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G1 globo.com
MPF apresenta denúncia contra lobistas ligados ao PMDB
Ao todo, nove pessoas foram denunciadas à Justiça. Caso veio à tona durante a 38ª fase da Operação Lava Jato.
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu denunciar nesta sexta-feira (31) à Justiça dois lobistas supostamente ligados ao PMDB. A denúncia tem como base as investigações que geraram a 38ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Blackout, deflagrada em fevereiro deste ano. Além dos dois, outras sete pessoas também são citadas na denúncia.
Na ocasião, a Polícia Federal prendeu os operadores financeiros Jorge Luz e Bruno Luz. Segundo o MPF, os dois atuaram como lobistas para beneficiar o Grupo Schahin junto à Petrobras, em contratos de aluguel e construção de sondas para a exploração de petróleo, que custaram, somados, mais de US$ 2 bilhões.
As nove pessoas foram acusadas por crimes como corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Caso o juiz Sérgio Moro aceite a denúncia, os acusados passam a ser réus em uma ação penal junto à Justiça Federal de Curitiba.
História antiga
Esses fatos já foram apurados em outras ações penais em curso na Operação Lava Jato, onde foram condenados os lobistas Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e Júlio Camargo, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, entre outras pessoas. Segundo a denúncia, Jorge e Bruno Luz atuaram com os outros lobistas para distribuir a propina gerada por esses contratos a políticos ligados ao PMDB e também para gerentes da Petrobras.
Dessa vez, o foco da denúncia atinge funcionários da Petrobras subordinados a Cerveró à época dos contratos. No primeiro depoimento na condição de delator da Lava Jato, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou ao juiz Sérgio Moro que o senador Renan Calheiros, do PMDB, recebeu propina de dinheiro desviado da Petrobras através de Jorge Luz.
“O Jorge Luz era um operador dos muitos que atuam na Petrobras. Eu conheci o Jorge Luz, inclusive nós trabalhamos, também faz parte de uma propina que eu recebi, que faz parte da minha colaboração na Argentina. E foi o operador que pagou os US$ 6 milhões, da comissão. Da propina da sonda Petrobras 10.000, foi o Jorge Luz encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros...”, disse Cerveró.
“O Jorge Luz era um operador dos muitos que atuam na Petrobras. Eu conheci o Jorge Luz, inclusive nós trabalhamos, também faz parte de uma propina que eu recebi, que faz parte da minha colaboração na Argentina. E foi o operador que pagou os US$ 6 milhões, da comissão. Da propina da sonda Petrobras 10.000, foi o Jorge Luz encarregado de pagar ao senador Renan Calheiros...”, disse Cerveró.
Entre os beneficiários dessa propina está o ex-deputado federal Eduardo Cunha, que foi condenado na quinta-feira (30), a mais de 15 anos de prisão. De acordo com as investigações, ele recebeu US$ milhões do esquema.
Outra pessoa condenada de operar é o pecuarista José Carlos Bumlai, que tinha realizado um empréstimo no valor de R$ 12 milhões com o Banco Schahin, que pertence ao mesmo grupo beneficiado com os contratos da Petrobras.
Embora não tenha feito acordo de delação, em depoimentos, Bumlai confirmou que fez o empréstimo a pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), mas a dívida nunca foi paga. Na condenação, o juiz Sérgio Moro considerou que o dinheiro foi repassado ao PT como contrapartida pelo contrato firmado entre a Schahin Engenharia e a Petrobras.
O nome da operação
Conforme a PF, o nome da operação foi uma referência ao sobrenome dos dois operadores.
"A simbologia do nome tem por objetivo demonstrar a interrupção definitiva da atuação destes investigados como representantes deste poderoso esquema de corrupção", disse a PF.
"A simbologia do nome tem por objetivo demonstrar a interrupção definitiva da atuação destes investigados como representantes deste poderoso esquema de corrupção", disse a PF.
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