O programa partidário do PSDB exibido nesta quinta (17) teve reflexo imediato dentro e fora do partido. No Palácio do Planalto, o programa foi criticado por auxiliares do presidente Michel Temer e causou uma saia justa entre os ministros tucanos, especialmente ao chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy.

Na propaganda, a legenda diz que errou ao aceitar como "natural" a troca de favores individuais em prejuízo da "verdadeira necessidade do cidadão brasileiro".

Leia também: Aloysio Nunes diz que propaganda foi 'tiro no pé'; Imbassahy diz que vídeo 'ofende' PSDB
No ninho tucano, a avaliação é que o programa aprofundou a divisão interna entre aqueles que apoiam o governo Temer e aqueles que defendem o desembarque. Já aliados do presidente em exercício do PSDB, Tasso Jereissati (CE), argumentam que o programa funcionou parar marcar um contraponto aos demais partidos, especialmente o PT.

"Para o público externo foi muito positivo. Mas, para o ninho tucano, aprofundou o racha" admitiu um integrante da Executiva Nacional do PSDB ao Blog.

O programa também causou mal-estar entre os deputados tucanos que votaram a favor de Temer.

"Ao admitir erros e falar do presidencialismo de coalisão, o programa acabou expondo os próprios deputados do partido", reclamou um deputado. "O partido decidiu expor os seus quadros", completou.

No vídeo, o PSDB critica o atual sistema de governo e defende uma mudança para o parlamentarismo. Na visão do partido, o presidencialismo de coalizão "ficou antigo e ganhou muitos vícios". O locutor, então, diz que o modelo, "que pode ter funcionado no passado", se transformou em um "presidencialismo de cooptação". 

Apesar de criticar o presidencialismo de coalizão, o PSDB, atualmente, comanda quatro ministérios no governo Michel Temer: Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo.