sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Firma de advocacia de mulher de Cabral é suspeita de lavar dinheiro

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G1 globo.com


18/11/2016 14h23 - Atualizado em 18/11/2016 14h28

Firma de advocacia de mulher de Cabral é suspeita de lavar dinheiro

Adriana Ancelmo teria ocultado patrimônio ilícito do marido.
Segundo o MP, entidade patronal pagou mais de R$ 13 milhões a escritório.

Do G1 Rio
O escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do estado do Rio, também está na mira do Ministério Público Federal (MPF). A suspeita é de que Adriana pode ter ocultado proveitos da atividade criminosa do marido, o ex-governador Sérgio Cabral, preso na quinta-feira (17).
Segundo os promotores, o escritório de Adriana teve um crescimento vertiginoso durante os dois mandatos de Cabral. Alguns pagamentos chamaram a atenção do MPF por envolver empresas suspeitas de lavar dinheiro para a organização criminosa: o escritório recebeu quase R$ 2 milhões das empresas Reginaves e Hotel Portobello.
Ainda segundo os investigadores, o escritório da ex-primeira dama também recebeu dinheiro de quatro concessionárias de serviços públicos. Juntas, Metrô Rio, CEG, Oi/Telemar e Light pagaram quase R$ 17 milhões.
Também chamou a atenção dos procuradores o assombroso volume de dinheiro que a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio) desembolsou para o escritório de Adriana Ancelmo entre 2013 e 2016: mais de R$ 13 milhões.
Segundo o MPF, esse valor supera a soma de todos os clientes nos anos anteriores a 2013. Há um pedido de investigação do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a contratação de escritórios de advocacia pela Fecomércio.
As defesas de Sérgio Cabral e de Adriana Ancelmo não quiseram se pronunciar.
Em nota, o diretor de comunicação da Light, Guilherme Calvi, informa que o escritório Ancelmo Advogados, da ex-primeira dama do estado, presta serviço para a empresa na área trabalhista, pelo qual recebe R$ 34.584 por mês, ou R$ 35,29 por processo.
Ainda segundo o diretor da Light, o valor é o mesmo pago a outros escritórios da área trabalhista que também prestam serviços à distribuidora de energia. "Não há, portanto, distinção ou favorecimento ao escritório em questão", diz a nota.
Já a CEG, em sua defesa, esclarece que mantém contratos com mais de 25 escritórios de advocacia e que o escritório Ancelmo Advogados presta serviços à empresa há cerca de dois anos, exclusivamente em ações do Juizado de Pequenas Causas, questões trabalhistas e recuperação de créditos junto a clientes privados.
Também em nota, o MetrôRio esclarece que o escritório de Adriana Ancelmo não trabalha para a empresa desde 2014 e era um dos 35, de diferentes áreas de especialização, contratados a preços de mercado para processos cíveis e trabalhistas.

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