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G1 globo.com
Líderes da União Europeia dão aval a acordo sobre Brexit em Bruxelas
Bloco quer relação 'o mais estreita possível' com Reino Unido após divórcio. Decisão histórica inicia processo de ratificação da 1ª saída de um país da UE.
Por G1
O presidente do Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, aperta a mão da primeira-ministra britânica, Theresa May, durante encontro em Bruxelas neste sábado (24) — Foto: AP Photo/Geert Vanden Wijngaert
Reunidos sem a primeira-ministra britânica Theresa May, líderes da União Europeia aprovaram neste domingo (25) um acordo sobre a saída da Grã-Bretanha no próximo ano.
É uma decisão histórica que inicia o processo de ratificação da primeira saída de um país do projeto europeu.
O Brexit foi tema de uma cúpula em Bruxelas para endossar um acordo de retirada, que fixa uma lei para o divórcio da Inglaterra. O documento protege os direitos do Reino Unido e dos cidadãos da UE atingidos pela mudança e mantém a fronteira irlandesa aberta.
Líderes da União Europeia aprovam acordo do Brexit, em Bruxelas
Eles também devem assinar um documento de 26 páginas descrevendo seus objetivos para futuras relações depois da saída da Grã-Bretanha, em março.
"A UE27 respaldou o Acordo de Retirada e a Declaração Política sobre a futura relação entre as partes", tuitou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, cerca de meia hora após o início da reunião.
A UE deseja uma relação comercial, política e de segurança "o mais estreita possível" com o Reino Unido após o Brexit, segundo as conclusões da cúpula.
O acordo ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos Britânico - um risco para May - e o Europeu.
'Retirada ordenada'
May elogiou o acordo como o início de um novo capítulo para a Inglaterra. Já o presidente da Comissão Européia, Jean-Claude Juncker, disse que a partida do país é uma "tragédia".
Ele afirmou a repórteres, de acordo com a agência Associated Press, que o acordo é "o melhor possível", mas a cúpula "não é um momento de celebração, é um momento triste".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk (centro),, participam de mesa redonda em uma cúpula da UE em Bruxelas, neste domingo (25) — Foto: Olivier Hoslet, Pool Photo via AP
Em uma declaração formal endossando o acordo, o bloco pediu que as instituições da UE "tomem as medidas necessárias para garantir que o acordo entre em vigor em 30 de março de 2019, de modo a prever uma retirada ordenada".
O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, disse que, a partir de agora, a Grã-Bretanha e os demais países do bloco devem trabalhar para "uma parceria ambiciosa e sem precedentes". "Agora é a hora de todos assumirem suas responsabilidades", afirmou.
Acordo sobre Gibraltar
O último grande obstáculo para um acordo foi superado neste sábado (24), quando a Espanha chegou a um acordo sobre o disputado território britânico de Gibraltar.
Mapa do território de Gibraltar — Foto: Infografia: Karina Almeida
O país disputa com os britânicos a soberania sobre Gibraltar, um território no extremo sul espanhol que abriga cerca de 30 mil pessoas e cuja economia é formada principalmente por bancos internacionais, empresas de jogos de azar na internet e turismo. O local está sob domínio da Inglaterra há 300 anos.
A Espanha havia pedido mudanças no tratado de separação para que ficasse claro que qualquer decisão sobre o território fosse tomada em conversas diretas com Madri.
Os países chegaram a um consenso após negociações de última hora, que ameaçavam provocar a suspensão da reunião deste domingo. O documento "estabelece as bases de uma nova forma de abordar a relação com Gibraltar a nível europeu", segundo o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.
"Uma vez que a retirada do Reino Unido aconteça, a relação de Gibraltar com a União Europeia passará pela Espanha", acrescentou ele.
Além da aprovação nos parlamentos, para se transformar em um texto legal, o acordo sobre o Brexit precisa da aprovação dos 27 Estados membros em nível de ministros (o Conselho da UE).
É preciso alcançar maioria qualificada reforçada, ou seja, que pelo menos 72% dos países votem a favor e que esses Estados representem pelo menos 65% da população da UE.
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