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Funcionária que apontou problema no voo da Chapecoense diz que sofreu pressão para mudar informe
Celia Castedo está no Brasil e pediu asilo após o desastre aéreo. Ela diz que não tinha poder para impedir a saída do voo.
O jornal boliviano "El Deber" publicou uma carta de Celia Castedo, funcionária do aeroporto de Santa Cruz de la Sierra que alertou que o avião da Chapecoense tinha menos combustível do que corresponderia ao exigido para fazer o voo até Medellín, em que afirma que na manhã após o desastre foi pressionada por seus superiores a alterar o informe em que registrava isso.
"Na manhã do dia 29 é quando começa tudo, ordenando-me a modificar o conteúdo do relatório que horas antes tinha apresentado internamente, em que se detalhava as 5 observações que fiz com o plano de voo da linha LaMia", escreve Celia.
Celia avisou o despachante de voo da Lamia de que o tempo de rota previsto era igual à autonomia do avião, o que não seria aceitável.
Na carta, a boliviana explica que veio ao Brasil para pedir asilo por causa das pressões e porque o diretor regional da administração aeroportuária boliviana entrou com ação contra ela. Celia ainda diz que é "desvirtuada" qualquer informação de que ela tivesse responsabilidade ou poder para deter ou autorizar a saída de voos.
O ministro do Interior da Bolívia, Carlos Romero, disse nesta terça (6) que Celia Castedo passou ilegalmente por controles da imigração para tentar fugir da Justiça boliviana. "Não há argumento para justificar um pedido de asilo", disse Romero. "Logicamente, em um caso como este, deve haver um processo de expulsão automática (do Brasil)."
O Ministério Público Federal (MPF) brasileiro informou, em comunicado, que Celia buscou a Procuradoria da República em Corumbá (MS) na segunda-feira. O MPF disse que vai solicitar aos órgãos federais competentes as medidas cabíveis, conforme as normas internacionais e o direito brasileiro.
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