quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Projeto EAS por um futuro melhor e sustentável ...

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Época Negócios

25 de outubro de 2013
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12/05/2013 - POR ESTADÃO CONTEÚDO

CUSTO DA USINA DE BELO MONTE JÁ SUPERA OS R$ 30 BILHÕES

O PREÇO INICIAL DA HIDRELÉTRICA FOI AVALIADO EM R$ 16BILHÕES

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Belo Monte (Foto: Divulgação)
A Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, foi orçada em R$ 16 bilhões, leiloada por R$ 19 bilhões e financiada por R$ 28 bilhões. Quase dois anos depois do início das obras, o valor não para de subir. Já supera R$ 30 bilhões e pode aumentar ainda mais com as dificuldades para levar a construção adiante.
Com a sequência de paralisações provocadas por índios e trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada. Se continuar nesse ritmo, além dos investimentos aumentarem, a concessionária poderá perder R$ 4 bilhões em receita.
O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos já apontam um retorno real de 6,5% ao ano.
A Norte Energia, concessionária responsável pela construção da usina de 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, evita falar de indicadores financeiros e afirma apenas que os valores (de R$ 25 bilhões) foram corrigidos para R$ 28,9 bilhões.
Leiloada em abril de 2010, a usina foi arrematada por um grupo de empresas reunidas pelo governo para que a disputa tivesse concorrência. Desde então, o projeto tem sido pressionado por uma série de fatores em áreas distintas. A montagem eletromecânica dos equipamentos, por exemplo, até hoje não foi contratada, e um dos motivos seria a elevação dos preços dos serviços, de R$ 1 bilhão para cerca de R$ 1,6 bilhão. Custos ambientais e gastos administrativos também estão bem acima das previsões iniciais.
Junta-se a essa lista as despesas indiretas com mão de obra, como cesta básica e tempo para visitar a família. Dados do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) mostram que, em apenas um ano e meio, o valor da cesta básica dos trabalhadores de Belo Monte subiu 110% e o intervalo entre as visitas das famílias, pagas pela empresa, recuou de 180 dias para 90 dias.
Vale destacar que a obra tem 22 mil trabalhadores, e a maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios - mesmo que pequena - tem impacto relevante no orçamento.
As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e greves também são fatores que explicam o aumento dos custos. Até quinta-feira, cerca de 7 mil trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no local. A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica, foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram a atrasar o cronograma em cerca de um ano.
Aceleração
Recuperar o tempo perdido exigiria um programa de aceleração das obras e significaria elevar os custos de mão de obra, dobrar turnos ou contratar mais gente. Ainda assim, afirmam executivos que trabalham na obra, não é certeza de que a hidrelétrica seja entregue no prazo estabelecido. Desde a década de 70, quando os primeiros estudos começaram a ser feitos, Belo Monte é motivo de polêmica.
Pela dimensão do investimento e sua visibilidade no mundo inteiro por causa das questões ambientais, o projeto é alvo de reivindicações e protestos - e ninguém duvida que novas greves e invasões vão ocorrer até o fim da obra. Pelo cronograma original, as operações da usina devem começar em dezembro de 2014. Hoje, porém, apenas 30% das obras civis estão concluídas.
(As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)


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    segunda-feira, 28 de outubro de 2013

    Projeto EAS por um futuro melhor e sustentável ...

    Vamos preservar a Amazônia chega de destruição das nossas florestas ...

    Amazônia tem 16 mil espécies de árvores, mas cerca de 200 predominam
    Hugo Mogollón* - 25/10/13

    web MRBR-1Estudo revela que existem grupos de espécies hiperdominantes como as palmeiras. Crédito: Martín Bustamante
    Especialistas de 120 organizações ao redor do mundo, vários deles equatorianos, fornecem novas respostas para duas das questões discutidas longamente sobre a biodiversidade amazônica: quantas árvores existem em toda a Amazônia e quantas espécies coexistem nesta região. O estudo foi publicado no último dia 17 de outubro, na revista Science.
    Este artigo inédito estuda dados a partir da grande bacia amazônica, que inclui a própria Amazônia (incluindo partes do Equador, Peru, Colômbia e Brasil) e o escudo chamado Guianense (Guiana, Suriname e Guiana Francesa), que juntos cobrem uma superfície que corresponde ao total do território continental dos Estados Unidos. A vastidão da área havia sido o principal impedimento para a realização de estudos para entender os processos ecológicos e, assim, realizar esforços para conservar a região.
    Nigel Pitman, pesquisador associado do Field Museum de Chicago e coautor do artigo, destaca a importância do estudo. "Em essência, isto significa que a maior fonte de carbono nos trópicos tem sido uma caixa-preta tanto para os ecólogos e para ambientalistas que não têm ideia de quantas espécies de árvores estão realmente em extinção".
    O estudo analisou dados coletados a partir de 1.430 inventários florestais nos principais tipos de habitats que são encontrados na Amazônia, com o objetivo de obter, pela primeira vez, estimativas sobre a abundância, frequência e distribuição espacial de milhares de espécies de árvores amazônicas.
    mapa-inventario-MediumMapa de localização dos 1.430 inventários florestais incluídos neste estudo. O polígono tem uma superfície similar a toda a área continental dos Estados Unidos. Crédito: Amazon Tree Diversity Network
    Hans ter Steege, pesquisador do Centro de Biodiversidade "Naturalis" e principal autor do estudo, estima que existem 16.000 espécies de árvores na Amazônia, mas 227 destas espécies são tão abundantes que representam 50% de todas as árvores no território. "Este número é bem menor do que antes havíamos antecipado, e realmente ajuda a simplificar nosso trabalho", explica o pesquisador.
    "Nós denominamos este pequeno grupo de espécies como hiperdominantes", diz Ken Feeley, professor de biologia na Universidade Internacional da Flórida e pesquisador do Jardim Botânico Fairchild, especializado em plantas tropicais. Ele argumenta que "devido à presença das espécies hiperdominantes, algum dia poderemos ter uma melhor compreensão dos processos ecológicos que ocorrem na Amazônia e como eles serão afetados ou não, no futuro, em função das mudanças climáticas". Feeley também acredita que os posteriores esforços de investigação na Amazônia poderiam estar focados neste grupo de espécies. "Uma vez compreendidos os processos ecológicos destas espécies teremos a metade das peças do quebra-cabeça", diz.
    O estudo contou com a participação de vários pesquisadores equatorianos. Um deles, Juan Guevara, ecólogo evolutivo da Universidade de Berkeley, considera que os resultados abrem novas questões. "Desde a perspectiva evolutiva os resultados de nosso estudo levantam novas perguntas sobre as relações filogenéticas (relações evolutivas) das espécies hiperdominantes. Dentro deste grupo, as palmeiras aparecem como o que mais número de espécies tem. O porquê, é uma dúvida que nos chama para fazer mais estudos no futuro", explica.
    Encontramos 227 espécies hiperdominantes que são tão comuns que em conjunto representam a metade de todas as árvores da Amazônia, enquanto as 11.000 espécies mais raras são unicamente 0,12% das árvores.
     
    Hans ter Steege
    Os especialistas destacam que os dados não necessariamente revelam as causas pelas que este grupo de 227 espécies domina em larga escala a floresta amazônica. Entre as possíveis explicações, os autores sugerem que as árvores hiperdominantes talvez sejam comuns porque os povos indígenas que habitavam a região antes da chegada dos espanhóis as cultivavam extensivamente. Porém, esta hipótese é motivo de intenso debate.
    foto-selvaVista panorâmica da Amazônia equatoriana. Crédito: Hugo Mogollón.
    Em contraste com a presença das espécies hiperdominantes, quase 6.000 espécies têm populações de menos de 1.000 indivíduos em toda a região. Esta baixa densidade serviria para que as espécies fossem catalogadas sob algum tipo de ameaça ou em perigo de extinção, de acordo com os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).
    Lamentavelmente, muitas destas espécies são tão raras que os científicos quase nunca as encontram. "Se levamos em conta que o número estimado de árvores em toda a Amazônia é de 400 bilhões, a probabilidade de encontrar uma destas espécies é de 1 em 400 milhões, infinitamente baixa", diz Guevara.
    Dados contundentes como os que apresenta este estudo são ferramentas úteis para propor estratégias de conservação em toda a Amazônia. O elevado número de espécies de árvores ameaçadas que é mostrado deve ser seriamente considerado na tomada de decisões dos governos dos países amazônicos como o Equador, mais ainda levando em conta que grande parte dos dados usados no estudo vem de áreas sensíveis da Amazônia equatoriana, incluindo o Parque Nacional Yasuní, amplamente ameaçado por projetos de infraestrutura.
    Apesar da descoberta deste grupo de espécies hiperdominantes fornecer pistas e maior informação para entender os padrões de diversidade na Amazônia, é possível que o papel que tem os outros 98% das espécies de árvores, até mesmo as extremamente raras, seja essencial e que sem elas as interações em nível ecossistêmico da floresta mais diversificada do mundo entrariam em colapso.
    227
    hiperdominantes
    4773
    regulares
    11000
    raras