sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Inflação oficial fecha 2018 em 3,75%

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Fonte de informação .
G1 globo.com

ECONOMIA
Por Darlan Alvarenga e Daniel Silveira, G1
 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do Brasil, fechou 2018 em 3,75%, abaixo do centro da meta fixada pelo governo, que era de 4,5%. Em 2017, o índice ficou em 2,95%.
Inflação acumulada
em %
em % ao anoIPCAMeta central de inflação19981999200020012002200320042005200620072008200920102011201220132014201520162017201802,557,51012,515
Fonte: IBGE e Banco Central / Obs.: As metas de 2003 e 2004 foram alteradas durante o ano
O resultado, divulgado nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veio dentro do esperado pelo mercado e cumpriu com folga a meta de inflação perseguida pelo Banco Central, ficando dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema, que era entre 3% e 6%.
A previsão dos analistas era de uma inflação de 3,69%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
Gasolina acumulou alta de 7,24% em 2018 e foi um dos itens que mais pressionaram a inflação no ano — Foto: Reprodução/RBS TVGasolina acumulou alta de 7,24% em 2018 e foi um dos itens que mais pressionaram a inflação no ano — Foto: Reprodução/RBS TV
Gasolina acumulou alta de 7,24% em 2018 e foi um dos itens que mais pressionaram a inflação no ano — Foto: Reprodução/RBS TV

Plano de saúde, energia e gasolina foram os vilões

Segundo o IBGE, a inflação de 2018 foi pressionada principalmente pelos preços dos produtos e serviços de habitação, transportes e alimentos. Juntos, estes três grupos foram responsáveis por 66% do IPCA do ano.
Individualmente, o preço do plano de saúde foi o item de maior impacto na inflação do ano, segundo o IBGE. Com alta acumulada de 11,17%, os planos de saúde responderam por 0,44 p.p. do índice geral de 2018.
Na sequência, os outros dois itens com maior impacto individual no indicador foram a energia elétrica, com alta de 8,7% e impacto de 0,31 p.p. no índice, e a gasolina, que aumentou 7,24% nos 12 meses impactando em 0,31 p.p. o IPCA acumulado do ano. O óleo diesel fechou o ano acumulando alta de 6,61%, enquanto o etanol teve queda de 0,40%.
Outros destaques de alta no ano, foram passagem aérea (16,92%), ônibus urbano (6,32%), eletrodomésticos (6,28%) e cursos regulares (5,68%).
Em alimentos, as altas que mais pesaram no índice geral foram as do tomate (71,76%), frutas (14,10%) e refeição fora (2,38%).
Veja abaixo a inflação acumulada em 2018 por grupos pesquisados e o impacto percentual de cada item:
  • Alimentação e Bebidas: 4,04% (0,99 p.p.)
  • Habitação: 4,72% (0,74 p.p.)
  • Artigos de Residência: 3,74% (0,15 p.p.)
  • Vestuário: 0,61% (0,04)
  • Transportes: 4,19% (0,76 p.p.)
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 3,95% (0,48 p.p.)
  • Despesas Pessoais: 2,98% (0,33 p.p.)
  • Educação: 5,32% (0,26 p.p.)
  • Comunicação: -0,09% (0 p.p.)
Inflação oficial mês a mês
Variação mensal dos preços, em %
0,290,290,320,320,090,090,220,220,40,41,261,260,330,33-0,09-0,090,480,480,450,45-0,21-0,210,150,15Jan/18Fev/18Mar/18Abri/18Mai/18Jun/18jul/18ago/18set/18out/18nov/18dez//8-0,5-0,2500,250,50,7511,251,5
Fonte: IBGE

Inflação em dezembro

O IPCA de dezembro foi de 0,15%, a menor variação para um mês de dezembro desde o início do Plano Real, em 1994. Em novembro, o país registrou deflação de 0,21%, a menor taxa para o mês desde 1994.
Em outubro, o índice acumulado em 12 meses chegou a 4,56%, mas desacelerou nos dois últimos meses do ano, favorecido pela queda do preço da gasolina e recuo do dólar.
"Ao longo do ano, foram deixadas para trás todas as quedas na alimentação registradas ao longo de 2017. Alguns itens, como o tomate, subiu mais de 70% no ano. Considerando que a retomada do emprego se dá pela informalidade, isso traz uma preocupação para as famílias na hora de consumidor, priorizando itens essenciais como alimentação", afirmou o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
Ele destacou que outra forte influência em 2018, não registrada no ano anterior, foi da energia elétrica. "Em 2018, ela ficou sob bandeira tarifária vermelha dois durante cinco meses", destacou.

Perspectivas para 2019

Para 2019, os economistas das instituições financeiras projetam um IPCA em 4,01%, segundo a pesquisa Focus. O centro da meta deste ano é um pouco menor, de 4,25%. A meta terá sido cumprida se o IPCA ficar entre 2,75% a 5,75%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o BC eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 6,5% ao ano.
LImites da inflação — Foto: Arte G1LImites da inflação — Foto: Arte G1
LImites da inflação — Foto: Arte G1

Inflação por capitais

Entre os índices regionais, Porto Alegre (4,62%) teve a maior variação em 2018. Aracaju (2364%) e São Luís registraram as menores variações.
Veja a inflação acumulada em 2018 por região:
  • Porto Alegre: 4,62%
  • Rio de Janeiro: 4,30%
  • Vitória: 4,19%
  • Salvador:4,04%
  • Belo Horizonte: 4%
  • São Paulo: 3,68%
  • Rio Branco: 3,44%
  • Curitiba: 3,38%
  • Goiânia: 3,14%
  • Brasília: 3,06%
  • Belém: 3%
  • Campo Grande: 2,98%
  • Fortaleza: 2,90%
  • Recife: 2,84%
  • São Luís: 2,65%
  • Aracaju: 2,64%
O IBGE destaca, entretanto, que os índices de Aracaju, São Luís e Rio Branco consideram apenas a inflação acumulada a partir de maio de 2018.
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INPC fica em 3,43% em 2018

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado como referência para os reajustes salariais e dos benefícios previdenciários, ficou em 3,43% em 2018. Em 2017, ficou em 2,07%.
Em dezembro, o índice apresentou variação de 0,14%.
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