sábado, 31 de dezembro de 2016

O que esperar de 2017?

ORDEM E PROGRESSO .

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O que esperar de 2017?

Entramos em 2017 com mais incertezas e
questões em aberto do que em 2016
31/12/2016 - 07H58 - ATUALIZADA ÀS 07H58 - POR DANIELA FRABASILE
mundo, globo, mapa, (Foto: Three Lions / Getty Images)

Em dezembro de 2015, poucos esperavam que Donald Trump seria o presidente eleito dos Estados Unidos. Ou que a presidente Dilma Rousseff sofreria um impeachment. Ou que os eleitores do Reino Unido escolheriam sair da União Europeia. Com tantas mudanças e muitas questões ainda em aberto, entraremos em 2017 em um cenário bastante incerto.
Para Daniel Franklin, editor da edição O Mundo em 2017, da revista The Economist, 2016 serviu como uma lição de que precisamos levar a sério mesmo as possibilidades improváveis. “Realmente parece um mundo diferente em muitos aspectos. Todos esses eventos eram possibilidades há um ano, mas nenhum parecia o resultado mais provável”, diz. “Então, se você disser que há 30% de chance de um evento disruptivo ocorrer — digamos, a eleição de Marine Le Pen como presidente da França — não há razão para relaxar só porque há 70% de probabilidade de que isso não vá acontecer”.
“Com certeza entramos em 2017 com mais incertezas. Os grandes problemas de 2016 ainda estão em aberto e vão continuar no próximo ano”, afirma o cientista político Maurício Santoro, professor de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). “Ainda não sabemos o que Trump vai fazer ao assumir a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro. Também temos que esperar para ver como o Reino Unido vai processar sua saída da União Europeia, e ainda temos uma crise política e a recessão econômica no Brasil. Tudo isso não está resolvido”.
No Brasil, a crise ainda não acabou
No Brasil, o cenário econômico deve melhorar, mas a recuperação ainda é tímida. Segundo o mais recente boletim Focus, divulgado pelo Banco Central em 26 de dezembro, a expectativa para o PIB em 2017 é de crescimento moderado de 0,50% — foi a décima semana em que a revisão foi ajustada para baixo. A produção industrial do país deve ter uma leve alta de 0,88%.
Já no campo da política as expectativas ainda são de turbulência. O governo de Michel Temer, que ocupa a presidência desde maio, conseguiu aprovar no Congresso a proposta de limitar os gastos públicos por 20 anos. No entanto, para garantir que será possível cumprir a regra estipulada, é necessário aprovar a reforma da Previdência. Os gastos com o setor crescem a cada ano, e especialistas afirmam que, se nada for feito, o orçamento com a aposentadoria tomaria uma fatia cada vez maior do total de gastos — obrigando um corte quase impossível em outras áreas.
No entanto, a reforma da Previdência pode ser ainda mais polêmica que o limite de gastos, porque a população percebe mais concretamente os efeitos que as mudanças trarão em suas vidas. Segundo a proposta do governo, os trabalhadores precisarão contribuir por 49 anos para ter direito ao valor integral da aposentadoria.
Além disso, no fim do ano, o governo do presidente Michel Temer sofreu uma derrota no Congresso ao ver a Câmara aprovar o projeto de renegociação de dívida com estados, mas sem as contrapartidas esperadas. 
No campo político, o presidente enfrenta ainda o processo de cassação da chapa Dilma-Temer, que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Congresso, a oposição fala também em propor uma PEC para a convocação de eleições presidenciais antes de 2018. Há ainda preocupações sobre o que a operação Lava Jato trará de informações sobre o Temer, seus ministros e os parlamentares.
O ano da revolução
Para Daniel Franklin, da The Economist, “a revolução estará no ar em 2017”, por três motivos. Em primeiro lugar, ele aponta que vários aniversários de revoluções importantes caem, coincidentemente, em 2017: o centenário da revolução bolchevique na Rússia, o 500º aniversário das 95 teses de Martinho Lutero, que deu início à reforma protestante, os 150 anos da publicação de O Capital, de Karl Marx, e o 50º aniversário da morte de Che Guevara. Tudo isso formará um pano de fundo adequado ao segundo elemento revolucionário.
Além disso, afirma Franklin, “será o ano em que começaremos a ver as consequências dos votos de rebeldia que aconteceram em 2016, em particular, o Brexit e a eleição de Donald Trump”. No caso do Brexit, mesmo que a votação tenha acontecido no primeiro semestre do ano, nada, exceto muito debate, foi feito para dar efeito à decisão. No próximo ano, quando o Reino Unido deve notificar formalmente a União Europeia sobre sua intenção de deixar o grupo, que o complicado processo irá, de fato, começar. “Enquanto isso, na América, quando Donald Trump tomar posse como 45º presidente, em janeiro, o mundo inteiro estará acompanhando e se perguntando o que vai realmente mudar com o resultado das eleições”.
Em terceiro lugar, 2017 será um ano com importantes eleições, principalmente na Europa, que vão testar se a rebelião vai continuar. Holandeses, franceses e alemães vão às urnas no próximo ano, e a Itália pode ter o pleito antecipado. “Em todas essas eleições, existe uma possibilidade de que os eleitores irritados levem a resultados que mudem o cenário político. Isso fará com que o ano seja de ansiedade para o futuro da Europa”, diz Franklin.
O editor ressalta, também, que 2017 será um ano de incerteza. “O Brexit significa anos de incerteza. A presidência de Trump não vai ser convencional e é provável que todo mundo continue se perguntando o que está por vir”.
Trump traz incertezas aos EUA e ao mundo
Passada a surpresa da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, resta agora esperar para ver qual será a postura do empresário à frente da maior economia do mundo. “Pelos secretários que ele nomeou até agora, que foram dirigentes de grandes empresas ou militares, parece um gabinete diferente do que tem sido o padrão. Não há o perfil tecnocrático do governo Obama, que tem sido o padrão desde o governo Kennedy”, afirma Maurício Santoro, da UERJ.
“A relação umbilical de Trump com grandes empresas é muito fora da linha”, diz o cientista político, citando que o principal cargo, de secretário de Estado, foi preenchido pelo CEO da Exxon, Rex Tillerson, uma das maiores companhias de petróleo do mundo. A escolha de Tillerson dá mais uma indicação. Ele é apontado como o secretário de Estado com melhor relacionamento com Putin e com a Rússia, por causa dos investimentos da Exxon no país. “Isso pode indicar uma reaproximação, um movimento no sentido de que pelo menos um reconheça a zona de influência do outro”, afirma Santoro.
Para o comércio exterior, o presidente eleito já anunciou que não vai ratificar o Acordo de Parceria Transpacífica (TPP). “É um anúncio importante para todo o comércio internacional. O acordo era o principal pilar de política externa dos Estados Unidos na Ásia, em uma tentativa de conter o expansionismo chinês”, diz o cientista político.
China tenta ganhar espaço na Ásia
“Relações geopolíticas importantes — entre os EUA e a Rússia, por exemplo, ou entre os EUA e China — parecem mais fluidas. E a possibilidade de mudanças radicais em outros lugares também está sendo levada a sério”, diz Franklin, da The Economist.
A China deve continuar crescendo e expandindo sua influência. “O que estamos vendo por parte da China é um esforço para preencher o vácuo da liderança americana”, afirma Santoro, da UERJ. “A economia chinesa dá sinais amarelos, com a queda do crescimento e o aumento do nível de endividamento doméstico, mas, politicamente, o cenário é muito favorável ao país".
Com um programa de investimentos na Ásia e na África e a criação do Banco Asiático e do Banco dos Brics, o país expande sua influência na região. Por causa da retirada dos Estados Unidos do TPP, os chineses devem ter ainda mais espaço para avançar ao longo de 2017.
Eleições balançam Europa
2017 será um ano decisivo na Europa. Nos próximos meses, o Reino Unido deve, de fato, começar a desatar seus laços com a União Europeia, e todos estão atentos a como essa separação vai ocorrer e quais serão os resultados. Além disso, é um ano de eleições importantes nos países membro da UE.
“Na minha visão, o resultado mais provável da eleição presidencial da França é a vitória do candidato de centro-direita, François Fillon. Mas, após a surpresa na eleição dos Estados Unidos, aumenta a chance de uma surpresa também na França, caso muitos eleitores percam suas inibições e votem em Marine Le Pen, da extrema direita”, diz Frankin. E, baseado no perfil dos candidatos, a eleição deve ser permeada por debates populistas, como religião, a questão dos refugiados, imigração e terrorismo. “Não é o resultado mais provável, mas a vitória de Marine é uma possibilidade importante. E, na Europa, se isso ocorrer, pode gerar um terremoto político ainda maior do que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos”, diz Franklin.
Na AlemanhaAngela Merkel, primeira-ministra desde 2005, deve ser reeleita novamente. Mesmo assim, Merkel está enfraquecida e o apoio a ela deve cair. Desde o fim de 2015, os alemães se dividem quanto às medidas tomadas por ela em relação à crise de refugiados. O ataque a um mercado de Natal em Berlim, que deixou 12 mortos no final deste ano, não ajuda.
Turbulências na América Latina
O cenário também não é nada calmo na América Latina. “A Venezuela não está mais vivendo uma crise. Chegamos a um ponto de catástrofe humanitária. Há impacto para o Brasil e para a Colômbia por causa da quantidade de venezuelanos querendo sair do país”, afirma Santoro. “Não existe solução simples para o caos que está a Venezuela atualmente. É algo pior que a hiperinflação no Brasil e na Argentina no fim dos anos 80 e o começo dos anos 90”.
Além da questão dos venezuelanos que viajam em direção à Colômbia e ao Brasil, Santoro lembra que a Venezuela é um mercado importante para os países vizinhos, e o colapso de sua economia tem consequências também econômicas aos países que integram o Mercosul.
“Enquanto isso, o cenário nos outros países do Mercosul e da Unasul também é tão complexo que esses órgãos perderam a capacidade de tentar amenizar a crise venezuelana. A Venezuela foi deixada a seu próprio critério, e a situação veio se deteriorando ao longo de 2016”, afirma Santoro.
Somado a isso, o Brasil, detentor do maior PIB da região, viu sua economia encolher quase 8,5% desde o fim de 2014, e mesmo as análises mais otimistas apontam para um pequeno crescimento em 2017. Com a instabilidade política no Brasil, a situação fica ainda mais complexa. “Se estivesse mais estável, o país poderia desempenhar outro tipo de papel na Venezuela, mas atualmente é difícil olhar para as questões externas”, diz Santoro.
No campo político, a revista The Economist destaca que a esquerda continua perdendo campo na América Latina. “Uma das razões para a mudança no clima político foi a estagnação econômica que se seguiu ao superciclo de alta nas commodities”, afirma a revista. “Após seis anos consecutivos de desaceleração econômica, em 2017 a América Latina deve ver uma recuperação tímida. E essa recuperação depende do Brasil e da Argentina”.

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