Prestadores de serviço dizem à PF que receberam dinheiro vivo por reforma na casa de Maristela Temer

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SÃO PAULO

Prestadores de serviço dizem à PF que receberam dinheiro vivo por reforma na casa de Maristela Temer

Operários e fornecedores foram ouvidos em sala da PF no Aeroporto de Congonhas. Filha de Temer disse que não teve ajuda do pai para reformar casa.

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Por Patrícia Falcoski, Jornal Nacional, São Paulo

04/05/2018 21h04  Atualizado há 14 horas

Prestadores de serviços depõem sobre obra na casa da filha de Temer

Dois prestadores de serviço declaram à Polícia Federal que receberam pagamento em dinheiro vivo pelos serviços na reforma da casa de Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer. Os prestadores e fornecedores, foram ouvidos entre quarta (2) e sexta-feira (4) em uma sala da Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas.

Os depoimentos foram tomados pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que está à frente do inquérito que apura se as empresas do setor portuário pagaram propina em troca de um decreto presidencial. A PF investiga se a reforma da casa de Maristela Temer foi usada para lavar dinheiro de propina.

Delatores da JBS afirmaram que em 2014, mesmo ano da reforma, pagaram R$ 1 milhão ao Coronel João Batista Lima Filho e que o dinheiro seria para o presidente.

O Jornal Nacional apurou que pelo menos duas pessoas confirmaram à Polícia Federal que receberam dinheiro vivo pelos serviços da reforma, e quem fez os pagamentos foi a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do Coronel Lima.

Maristela Temer, filha do presidente Michel Temer, presta depoimento em São Paulo

Uma delas é o empresário Piero Cosulish, que forneceu o material de acabamento para a obra. No depoimento, ele disse que Maria Rita Fratezi entregou o dinheiro na loja dele.

No depoimento de quinta-feira (3), Maristela negou que o pai, o presidente Michel Temer, tenha pago pela reforma.

Maristela Temer foi ouvida pela PF nesta quinta (3) (Foto: Reprodução/GloboNews)

Ela disse que pagou a reforma da casa com o dinheiro dela. E que pegou emprestado R$ 100 mil com a mãe, e fez dois empréstimos no banco.

Disse também que, como amiga da família, Maria Rita ajudou a pagar alguns fornecedores, e até conseguiu descontos, num período em que ela, Maristela, morou fora de São Paulo.

Coronel Lima e sua mulher, Maria Rita Fratezi (Foto: TV Globo/Reprodução)

O Jornal Nacional apurou que até agora Maristela não apresentou nenhum comprovante de pagamento da reforma.

Nesta sexta-feira, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou contra o pedido de arquivamento do inquérito feito pela defesa de Michel Temer.

Raquel Dodge se manifestou a favor da prorrogação do inquérito por 60 dias, solicitada pela Polícia Federal por considerar que ainda existem diligências que precisam ser feitas. Nos dois casos, a decisão caberá ao ministro Luis Riberto Barroso, relator do inquérito no STF.

A defesa de João Batista Lima Filho e de Maria Rita Fratezi voltou a afirmar que eles jamais cometeram irregulairidades ou participaram de qualquer ato ilícito.

O Palácio do Planalto declarou que o presidente Michel Temer Jamais recebeu propina de quem quer que seja.

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