terça-feira, 30 de maio de 2017

TCE-RJ decide recomendar a rejeição das contas de Pezão em 2016 por unanimidade

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15/05/2017 07:54 horas .

Fonte de informação

G1 globo.com

TCE-RJ decide recomendar a rejeição das contas de Pezão em 2016 por unanimidade

Relatora da Corte disse que RJ não tem controle sobre a política de isenções fiscais. Não aplicação do mínimo constitucional na Saúde foi alvo de críticas.

Presidente do TCE-RJ, Marianna Montebello Willeman votou pela rejeição das contas do estado de 2016 (Foto: Gabriel Barreira/G1)Presidente do TCE-RJ, Marianna Montebello Willeman votou pela rejeição das contas do estado de 2016 (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Presidente do TCE-RJ, Marianna Montebello Willeman votou pela rejeição das contas do estado de 2016 (Foto: Gabriel Barreira/G1)
O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) decidiu por unanimidade por recomendar à Assembleia Legislativa (Alerj) a rejeição das contas de 2016 da chapa Luiz Fernando Pezão (PMDB) e Francisco Dornelles (PP), na tarde desta terça-feira (30).
A matéria agora vai à Alerj, onde será apreciada pela Comissão de Orçamento e, em seguida, será votada em plenário, sem data definida.
"Lamentavelmente não há o que se fazer com as contas a não ser rejeitar", disse o conselheiro Rodrigo Mello do Nascimento.
Presidente interina da Corte após a prisão de cinco dos seis conselheiros e relatora do processo, Marianna Montebello Willeman fez críticas à falta de informações sobre o decreto que determinou o estado de calamidade pública e também à política de isenções fiscais. Ela votou pela rejeição das contas durante o período, que teve a gestão foi dividida entre o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e seu vice, Francisco Dornelles (PP).
Os demais conselheiros seguiram o voto. Com base em dados da Secretaria de Fazenda, ela disse que o Governo deixou de arrecadar quase R$ 10 bilhões. Os benefícios concedidos entre 2011 e 2016 valiam por 15 anos ou prazo indeterminado.
"Estado do Rio não dispõe atualmente de mecanismos de aferição de renúncias fiscais", criticou.
O voto seguiu o entendimento do corpo técnico da casa, que pediu a rejeição das contas, como mostrou o G1 na segunda. Na diligência interna, tanto o corpo instrutivo, quanto o procurador-geral Sérgio Paulo de Abreu Martins Teixeira pedem a rejeição das contas.
O principal argumento é o descumprimento da aplicação mínima constitucional na área da Saúde, de 12%. A aplicação, dizem eles, foi de 10,42%. Outras três irregularidades foram citadas:
  • despesas com Saúde financiadas com recursos não movimentados por meio do Fundo Estadual de Saúde
  • descumprimento da lei de responsabilidade fiscal ao não destinar à Faperj 2% das receitas tributárias líquidas
  • repasse para o afundei inferior ao determinado por lei
Pezão terá as contas submetidas à Alerj; presidente da Casa, Jorge Picciani (ao fundo), ainda precisa marcar data para a votação (Foto: Rafael Wallace / Alerj / Divulgação)Pezão terá as contas submetidas à Alerj; presidente da Casa, Jorge Picciani (ao fundo), ainda precisa marcar data para a votação (Foto: Rafael Wallace / Alerj / Divulgação)
Pezão terá as contas submetidas à Alerj; presidente da Casa, Jorge Picciani (ao fundo), ainda precisa marcar data para a votação (Foto: Rafael Wallace / Alerj / Divulgação)
Em nota, o Governo do Estado do Rio de Janeiro argumentou que "as circunstâncias do ano de 2016 apresentam uma inequívoca queda de receita do Estado em relação aos exercícios anteriores". "Houve uma abrupta redução de quase 70% na arrecadação de royalties entre 2013 e 2016, sendo que o petróleo brent caiu de US$ 109 em 2013 para US$ 42 em 2016. A queda nessa importante fonte de receita para o Estado do Rio tornou a crise estadual ainda mais profunda do que a depressão econômica registrada em todo o país", diz o texto.
O comunicado também lembra a queda do ICMS e da receita líquida do Tesouro estadual. Segundo o governo, as contas do estado sofreram ainda R$ 8,4 bilhões em arrestos e bloqueios em 2016, "tornando o caixa estadual inacessível por 47 dias corridos ao longo do ano". Por fim, a Secretaria de Estado de Fazenda diz que tem divergências em relação ao método de verificação do órgão do cumprimento dos índices registrados na contabilidade pública. "Essas divergências serão apontadas na Alerj, foro de julgamento da contabilidade estadual", conclui a nota.
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