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Confrontos na fronteira com a Venezuela deixam 285 feridos, diz governo da Colômbia
Mais de 60 militares venezuelanos desertaram e pediram refúgio na Colômbia.
Por G1
Forças militares e manifestantes entram em confronto na região da fronteira da Venezuela
Confrontos na fronteira da Colômbia com a Venezuela neste sábado (23) deixaram 285 feridos e 37 pessoas foram hospitalizadas, segundo balanço divulgado pelo governo colombiano. Mais de 60 militares venezuelanos desertaram e pediram refúgio na Colômbia.
Entre os feridos, 255 são venezuelanos e 30, colombianos, e muitos entraram na Colômbia por rotas ilegais. "Os hospitais estão abertos e prevenidos para lidar com essa emergência", afirmou o ministro da Defesa colombiano, Guillermo Botero Neto.
O governo colombiano também informou que dois caminhões com ajuda humanitária foram incendiados e outro teve a carga retirada para evitar que fosse perdida.
Oito caminhões deixaram Cúcuta em direção à Venezuela: quatro para San Antonio del Tachira e quatro, para Urenã. Dos que foram para San Antonio, três regressaram e um segue no país vizinho.
Dos que seguiram para Urenã, três veículos ultrapassaram a fronteira e entraram na Venezuela e um ficou na Colômbia. Dois dos qque cruzaram o bloqueio foram incendiados e um teve a carga retirada para evitar que ela fosse incendiada e segue em território venezuelano, mas deve regressar à Colômbia.
Governo da Colômbia diz que repressão da Venezuela na fronteira deixou 285 feridos
Confrontos na fronteira
Marcado por protestos e expectativa para o recebimento de doações de alimentos e medicamentos do exterior, o dia "D" da oposição ao regime Nicolás Maduro, registrou diversos confrontos neste sábado.
A cidade de Cúcuta, na Colômbia, concentrou o maior contingente de manifestantes, que atiraram pedras contra as forças de segurança venezuelanas e pediam a abertura da passagem. Veículos foram incendiados. Os policiais revidaram com gás lacrimogêneo.
Na fronteira com o Brasil, três pessoas morreram e 15 ficaram feridas em Santa Elena e manifestantes lançaram coquetéis molotov contra uma base do Exército da Venezuela perto de Pacaraima (RR), após as duas caminhonetes com ajuda humanitária serem proibidas de entrar no país vizinho. Os militares venezuelanos reagiram com bombas de gás lacrimogêneo.
Caminhão que transportava ajuda humanitária para a Venezuela foi incendiado em Cúcuta — Foto: Marco Bello/Reuters
As manifestações ocorrem após o fechamento das fronteiras da Venezuela com Brasil e Colômbia por ordem do presidente do país, Nicolás Maduro.
Os protestos reivindicavam que o governo autorizasse o ingresso dos caminhões para atender cidadãos venezuelanos afetados pela crise econômica e política do país sul-americano.
Resumo dos confrontos sábado (23)
- As fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia amanheceram fechadas, conforme prometido por Maduro
- Caminhonetes saíram de Boa Vista e foram até a fronteira com a Venezuela com ajuda humanitária, mas voltaram para o lado brasileiro no fim do dia
- Venezuelanos protestaram e atacaram uma base do exército venezuelano
- 3 pessoas morreram e ao menos 15 ficaram feridas em Santa Elena, cidade venezuelana a 15 km da fronteira com o Brasil
- Na fronteira com a Colômbia, 2 caminhões com ajuda humanitária foram incendiados
- Confrontos na fronteira com a Colômbia deixaram 285 feridos e 37 pessoas hospitalizadas, segundo o governo colombiano
- Mais de 60 militares venezuelanos abandonaram os postos e pediram asilo, ainda de acordo com o governo colombiano
- Maduro afirmou em discurso que não é mendigo e que está disposto a comprar toda comida que o Brasil quiser vender e rompeu relações diplomáticas com Colômbia
- Guaidó voltou a apelar a militares para que eles retirem o apoio a Maduro: "Vocês não devem lealdade a quem queima comida"
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