Brasil: Recessão econômica e desemprego em 2015 afetam desempenho da América Latina e Caribe

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Em novo relatório, CEPAL e OIT destacam aumento do desemprego no Brasil ao longo do primeiro semestre de 2015. Entre os jovens, taxa chega a 17,9%. País responde por 36% da população economicamente ativa da América Latina e Caribe.
Desemprego no Brasil teve aumento de 1,3% de 2014 até primeiro semestre de 2015. Foto: Salvador Scofano / Fotos Públicas
Desemprego no Brasil teve aumento de 1,3% de 2014 até primeiro semestre de 2015. Foto: Salvador Scofano / Fotos Públicas
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) chamaram a atenção para a desaceleração econômica do Brasil, onde a taxa de desemprego entre os jovens chegou a 17,9% ao final do 1º semestre de 2015.
Em relatório publicado no último dia 27 de outubro, as agências da ONU avaliaram o desempenho dos mercados de trabalhos na América Latina e no Caribe nos primeiros seis meses do ano.
Comparados os primeiros semestres de 2014 e 2015, o desemprego urbano no Brasil apresentou um aumento de 1,3% – de 4,9% para 6,2%. A recessão econômica no país, que responde por 36% da população economicamente ativa da região, tem impacto significativo nas médias calculadas pelas agências.
Ponderadas as variações das nações da América Latina e Caribe, a taxa de desemprego entre elas aumentou 0,5%, chegando a 6,5%, ainda que em países como Argentina, México e Chile tenha sido verificada uma queda nesse valor entre 2014 e 2015. Dos 15 países analisados, apenas seis viram suas taxas de desemprego aumentar. Estimativas indicam que a economia da região terá uma contração de 0,3% nesse ano.
No Brasil, o atual aumento do desemprego é devido, em parte, a uma inversão no comportamento da taxa de participação da população no mercado de trabalho. A taxa de participação é um indicador que expressa a proporção de pessoas incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas.
Em 2014, a queda acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) foi acompanhada por uma baixa acentuada nos índices de participação. A queda da taxa de participação compensou a retração relativamente menor da taxa de ocupação, provocada pela redução de postos assalariados, o que provocou uma diminuição no índice de desempregados.
Em 2015, apesar da contínua desaceleração da economia, a taxa de participação apresentou um leve aumento. Ao mesmo tempo, a taxa de ocupação continuou caindo, provocando uma expansão do desemprego. A CEPAL e a OIT compararam os segundos trimestres de 2014 e 2015 e registrou um aumento de 4,3% da taxa de desemprego entre os jovens (de 13,6% para 17,9%).
A diminuição do número de vagas é acompanhada também por uma precarização do trabalho. O documento informa que o emprego assalariado apresentou uma queda de 1,7% em todo o país, enquanto o contingente de autônomos aumento 2,1%.
A variação interanual dos salários também apresenta valores negativos ao longo do primeiro semestre de 2015. Em vez de aumentar, o salário médio sofreu uma queda de 3% no segundo trimestre desse ano. Esse movimento negativo foi detectado apenas no Brasil, num levantamento que avaliou Chile, Colômbia, México, Peru, Nicarágua e Uruguai. A retração do emprego assalariado no Brasil é uma das causas do baixo crescimento desse tipo de trabalho na América Latina e no Caribe, que deverá aumentar apenas 0,4%.

AGÊNCIA 

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