O processo de impeachment entra na reta final. No fim de semana, terminou a fase em que foram ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. E hoje a presidente afastada, Dilma Rousseff, é esperada no Senado. Oposição e base aliada aproveitaram o domingo para definir suas táticas, já que nessa fase os senadores vão poder fazer perguntas à Dilma.
Dilma Rousseff começou o domingo com um passeio de bicicleta no arredores do Palácio da Alvorada. Ela se reuniu depois com assessores e aliados, como a senadora Kátia Abreu e o ex-ministro Nelson Barbosa. Foram horas se preparando para o discurso que ela deve apresentar no plenário do Senado.
Na tarde de domingo, senadores de sete partidos a favor do impeachment se reuniram na liderança do PSDB no Congresso. No encontro, definiram o tom das perguntas que vão ser feitas à presidente afastada. A estratégia é comprovar que houve crime de responsabilidade e evitar debates acalorados.
"Nosso sentimento é de que poderemos ter uma sessão nessa segunda-feira histórica, mas respeitosa. Caberá à senhora presidente afastada dar o tom. Toda a nossa disposição é de fazer perguntas duras, técnicas, sempre na direção dos crimes, ao nosso ver, cometidos pela presidente da República para que ela possa se manifestar em relação a eles", afirma o senador Aécio Neves.
Aliados da presidente afastada participaram de um jantar na noite de domingo na casa da Senadora Lídice da Mata, do PSB. Os senadores contrários ao impeachment querem provar que não houve crime de responsabilidade. Pretendem mostrar que as manobras contábeis já ocorriam em governos anteriores e acreditam que a presença de Dilma no julgamento vai fazer a diferença. "Acho que a presença da presidente Dilma, falando para o Brasil, vai ser muito importante. Primeiro mostra a sua coragem, de não abrir mão desse momento. Muitos pensaram que Dilma não ia, e ela vai e enfrenta, até o último momento as dificuldades, a trama que se colocou contra ela e demonstra que não foge à luta", afirmou a senadora Lídice da Mata.
O ex-presidente Lula chegou a Brasília e jantou com Dilma, no Palácio da Alvorada. Eles publicaram uma foto de mãos dadas numa rede social. Lula deve acompanhar a presidente afastada no depoimento de hoje no Senado. Ela deve chegar ao Senado acompanhada de 30 pessoas, entre assessores, ex-ministros e aliados do partido.
Até o fim da noite de domingo, 47 senadores estavam inscritos para fazer perguntas a ela. Cada senador vai ter cinco minutos para fazer as perguntas. Não há limite de tempo para resposta e Dilma pode ficar em silêncio, se quiser. Depois dessa etapa, é a vez da acusação e da defesa se pronunciarem. Os senadores devem então fazer mais um debate. Ao final, vão votar - é preciso colocar a senha e escolher entre abstenção, sim e não. O resultado vai ser exibido no painel eletrônico.
Para que Dilma seja definitivamente afastada, são necessários pelo menos 54 votos a favor do impeachment. Caso contrário, ela reassume a presidência.
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