sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

'Prévia' do PIB registra alta de 0,2% em novembro, diz BC

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ECONOMIA

'Prévia' do PIB registra alta de 0,2% em novembro, diz BC

Foi a primeira alta do PIB desde julho de 2016. No acumulado de 12 meses até novembro, porém, o IBC-Br acumula queda de 4,76%.

O nível de atividade da economia brasileira reverteu a tendência de queda e apresentou leve crescimento em novembro deste ano, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (13) pelo Banco Central.
O chamado Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br, indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado pelo IBGE, apresentou alta de 0,2% em novembro de 2016, na comparação com outubro. O resultado foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de "compensação" para poder comparar períodos diferentes).
Esse resultado aponta para uma inversão da tendência do indicador, que havia registrado um encolhimento de 0,15% (dado revisado) em outubro, na comparação com setembro.
A alta é a primeira desde julho de 2016, quando o IBC-Br registrou crescimento ainda mais tímido, de 0,007%. O resultado de julho foi revisto pelo Banco Central - quando da primeira divulgação, o índice apontou para uma queda de 0,09%, na comparação com junho.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Em 2015, de acordo com o IBGE, o PIB recuou 3,8%. Para 2016, a estimativa de analistas dos bancos é de um recuo de 3,49%. No terceiro trimestre deste ano, o PIB encolheu 0,8%.
A economia brasileira atualmente passa por um período de forte recessão, que acontece em um ambiente de alta da inflação, das taxas de juros, do desemprego (que superou a marca de 11%) e também da inadimplência.
Diante desse quadro, a equipe econômica do governo federal estima que a economia brasileira voltará a se recuperar somente no começo de 2017. A expectativa do governo é que, em 2017, o PIB tenha uma alta de 1%, mas o mercado financeiro vê uma alta menor, de 0,50%.
Comparação com novembro de 2015
Na comparação com novembro de 2015, o IBC-Br registrou, em novembro de 2016, uma queda de 2,02%, no cálculo sem ajuste sazonal. Com ajuste sazonal, a queda foi de 2,08%.
Os números do Banco Central mostram que, de janeiro a novembro do ano passado, o indicador registrou contração de 4,59%, também sem o ajuste. Com o ajuste, a retração é de 4,76%. Já no acumulado dos 12 meses até novembro, o indicador teve queda de 4,76%, sem o ajuste sazonal, e de 4,96%, com o ajuste.
IBC-Br x PIB
Embora o cálculo seja um pouco diferente, o IBC-Br foi criado para tentar antecipar o comportamento do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE. O Banco Central já informou anteriormente que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado.
Recentemente, o BC atualizou a metodologia de cálculo, incorporando novos indicadores, com destaque para a utilização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), além de outras mudanças.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.


Na reunião desta semana, quando decidiu fazer um corte mais arrojado e reduzir a Selic para 13% ao ano, o BC informou que avaliou a alternativa de reduzir a taxa básica de juros para 13,25% e sinalizar uma intensidade maior de queda para a próxima reunião, mas que o cenário atual de inflação, e de atividade econômica aquém do esperado, tornou apropriado antecipar o ciclo.

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