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Fonte de informação .
G1 globo.com .
POLÍTICA
contra fala de Gleisi sobre 'moral'
Requerimento pede 'explicações' sobre frase dita em 1º dia de julgamento.
Gleisi disse que senadores 'não tinham moral' para avaliar impeachment.
A senadora Ana Amélia (PP-RS) entrou com um requerimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, nesta sexta-feira (26), para pedir que a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) explique declarações dadas na quinta (25), no início do julgamento do impeachmente de Dilma Rousseff. Em discurso no plenário, Gleisi afirmou que “metade do Senado não tinha moral”para conduzir o processo.
“Eu quero que ela diga quais são os senadores e senadoras que não têm moral para fazer o julgamento da presidente, simplesmente isso. […] A gente nunca dá declaração ‘em qualquer momento’. A gente pensa, tem que pensar no que vai dizer, porque aqui você está fazendo numa Casa política, numa Casa pública, formada por 81 senadoras e senadores”, disse Ana Amélia.
O documento não pede a abertura de um processo por quebra de decoro, mas solicita que Gleisi deponha ao Conselho de Ética e prove as declarações dadas. A fala da senadora paranaense gerou discussão no plenário e levou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, a suspender a sessão na manhã de quinta.
Questionada sobre o pedido de Ana Amélia, Gleisi afirmou que dará as explicações necessárias. “É uma opinião política que eu tenho sobre o Senado, sobre o Congresso Nacional. Nós temos vários senadores investigados, entre eles, eu, e não temos condições de fazer o julgamento da presidenta da República”, disse.
No Senado, os requerimentos são enviados diretamente à Comissão de Ética, sem intermediários. Na Câmara, apenas os partidos com representação no Congresso podem encaminhar representação direta ao Conselho de Ética. Pedidos formulados por deputados, comissões ou cidadãos devem passar antes pela Mesa Diretora.
Discussão
A fala de Gleisi gerou reações imediatas de senadores da base e envolveu outros parlamentares da oposição. O líder do DEM, Ronaldo Caiado, interrompeu a senadora petista e disse não ser “assaltante de aposentados”, referindo-se à prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Marido de Gleisi, ele foi preso sob acusação de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado R$ 100 milhões dos funcionários públicos federais que fizeram empréstimos consignados.
A fala de Gleisi gerou reações imediatas de senadores da base e envolveu outros parlamentares da oposição. O líder do DEM, Ronaldo Caiado, interrompeu a senadora petista e disse não ser “assaltante de aposentados”, referindo-se à prisão do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. Marido de Gleisi, ele foi preso sob acusação de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado R$ 100 milhões dos funcionários públicos federais que fizeram empréstimos consignados.
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Gleisi, então, também alfinetou o líder do DEM. "É [assaltante] de trabalhador escravo", rebateu a petista, fazendo referência ao fato de Caiado ser produtor rural em Goiás.
Um dos mais combativos aliados de Dilma, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) entrou na discussão e acusou Caiado de ter ligação com o contraventor goiano Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira.
“Sua ligação é com o Carlinhos Cachoeira”, gritou Lindbergh, no momento em que o senador do DEM ironizava o marido de Gleisi. “Demóstenes [Torres, senador cassado por suspeita de envolvimento com Carlinhos Cachoeira] sabe da sua vida”, continuou o senador petista.
"Tem que fazer antidoping. Fica aqui cheirando, não", provocou Caiado.
Integrante da bancada do PT, a senadora Fátima Bezerra (RN) também entrou no bate-boca e afirmou que líder do DEM não podia “falar mal do PT”.
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