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Com graves dificuldades orçamentárias, o prefeito João Doria (PSDB) pretende rever gastos da Secretaria de Educação que não estejam ligados diretamente ao ensino. O programa Leve Leite, que hoje atende estudantes da creche ao 9º ano da rede municipal, será o primeiro a sofrer cortes, segundo a edição desta sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, a compra de material escolar e o transporte de alunos também irão passar por um pente-fino e podem ser revistos.
Já reduzido devido à crise econômica, o orçamento se tornou uma peça ainda mais sensível da nova gestão após o congelamento das tarifas de ônibus em 3,80 reais neste ano – o que ampliará em cerca de 1 bilhão de reais os gastos da prefeitura com as empresas de ônibus.
Há menos de 15 dias no cargo que já havia ocupado entre 2006 e 2012, na gestão Gilberto Kassab (PSD), Schneider tem se debruçado sobre as finanças da pasta para alinhar as ações para os próximos quatro anos.
Estão na mira gastos que consomem em torno de 1,1 bilhão de reais do orçamento da Secretaria de Educação – de um total de 10,9 bilhões de reais. O secretário de Doria cita que, por outro lado, a rubrica de apoio pedagógico, diretamente ligada à sala de aula, soma somente 130 milhões de reais .
“Todos os contratos e projetos estão sob revisão. Mas, se tiver que rever o leite, contratos de serviços terceirizados, se tiver que aprofundar esse revisão, por mais mérito que tenha, vamos fazer. Os recursos que vão para a escola terão prioridade”, afirmou.
A previsão de gastos em 2017 para material escolar e uniforme é de 140 milhões de reais. Outros 260 milhões de reais estão destinados para o transporte escolar gratuito. O programa de passe livre para estudantes criado pela gestão Fernando Haddad (PT) deve comprometer neste ano, segundo Schneider, 400 milhões de reais do orçamento da pasta.
O programa Leve Leite foi criado durante a segunda gestão de Paulo Maluf (PP), em 1995, para evitar a evasão escolar. Os alunos da rede municipal de ensino com 90% de frequência às aulas recebem mensalmente dois quilos de leite em pó. Para 2017, o programa tem a previsão de gastos de 340 milhões de reais e, atualmente, atende 900 mil alunos da rede municipal, da creche ao 9º ano do ensino fundamental.
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