domingo, 26 de março de 2017

A caça ao porco e os veganos

ORDEM E PROGRESSO .

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Numa viagem à terra dos Munduruku, o fotógrafo Rogério Assis viveu uma experiência muito interessante pautada pela tolerância e pelo respeito. Temos muito a aprender com os índios
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A caça ao porco e os veganos


Em uma das viagens que fiz à Terra Indígena Munduruku Sawré Muybu, em maio de 2016 – a convite do Greenpeace, para cobrir a campanha contra a construção da hidrelétrica de São Luis do Tapajós e pela demarcação das terras indígenas -, uma cena muito particular do cotidiano desse povo nos desconcertou.
Depois de uma semana de visitas e atividades nas aldeias da região, na companhia de um casal de atores bastante conhecidos e verdadeiramente militantes da causa socioambiental, chega o dia de voltar pra casa.
As despedidas por lá são sempre muito emotivas. Com a presença do casal famoso, que os Munduruku conheciam apenas pela televisão, a emoção foi ainda maior. Muitos selfies, trocas de presentes e declarações mútuas de amor e amizade.
Muitos de nós (éramos seis pessoas mais o casal) com lágrimas nos olhos, embarcaram na voadeira em direção ao Buburé, porto de garimpeiros de onde pegaríamos o ônibus até Itaituba, de onde sairiam os vôos de volta pra casa.
No caminho, naquela paisagem deslumbrante que é o Tapajós, eis que surgem vários catitus ou porcos do mato nadando no meio do rio. Pilotos, indígenas e mais outros quatro tripulantes, também indígenas, entram em polvorosa: começam a falar animadamente na língua deles e desviam o barco na direção dos animais.
Nenhum de nós entende o que está acontecendo até que um dos índios consegue pegar um dos porcos pelas patas de trás e começa a afogá-lo. Foi então que, os brancos entram em pânico com o barco balançando bruscamente e o animal a se debater tentando se livrar do seu algoz. Um alvoroço toma conta da embarcação, todos falando ao mesmo tempo e ninguém, exceto os indígenas, entendendo o que de fato estava acontecendo.
O porco desistiu de lutar, os índios o deram como morto e o puxaram pra dentro do barco. Foi então que o animal começou a se debater novamente. Um dos indígenas que tinha um remo na mão não teve duvidas e desferiu três ou quatro remadas na cabeça do animal que insistia em viver. O pânico se transformou em choradeira e desespero, especialmente por parte das quatro pessoas veganas que faziam parte da expedição.
Foi necessária a intervenção de um dos membros do Greenpeace para que os Munduruku parassem de golpear o animal imobilizando-o amarrado na proa no barco. Ânimos e lágrimas semi serenados, os índios começam a explicar a importância daquela caça para a comunidade.
Aquele porco de mais ou menos 50 Kg alimentaria boa parte da aldeia por vários dias. Ali, no meio do Rio Tapajós, a caça, a pesca e a lavoura são as principais fontes de alimentação, o mercado mais próximo fica a mais de 10hs de barco ou quatro de carro, não há transporte regular naquela região como em muitas outras da Amazônia.
Diante de uma situação como essa, o que nos resta, a nós brancos, é, pelo menos, tentar entender outros valores, culturas e crenças que nos são estranhos. O porco é um animal sagrado que faz parte da história, da cultura, da cosmologia e, principalmente, da alimentação Munduruku. Portanto, cabe aos visitantes respeitar tais ritos, por mais ofensivos que possam parecer à nossa cultura ou ao nosso paladar.
O pobre catitu dormiu, a viagem seguiu por mais uma hora no mais absoluto silêncio, todos contemplando a natureza exuberante, certamente pensando e tentando entender aquela magnifica experiência pela qual tivemos a oportunidade de passar. Temos muito a aprender com o índios.
Ah… e antes que alguém pense que eu escrevi este meu post de estreia, aqui no blog Por Trás das Câmeras do Conexão Planeta, depois da Operação Carne Fraca da Política Federal e da “guerra” que se criou entre carnívoros, vegetarianos e veganos a partir daí, já aviso: foi antes, em 15 de março.
Abaixo, estão mais duas fotos que tirei na ocasião e revelam o momento em que os índios puxaram o porco para dentro do barco e, depois, o deixaram em paz para atender ao apelo dos companheiros de viagem. Não há nada de estético, aqui. Foi minha alma de jornalista que capturou as imagens.
Iniciou sua carreira em fotografia, documentando os costumes e a cultura dos índios brasileiros para o Museu Emílio Goeldi. Trabalhou para agências de notícias, grandes jornais, fotografou, editou e logo descobriu sua paixão pela fotografia documental (ministra workshops com o maior prazer). Teve editora (Mandioca) e revista (Pororoca) pra falar só de temas relacionados à Amazônia. Hoje, desenvolve projetos editoriais – entre os quais se destaca o livro sobre os índios Zoé – e colabora com as ONGs Greenpeace e Instituto Sociambiental (ISA), cobrindo principalmente a realidade dos povos originais. E, assim, voltou às origens: aos índios.

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