quinta-feira, 26 de julho de 2018

Estudante da Nicarágua relata tiros durante enterro de jovem e clima de perseguição na universidade

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .
Projetos EAS geração de energia elétrica auto sustentável único no mundo .
Estamos começando de 2018  com esperanças renovadas .
Enquanto a pessoa viva e tentando ajudar para oferecer mais alternativa para o setor elétrico mundial ninguém da importância de uma tecnologia inovadora já existente que funciona comprovadamente só que não usada para gerar energia elétrica sustentável sem destruição do meio ambiente e sem a utilização de represas .
Neste mercado mundial dominado por grandes empresas parece que não é interessante que novos projetos venham colaborar na deficiente geração de energia elétrica mundial que falta de inteligencia de todos os governantes mundiais .
Com a experiencia na construção civil desde 1978 com 40 anos neste setor poço criar diversos projetos únicos no mundo para gerar muita energia elétrica auto sustentável e suprir a demanda mundial , mas sem apoio financeiro o poço fazer , nada .
Porto Alegre RS Brasil , 14/072018 as 09:46 horas .
ATÉ QUANDO FALA BRASIL .

Fonte de informação .

G1 globo.com

MUNDO

Estudante da Nicarágua relata tiros durante enterro de jovem e clima de perseguição na universidade

Ao G1, jovem contou sobre rotina de tensão tanto na cidade onde nasceu como na cidade onde cursa medicina.

Por Lucas Vidigal, G1
 
Não está nos planos de Esther, de 19 anos, retornar à universidade onde estuda na cidade de León, na Nicarágua. Ela cursa medicina, assim como a brasileira Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, morta durante um conflito na capital Manágua na última segunda-feira (23). Com medo de mais ataques aos estudantes, a jovem que já participou de manifestações contrárias ao governo decidiu ficar na cidade onde nasceu: a pequena Jinotega, de cerca de 51 mil habitantes.
No entanto, Esther não está segura sequer em casa. Em Jinotega, um cerco de tropas de apoio ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, matou o adolescente Leyting Chavarría, de 16 anos. E, enquanto o corpo do jovem era velado, nesta quarta-feira (25), uma dezena de paramilitares encapuzados abriu fogo contra os parentes e amigos do rapaz. Até o momento, fontes locais estimam 15 feridos, mas não há um número confirmado.
"A minha mãe escutou os disparos, e eu vi entrar a ambulância no cemitério. Também vi as pessoas correndo. Os policiais queriam levar os amigos do rapaz que estavam no enterro", contou Esther, estudante de medicina, ao G1.
Esther flagra momento em que uma ambulância cruza a rua com um dos feridos no ataque ao cemitério em Jinotega, na Nicarágua (Foto: Arquivo pessoal)Esther flagra momento em que uma ambulância cruza a rua com um dos feridos no ataque ao cemitério em Jinotega, na Nicarágua (Foto: Arquivo pessoal)
Esther flagra momento em que uma ambulância cruza a rua com um dos feridos no ataque ao cemitério em Jinotega, na Nicarágua (Foto: Arquivo pessoal)
Esther é um nome fictício. A estudante pediu ao G1 que não divulgasse seu nome nem seu sobrenome. Além dela, outras fontes ouvidas pela reportagem entre terça e quarta-feira preferiram resguardar o anonimato. Ninguém na Nicarágua quer se expor diante de uma onda de violência sem precedentes.
Mais de 350 pessoas morreram desde o início da crise, em abril. Inicialmente os protestos foram motivados por uma reforma da previdência. Mas cresceram com a repressão da polícia, que é acuasada de atuar em coordenação com grupos armados, e se transformaram em um movimento contra Ortega. O presidente, que está em seu quarto mandato presidencial (o terceiro consecutivo), denuncia forças internas e externas de querer tirá-lo do poder.
O presidente brasileiro Michel Temer afirmou nesta quinta que está tomando providências sobre a morte da pernambucana assassinada em Manágua. "Não é possível que admitamos a morte de uma brasileira sem tomar providências”, disse em visita à África do Sul.
"Não me sinto segura. Ninguém está seguro. Estamos sendo perseguidos inclusive por estarmos denunciando nas redes", alegou Esther.
Até a morte de Leyting e de ao menos outros dois rapazes de Jinotega durante o cerco à cidade, a estudante não havia sentido tão de perto o luto. Por causa da pequena população, os assassinatos deixaram um clima de comoção generalizada.
"Pude sentir na pele o que se sente quando morre alguém conhecido", contou Esther.
O total de vítimas em Jinotega ainda é incerto porque há desaparecidos. Segundo Esther, moradores de áreas próximas a uma montanha da região contam que há corpos escondidos por lá. A polícia, diz a jovem, não dá mais informações à população.
"Eles estão se guiando por aves de rapina para encontrar os cadáveres", relatou a estudante.
O episódio colocou Jinotega como a nova cidade a sofrer cerco das forças governistas. Além da capital Manágua, outras localidades foram alvo das tropas pró-Ortega, como MatagalpaDiriamba, Jinotepe e Masaya.

Sem volta às aulas

Parentes abraçam universitário livre após ficar preso durante a noite toda na Igreja Católica da Divina Misericórdia para fugir de emboscada na Universidade Autônoma Nacional da Nicarágua (Unan), em Manágua, em 14 de julho (Foto: Reuters/Oswaldo Rivas)Parentes abraçam universitário livre após ficar preso durante a noite toda na Igreja Católica da Divina Misericórdia para fugir de emboscada na Universidade Autônoma Nacional da Nicarágua (Unan), em Manágua, em 14 de julho (Foto: Reuters/Oswaldo Rivas)
Parentes abraçam universitário livre após ficar preso durante a noite toda na Igreja Católica da Divina Misericórdia para fugir de emboscada na Universidade Autônoma Nacional da Nicarágua (Unan), em Manágua, em 14 de julho (Foto: Reuters/Oswaldo Rivas)
Mesmo com Jinotega no alvo das tropas de apoio a Daniel Ortega, Esther não vai retornar a León para o reinício das aulas na Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua (Unan), previsto para segunda-feira (30).
A instituição está sem aulas desde 20 de abril, após uma repressão violenta da polícia do governo a manifestantes contrários à reforma da previdência deixar mortos e intensificar a crise política no país.
A Unan, oficialmente, pediu que os alunos voltassem às salas na segunda-feira, mas os estudantes declararam "desobediência estudantil", afirmou Esther. Alguns professores, segundo ela, aderiram ao movimento.
"Estamos em uma situação em que ser jovem universitário equivale a ser inimigo de Ortega", contou Esther.
As universidades da Nicarágua têm se tornado campo de batalha desde o início dos conflitos, principalmente na capital Manágua. Um ataque policial à mesma universidade onde a brasileira Raynéia estudava deixou feridos na semana passada. Em junho, uma ofensiva de forças do governo matou ao menos cinco pessoas.
A violência gerou reações internacionais, principalmente porque o governo da Nicarágua não conseguiu manter o diálogo com a oposição que seria mediado pela Igreja Católica. A ONU teme que uma nova lei anti-terrorismo seja usada contra os manifestantes.
A OEA e o governo dos Estados Unidos pediram que Ortega antecipe as eleições para 2019. O atual presidente rechaça a ideia, e diz que o pleito vai ocorrer quando previsto no calendário eleitoral: em 2021.

Ataque a hospital

Protestos na Nicarágua (Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga)Protestos na Nicarágua (Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga)
Protestos na Nicarágua (Foto: AP Photo/Alfredo Zuniga)
O medo de Esther piorou depois do 20 de abril, último dia em que a universidade em León funcionou normalmente. "Nós protestávamos durante a manhã nas ruas da cidade. Havia colegas de todos os cursos, de outras universidades e vários professores", relembrou a estudante.
À tarde, ela e colegas foram almoçar no hospital universitário onde trabalhavam. A jovem diz que, ao retornar às ruas, encontrou "pessoas do governo" discutindo com médicos e professores dentro da unidade de saúde.
"Diziam a eles para fechar a porta da faculdade. Disseram também que, se nos machucássemos, não cuidariam de nós", relatou Esther.
O professor, conta a jovem, se negou. Trinta minutos depois, ela recebeu um áudio de amigos que ficaram no hospital. "Estão nos atacando", dizia. Alguns colegas se esconderam dentro da mesma unidade de saúde. Outros tiveram de procurar refúgio em casas vizinhas ou na catedral da cidade.
Naquele mesmo dia, o centro acadêmico da universidade pegou fogo. Os ativistas acusam os paramilitares pró-Ortega de incendiarem a casa onde a agremiação funcionava. Um estudante morreu.
"Eles têm lágrimas nos olhos quando contam o que experimentaram naquele dia", disse Esther.

Medo continua

Manifestantes se abraçam perto de memorial ao estudante universitário Jonathan Morales durante protesto contra o presidente Daniel Ortega em Manágua, na Nicarágua (Foto: Oswaldo Rivas/Reuters)Manifestantes se abraçam perto de memorial ao estudante universitário Jonathan Morales durante protesto contra o presidente Daniel Ortega em Manágua, na Nicarágua (Foto: Oswaldo Rivas/Reuters)
Manifestantes se abraçam perto de memorial ao estudante universitário Jonathan Morales durante protesto contra o presidente Daniel Ortega em Manágua, na Nicarágua (Foto: Oswaldo Rivas/Reuters)
Por ter participado dos protestos de abril, Esther ainda teme ser reconhecida por militantes pró-Ortega. Há colegas no meio acadêmico que apoiam o atual presidente.
"Muitas pessoas me conhecem, inclusive os partidários de Ortega. E sabem que não estou com eles, que estou totalmente contra o governo e sua repressão", afirmou a jovem.
Apesar de conviver com o medo, tanto em Jinotega quanto em León, Esther está decidida a permanecer na Nicarágua. Assustada com a violência — principalmente depois de ouvir os tiros do ataque ao cemitério na quarta-feira —, a mãe da jovem quer que a estudante saia do país.
"Não penso em abandonar meu país. É agora que ele precisa de mim", afirmou Esther.
Mapa da Nicarágua (Foto: G1 )Mapa da Nicarágua (Foto: G1 )
Mapa da Nicarágua (Foto: G1 )
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