Uma pesquisa apontou que os brasileiros estão com mais medo do desemprego.
Não se engane. A tranquilidade aparente de quem passa esconde um sentimento que está inquietando muito brasileiro.
Repórter: Você tem medo de perder o emprego?
“É, dá um pouquinho de medo, porque no momento agora está muito fraco o movimento”, disse a manicure Marinalda de Jesus.
Hoje, o Brasil tem 13,5 milhões de desempregados, segundo o
IBGE.
“Meu cunhado perdeu emprego, conseguiu agora se recolocar, mas depois de alguns meses”, contou a gerente de equipe Kelly Angelis.
E é porque o desemprego chegou perto assim, que acendeu o sinal amarelo. O medo de perder o trabalho passou a assombrar. Nos últimos meses, ficou ainda maior, segundo uma pesquisa feita pelo Ibope encomendada pela
CNI - a Confederação Nacional da Indústria.
Subiu quase dois pontos entre março e julho, passando de 66 pontos, em uma avaliação que vai até 100. Foi o quarto mais alto índice registrado desde 1996.
Nesses últimos meses também aumentou o número de jovens e de profissionais com poucos anos de estudo dizendo que sim, estão com medo de perder os empregos. Exatamente os grupos com menos qualificação e que as empresas costumam cortar na hora da crise.
“Tenho amigos que foram demitidos, a gente ouve falar de empresas grandes que fizeram uma onda grande de demissão. A galera está meio em alerta”, disse a produtora de elenco Eleny Morais.
A pesquisa mostrou também que o medo de ficar sem trabalho cresceu mais nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Lá, o indicador subiu quase dez pontos em julho, comparado com março.
“Tem muitos colegas que já perderam emprego já”, contou o confeiteiro Gerônimo da Silva.
Essa sensação de que o emprego pode estar na berlinda, deve demorar a passar, na avaliação da CNI.
“A gente entrou em uma crise muito profunda, as famílias muito endividadas, as empresas endividadas. Então, em um primeiro momento, em uma recuperação essa dívida vai ter que ser paga até voltar a consumir novamente, até as empresas voltarem a investir novamente e contratar. Então você vai ter uma recuperação lenta durante esse período e com isso, obviamente, o sentimento do medo do desemprego, o sentimento de crise ainda persiste nas pessoas”, disse o gerente de pesquisa da CNI Renato da Fonseca.
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