quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Alemanha lembra os 28 anos de sua reunificação sem resolver desigualdades

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MUNDO
Por RFI
 

Alemães participam nesta quarta-feira (3) de celebrações do dia da reunificação alemã em Berlim — Foto: Fabrizio Bensch/ReutersAlemães participam nesta quarta-feira (3) de celebrações do dia da reunificação alemã em Berlim — Foto: Fabrizio Bensch/Reuters
Alemães participam nesta quarta-feira (3) de celebrações do dia da reunificação alemã em Berlim — Foto: Fabrizio Bensch/Reuters
Alemanha comemora nesta quarta-feira (3) o Dia da Unidade Alemã. O feriado mais importante do país lembra o dia em que a Alemanha oficialmente voltou a ser uma só, em 3 de outubro de 1990. Porém, quase 30 anos depois da reunificação, o país continua separado, não só nas estatísticas sociais e econômicas, como também na mentalidade.
As últimas estatísticas comprovam que a renda da população é diferente entre um lado e outro. Embora as diferenças de renda tenham diminuído nos últimos anos, os rendimentos dos alemães do leste continuam mais baixos. Os alemães do leste ganham, em média, 15% a menos do que seus vizinhos do oeste. O Produto Interno Bruto (PIB) total alemão é de € 39,5 mil, enquanto o das regiões da Antiga Alemanha Oriental é, em média, de € 28,3 mil.
E a população do leste tem diminuído, ao passo que a do oeste alemão cresce. O leste da Alemanha perdeu cerca de dois milhões de habitantes desde a reunificação alemã. A população da região encolheu cerca de 11% (perdendo 16,2 milhões de pessoas), enquanto o oeste registrou um crescimento de 8,2% de seu número de moradores (o correspondente a 66,6 milhões de indivíduos).
Mas é no campo político que os alemães revelam as disparidades mais claras, num momento em que o debate sobre xenofobia e extremismo de direita não sai dos noticiários nacionais.

Xenofobia é maior no leste

A parte leste do país, área da antiga Alemanha Oriental, é onde é maior o medo dos estrangeiros, é onde a xenofobia e onde o discurso anti-imigração de partidos de extrema direita, como a AfD consegue atrair mais eleitores. A legenda atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto na região.
Foi no leste alemão, também, que nasceu o movimento anti-islamismo Pegida, que continua promovendo manifestações naquela parte do país.
Não é à toa que a recente onda de manifestações anti-imigrantes do final de agosto ocorreu na cidade de Chemnitz, que fica no leste da Alemanha.
Manifestação de extremistas de direita em Chemnitz — Foto: Reuters/Matthias RietschelManifestação de extremistas de direita em Chemnitz — Foto: Reuters/Matthias Rietschel
Manifestação de extremistas de direita em Chemnitz — Foto: Reuters/Matthias Rietschel
Isso, apesar de a região ter um número muito menor de estrangeiros do que a parte ocidental do país.
Alguns observadores atribuem isso ao período da Alemanha Oriental, que era uma região relativamente isolada do contato externo pelo muro quando comparada à Alemanha Ocidental, onde as pessoas iam e vinham sem maiores problemas. Os alemães-ocidentais podiam viajar pelo mundo livremente, enquanto os alemães-orientais eram mais limitados. Isso teria contribuído para essa mentalidade de incompreensão pelos estrangeiros, que ainda permaneceria, de certa forma, principalmente entre a população mais velha.
O leste alemão sempre se destacou pela força do voto de protesto, refletindo uma certa rejeição aos valores dos estados do oeste da Alemanha. Esse voto de protesto, nas últimas décadas, vinha sendo representado pelo partido socialista A Esquerda, de oposição ao governo, que sempre teve maior força no leste alemão.
Agora, o partido de extrema direita AfD tomou para si a bandeira do protesto, com seu discurso contrário à imigração, criticando a política migratória liberal da chanceler Angela Merkel. E o AfD – partido criado no auge da crise do euro, fundamentalmente como uma legenda eurocrítica, contra a União Europeia, contra o euro – acabou ganhando embalo e crescendo na onda de descontentamento gerada pela recente crise migratória que começou dois anos atrás, quando a Alemanha abriu as portas aos refugiados e recebeu mais de um milhão deles.

Tensões continuam

Ainda que menores que anos atrás, as tensões entre os dois lados da Alemanha continuam. Os alemães do leste reclamam que são incompreendidos por seus vizinhos do oeste. E os alemães do oeste se apavoram com a onda de radicalismo do outro lado.
A existência desses atritos ficou, mais uma vez, clara em uma entrevista a um jornal alemão publicada no último fim de semana. Nela, a chanceler alemã Angela Merkel afirmou ser necessário ter compreensão em relação à frustração e insatisfação existentes entre os alemães do leste.
Merkel, que foi criada na Alemanha Oriental, lembrou que as reviravoltas da reunificação foram muito duras para a população local, causando feridas que até agora não foram curadas totalmente. Ela disse que, de uma hora para outra, grandes setores da população perderam seus empregos com a reunificação e tiveram que recomeçar a vida a partir do zero.
Se referindo indiretamente aos recentes episódios de xenofobia no leste alemão, Merkel disse que essas mudanças todas jamais devem ser “uma justificativa para ódio e violência”, mas podem ser explicação para o “outro tipo de biografia” dos alemães do leste.
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