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G1 globo.com
Dólar fecha em alta nesta quinta e se aproxima de R$ 3,90
Moeda dos EUA subiu 1,30%, a R$ 3,8842, na maior cotação desde dezembro. Na máxima do dia, dólar chegou a R$ 3,9018
Por G1
Notas de dólar — Foto: Gary Cameron/Reuters
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (7) e se aproximou do patamar de R$ 3,90, em meio a maior cautela no cenário externo e com investidores de olho no cenário político local e na tramitação da reforma da Previdência.
A moeda norte-americana subiu 1,30%, vendida a R$ 3,8842. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,9018. Veja mais cotações. É o maior patamar fechamento desde 27 de dezembro do ano passado (R$ 3,8955).
A cotação da moeda acelerou a alta após o Banco Central Europeu (BCE) cortar as previsões de crescimento e inflação na região, e adiou para o próximo ano a sua primeira alta de juros pós crise. A autoridade também ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimos baratos.
A medida de estímulo já era prevista por agentes financeiros globais, mas os cortes nas projeções, com Mario Draghi, presidente do BCE, citando um "período de fraqueza contínua e incerteza disseminada", foram uma surpresa, levando rendimentos de títulos do governo e o euro a caírem, segundo a Reuters.
De acordo com o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, a fala de Draghi estressou o mercado, sobretudo o comentário de que os cortes nas previsões estão relacionados à desaceleração do crescimento global. "O estímulo já era esperado, mas os cortes de repente abrem uma discussão maior", avaliou.
No panorama doméstico, cresce no mercado certa cautela com relação à reforma da Previdência em meio à ausência de notícias sobre a matéria, com o mercado monitorando os próximos passos da tramitação, como a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados.
Na quarta-feira, o dólar encerrou a sessão em alta de 1,46%, a R$ 3,8342 – maior cotação de fechamento desde 28 de dezembro (R$ 3,8742).
Atuação do BC
O Banco Central vendeu 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim, rolou US$ 1,450 bilhão dos US$ 12,321 bilhões que vencem em abril.
Variação do dólar em 2019
Diferença entre o dólar turismo e o comercial, considerando valor de fechamento
Fonte: ValorPro
Previdência e cenário político
No panorama doméstico, cresce no mercado certa cautela com relação à reforma da Previdência, com o mercado monitorando os próximos passos da tramitação, como a instalação das comissões especiais na Câmara dos Deputados.
Nesta quinta, Bolsonaro, pede 'sacrifício' a militares na reforma da Previdência e promete lembrar que as especifidades de cada uma das três Forças serão respeitadas. O presidente afirmou também que democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas querem.
Jair Bolsonaro diz que militares precisam fazer sacrifício com a Reforma da Previdência
Entre agentes financeiros, há razoável preocupação de que as recentes publicações controversas do presidente Jair Bolsonaro no Twitter possam dificultar a formação da base aliada no Congresso. Prevalece a percepção de aprovação do texto no segundo semestre do ano, mas ainda restam dúvidas quanto ao teor do texto que será chancelado por parlamentares, destaca a agência Reuters.
"Tem havido muito ruído por parte do governo, de maneira geral, não só na condução da reforma da Previdência). Muito ruído e pouca discussão econômica. Cria um pouco um sentimento de preocupação, de proteção, por parte dos agentes", afirmouà Reuters o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.
Do lado externo, o Banco Central Europeu jogou nesta quinta-feira para o próximo ano o momento de sua primeira alta de juros pós-crise, e ofereceu aos bancos novas rodadas de empréstimo.
Perspectivas
Pequisa divulgada nesta quinta-feira pela Reuters mostra que a expectativa do mercado é que o dólar deva se depreciar ante o real nos próximos meses devido às contínuas expectativas de que o presidente Jair Bolsonaro terá sucesso na reforma da Previdência.
O dólar foi projetado a R$ 3,62 em 12 meses, de acordo com a mediana das estimativas de 18 analistas consultados ao longo da semana passada.
"Os desafios para a governabilidade e a oposição às atuais propostas ficarão mais evidentes mais tarde no ano", disse o estrategista do Barclays Juan Prada. Ele foi um dos nove analistas, entre 21, cujas estimativas eram mais fracas do que a mediana para a projeção em seis meses.
Já a projeção média do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu estável em R$ 3,70 por dólar, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada na véspera. Para o fechamento de 2020, ficou inalterada em R$ 3,75 por dólar.
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