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BC estima inflação ao redor de 4% em 2017 e alta menor do PIB
No relatório de inflação, autoridade monetária baixou de 0,8% para 0,5% previsão de expansão do PIB neste ano e sinalizou corte maior nos juros.
O Banco Central estimou nesta quinta-feira (30) que a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará ao redor de 4% neste ano e, também, que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um crescimento menor em 2017. As informações constam no relatório de inflação do primeiro trimestre.
No caso da inflação, a autoridade monetária projetou que o IPCA ficará entre 3,9% e 4% em 2017. Em dezembro do ano passado, a previsão era de que a inflação oscilaria entre 4,4% e 4,7% neste ano. Para 2018, a previsão do Banco Central é de que a inflação oficial do Brasil ficará entre 4% e 4,5%.
Para 2017 e para o próximo ano, a meta central é de 4,5% e o teto é de 6%. Deste modo, o BC estimou uma inflação abaixo do objetivo central para este ano. Em 2015, o IPCA somou 10,67% e estourou o teto de 6,5% vigente para o período. Já no ano passado, a inflação oficial retornou para o limite do sistema de metas, ao somar 6,29% - abaixo do teto de 6,5% fixado para 2016.
"A inflação continua a apresentar dinâmica favorável, com menor persistência no processo inflacionário. Aprofundou-se o processo de difusão na desinflação e houve consolidação da desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária [redução da taxa básica de juros pelo BC]", informou a instituição.
Produto Interno Bruto
No que se refere ao nível de atividade da economia brasileira, a estimativa do BC é de que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano terá uma expansão de 0,50%.
Em dezembro do ano passado, a autoridade monetária estimava uma alta maior, de 0,8%, para o PIB deste ano. Na última semana, o mercado financeiro previu uma alta de 0,47%.
"A evidência sugere retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017. A economia permanece operando com elevado nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego", avaliou a autoridade monetária.
O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do país e serve para medir o comportamento da atividade econômica.
Em 2015 e 2016, o PIB registrou contração de, respectivamente, de 3,8% e de 3,6%. Com isso, mesmo estimando uma alta menor, a autoridade monetária prevê o retorno do crescimento para a economia brasileira. O Ministério da Fazenda projeta uma expansão de 0,5% parao PIB deste ano.
Taxa de juros
A queda nas previsões de inflação do Banco Central, com um valor abaixo meta central de 4,5% para este ano, é um indicativo de que o BC pode acelerar o processo de corte dos juros básicos da economia, atualmente em 12,25% ao ano.
No relatório de inflação, o BC informou que a consolidação do cenário de desinflação mais difundida "fortalece a possibilidade de uma intensificação moderada do ritmo de flexibilização da política monetária, em relação ao ritmo imprimido nas duas últimas reuniões do Copom".
Ou seja, o BC sinalizou que deve mesmo intensificar o ritmo de corte dos juros, como espera o mercado financeiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já efetuou quatro reduções seguidas na taxa Selic, sendo as últimas de 0,75 ponto percentual.
Para o fim de 2017 e de 2018, o mercado projeta que a taxa básica de juros da economia recue para 9% e em 8,75% ao ano, respectivamente.
As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, colegiado formado por diretores e presidente do BC, são "prospectivas", ou seja, são tomadas olhando para as expectativas de inflação para os próximos meses e anos.
Neste momento, o BC já olha o cenário do final de 2017 e de 2018 para tomar as próximas decisões sobre a taxa de juros (com meta central de 4,5% e teto de 6% para a inflação).
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