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15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
G1 globo.com
Procurador diz que força-tarefa da Lava Jato recusou convite para ir ao Jaburu às vésperas do impeachment
Segundo procurador, emissário do Palácio era Rocha Loures, filmado com mala com R$ 500 mil. Carlos Fernando dos Santos Lima falou sobre o convite ao ser questionado sobre a visita de Dodge ao Jaburu.
Por G1 SP, São Paulo
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou nesta segunda-feira (14) em São Paulo que o grupo foi convidado a comparecer à noite, às vésperas da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ao Palácio do Jaburu, residência oficial onde o presidente Michel Temer vive desde quando era vice de Dilma.
O convite, segundo o procurador, foi feito pelo ex-deputado e ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por corrupção passiva depois de ter sido filmado saindo de um restaurante com uma mala contendo R$ 500 mil. Segundo a PGR, o dinheiro era parte de propina e destinava-se a Temer. A defesa do presidente nega.
O G1 procurou o Palácio do Planalto para se posicionar sobre o convite feito ao procurador Carlos Fernando dos Santos Lima e aguarda retorno.
"Nós estávamos recebendo um prêmio em Brasília, e houve um emissário do presidente, que não era presidente ainda, que nos convidou a ir ao Palácio [do Jaburu]. Nós acreditamos que não era conveniente, que naquele momento não havia por que conversar com presidente ou eventual presidente. [...] E acreditávamos que aquele tipo de reunião, naquele momento, não haveria repercussão positiva para a Lava Jato", disse.
Na entrevista coletiva em São Paulo, o procurador foi questionado por jornalista se o interlocutor que fez o convite foi Rocha Loures. "Rodrigo Rocha Loures", confirmou Lima.
Encontro da nova procuradora-geral com Temer
Carlos falou sobre o convite ao ser questionado sobre a visita da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, fora da agenda oficial, no último dia 8. No dia seguinte, Dodge afirmou que foi à residência oficial da Presidência para tratar de sua posse na chefia do Ministério Público. Raquel Dodge sucederá o atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cujo mandato à frente da PGR se encerra em 17 de setembro.
Depois de concordar com a ideia do presidente Michel Temer de ser empossada em cerimônia no Palácio do Planalto, Dodge voltou atrás e anunciou que sua posse será no auditório da PGR, no dia 18 de setembro.
"É claro que ela [Raquel Dodge] tem que se explicar. Ela deu uma explicação e ela que deve, então, ser cobrada das consequências desse ato", disse o procurador. "Eu tenho para mim que encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público", completou.
"Eu não sou corregedor do MP. Eu posso dizer por nós. Tivemos uma situação semelhante e nos recusamos a comparecer. Nós temos agora que avaliar as consequências dentro da política que o MP vai ter a partir da gestão dela", completou.
Questionado se foi apresentada alguma justificativa para o convite, ele disse que não. "Só houve um convite e nós recusamos".
O procurador da Lava Jato participa do Fórum de Compliance da Amcham (American Chamber of Commerce for Brazil), na sede da entidade, em São Paulo. Carlos participa do painel "as investigações anticorrupção do Ministério Público Federal (MPF)".
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