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Fonte de informação .
G1 globo.com
Delivery, home office, aluguel atrasado, férias coletivas: as estratégias dos negócios para sobreviver à crise do coronavírus
G1 acompanhou seis empresários e empreendedores ao longo das últimas semanas, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Por Daniel Silveira, Luiz Guilherme Gerbelli e Paula Salati, G1 — Rio de Janeiro e São Paulo
A quarentena em vigor em boa parte do país está obrigando empresários e empreendedores a se virarem para manter os negócios em pé. Com as portas fechadas, bares, restaurantes e lojas apelam a diferentes estratégias para manter o fluxo de caixa e reduzir os custos até que a pandemia de coronavírus permita a retomada das atividades.
Mas as expectativas não são as melhores: um levantamento do banco Santander aponta que até 2,5 milhões de pessoas podem ficar desempregadas no pico da crise – e 1,5 milhão devem seguir nessa situação no final do ano. Isso, somados aos 12,3 milhões de trabalhadores que já estavam desempregados em fevereiro. E a estimativa do Banco Mundial é que o PIB brasileiro 'encolha' 5% este ano - enquanto economistas do mercado financeiro veem retração de cerca de 2%.
Nas últimas semanas, o G1 acompanhou seis empresários do Rio de Janeiro e de São Paulo e as medidas tomadas por eles para sobreviver à crise provocada pela Covid-19.
'Pegue e pague' e 'barricada'
O bar Kaia, no centro de São Paulo, trocou o atendimento da noite para o dia e passou a atender os clientes na porta, com cardápio reduzido e sistema de "pegue e pague", ao qual deram o nome de "barricada". Empregos foram mantidos – por enquanto – mas com redução salarial.
Férias coletivas e renegociação do aluguel
No Rio de Janeiro, Irenildo Queiroz, o 'Bigode', diz nunca ter vivido tantas incertezas como no cenário atual. Depois de tentar funcionar em horário reduzido, fechou as portas com a decretação da quarentena. Concedeu férias coletivas aos funcionários do bar e restaurante em Botafogo, e passa os dias sentado na porta de casa, esperando que a situação se normalize – e tentando renegociar o aluguel dos imóveis.
Home office e renegociação
Proprietário de um bar de apenas seis meses de vida e sócio de um escritório, Bruno Bernardo viu ambos serem atingidos diretamente pela crise. O bar em São Paulo está fechado, sem previsão de abrir. Já no escritório os sócios trabalham em home office, enquanto as receitas minguam à medida que os eventos são cancelados. Para contornar as dificuldades, a tentativa é de renegociar contratos.
Delivery e aulas online
Com todos os eventos cancelados desde 15 de março, o buffet Manja Gastronomia ainda estuda formas de ter algum retorno financeiro durante a quarentena. Está se estruturando para começar a funcionar em sistema de delivery – e aposta na fidelização da marca para recuperar o tempo perdido após a pandemia. Para isso, tem dividido as receitas da casa em sua rede social, e estuda montar aulas online de gastronomia.
Expansão contida e renegociação
"Nunca tinha visto isso de desligar a economia", diz André Rivkind, proprietário da loja de móveis Breton. Com as lojas fechadas, o empresário tem priorizado o pagamento dos 450 funcionários e fornecedores. Mas as demais contas, como marketing e prestadores de serviço, vêm sendo renegociadas. E a expansão da rede, com a abertura de duas franquias previstas para este ano, estão sendo revistas.
Unidade fechada e corte de pessoal
Na rede de lavanderias da empresária Cláudia Mendes, focar no serviço de delivery não foi suficiente para preservar toda a equipe. Com poucos pedidos, uma das unidades foi fechada e uma funcionária que estava em período de experiência acabou demitida. Após uma queda de cerca de 70% no faturamento, os salários dos demais funcionários seguem em dia – mas o mesmo não pode ser dito sobre os aluguéis.
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