ORDEM E PROGRESSO .
ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .
Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .
Estamos começando de 2018 com esperanças renovadas .
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Fonte de informação .ACORDA BRASIL MUDA .
G1 globo.com
Indígenas lutam pelo direito de viver na primeira cidade do Brasil
Aldeia Paranapuã, em São Vicente, no litoral paulista, reclama do descaso das autoridades.
Por Bruno Andrade, Gabriel Gatto, Paulo Victor e Rafael Torres (*)
Pequenos barracos de madeira abrigam mais de dez pessoas cada. Lixo se espalha pelo chão. Um pequeno monte de latas se acumula perto de onde as crianças brincam. Varais são esticados entre as casas de telhado baixo. Duas salas de aula escuras, sem vidros nas janelas, esperam os alunos que ocupam as poucas carteiras e recebem material didático por meio de doações. Esse é o cenário que levou o cacique Gilson Samuel dos Santos, de 30 anos, da Aldeia Paranapuã, em São Vicente, no litoral de São Paulo, a cobrar melhores condições de vida e espaço para que a tribo possa manter suas tradições.
A aldeia é sobreposta à área de conservação do Parque Estadual Xixová-Japuí, criado em 1993. Ele não possui demarcação específica, o que limita as atividades dos indígenas ligadas ao uso da terra. A regulamentação ambiental do parque impede até mesmo a criação de hortas de subsistência.
“A gente tem burocracia para praticamente tudo”, afirma Gilson. “Se quisermos uma terra para plantar, eles já mandam documentos contestando e negando o uso. Se a gente tirar uma folha do lugar, vai preso”.
A situação precária, no entanto, não é exclusividade dos membros da Aldeia Paranapuã, diz o cacique. Para ele, a saída é a participação indígena mais efetiva, como meio de reconhecimento da presença dos índios na sociedade. “Nós não estamos aqui para destruir. Só queremos um espaço para manter nossa cultura, nossa identidade viva”.
Gilson diz que, como a maioria dos índios da aldeia é jovem, é possível desenvolver atividades que façam parte das tradições da tribo, mas que também possam ajudar a cidade de São Vicente, a mais antiga do país, com 486 anos. “Nós precisamos desse espaço para praticar nossa cultura”, afirma.
A visão de Gilson é compartilhada por outros integrantes da aldeia, que também esperam um olhar mais atento das autoridades, como Dida Karai Jexaka, de 41 anos. Dida afirma que falta a compreensão necessária para enxergar as necessidades de seu povo.
“Precisamos garantir nosso território. Essa é nossa essência, esses são nossos costumes. Competimos com a tecnologia, mas o maior problema é a competição com políticos que querem tirar vantagem sobre as nossas terras”.
Gilson também representa os interesses de sua tribo em reuniões e audiências públicas onde, segundo ele, rivaliza com o preconceito. Ele conta que, em uma das reuniões na Câmara de São Vicente, um empresário afirmou que a terra dos índios era um bom espaço para a construção de condomínios e shoppings, e que isso traria grande desenvolvimento para a cidade.
“Na mesma hora, as pessoas ficaram de boca aberta, sem acreditar no que ele estava dizendo”, lembra. “Então, vesti o cocar, levantei e disse: também estou aqui. Todo mundo me aplaudiu de pé”.
Além de participarem de atos e manifestações, os membros da Aldeia Paranapuã também exercem seu direito de votar. Os maiores de 18 anos vão até as zonas eleitorais, em São Vicente, ao contrário do que acontece em tribos com áreas demarcadas, para onde são enviadas urnas específicas.
Segundo Gilson, é comum que políticos façam campanha na aldeia, mas a tribo avalia e escolhe quem representa melhorias significativas para a comunidade.
*Sob supervisão de Ivair Vieira Jr, do G1 Santos
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