar peças naqueles que acreditam nela como uma marcha racional na direção do progresso. Mas a surpresa também pode ser positiva.
Macron fez o diagnóstico correto sobre a raiz dos problemas franceses: ela não está fora, mas dentro do país. Não está na burocracia da UE ou nos imigrantes (por mais que possa haver problemas aí também) , mas no Estado obeso, que consome 53% do PIB em impostos, nas leis trabalhistas anacrônicas, numa Previdência kafkiana e na visão pachorrenta que emperra a inovação. Ele quer transformar a França numa “nação start-up”.
Não é um desafio simples. As dificuldades prometem ser inúmeras, a começar pelas tensões intrínsecas na sociedade francesa e nos rumos da integração com a UE. Mas dois passos essenciais já foram dados: o diagnóstico e a obtenção de um mandato popular inequívoco para pôr o programa – com o perdão do trocadilho – em marcha.
Não é preciso muito esforço para entender a semelhança entre os problemas econômicos da França e do Brasil. Aqui temos uma agravante: a crise política, com a sensação de que a corrupção tomou conta de todas as áreas da vida pública. Populistas à esquerda e à direita apostam na desilusão e no caos para chegar ao poder em 2018. O exemplo de Macron mostra que as propostas sensatas – que combatam problemas reais, não inimigos imaginários – ainda têm chance numa democracia. A oportunidade está aberta.
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