Presidente da Itália deve convocar ex-integrante do FMI para formar governo

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Presidente da Itália deve convocar ex-integrante do FMI para formar governo

Presidente Sergio Mattarella convocou Carlo Cottarelli para um encontro no seu gabinete, após Giuseppe Conte renunciar ao cargo.

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Por G1

28/05/2018 05h00  Atualizado há 1 hora

O presidente italiano Sergio Mattarella recebe nesta segunda-feira (28) o ex-chefe do FMI Carlo Cottarelli no palácio presidencial em Roma (Foto: Italian Presidential Press Office/Handout via Reuters)

O presidente da Itália deve pedir nesta segunda-feira (28) a um ex-integrante do Fundo Monetário Internacional (FMI) que lidere um governo provisório em meio a turbulências políticas e constitucionais, com eleições antecipadas parecendo inevitáveis.

O presidente Sergio Mattarella convocou Carlo Cottarelli para um encontro no seu gabinete depois que, neste domingo, Giuseppe Conte renunciou ao cargo sem conseguir formar um governo de coalizão. Os dois partidos que formariam uma coalizão desistiram dos planos por causa de um veto do presidente sobre a escolha do ministro da economia.

Giuseppe Conte chega ao palácio presidencial da Itália nesta quarta-feira (23) para falar com o presidente Sergio Mattarella (Foto: Fabio Frustaci/ANSA via AP)

Em um discurso televisionado, Mattarella disse que rejeitou Paolo Savona, de 81 anos, porque ele ameaçou tirar a Itália da zona do euro. Savona havia declarado que considera o euro uma "prisão alemã". Em uma obra citada pela imprensa italiana, o economista destaca "um plano B para sair do euro, caso nos vejamos obrigados, voluntariamente ou pela força".

Segundo o ordenamento político do país, o presidente da República da Itália tem a atribuição de aprovar a lista de ministros. Mattarella anunciou que prepara uma proposta de governo para as próximas horas e que não se exclui a convocação de novas eleições.

Mattarella tinha designado Conte, de 53 anos, para tentar formar um Executivo com a formação antissistema Movimento 5 Estrelas (M53) e a de extrema direita Liga, quase três meses depois das eleições, que aconteceram em 4 de março.

Onda de indignação

A oposição de Mattarella a Savona gerou uma onda de indignação e é possível que alimente o clima de críticas à União Europeia e à Alemanha como países que se opuseram à vontade dos cidadãos.

O líder dos indignados anunciou que pedirá ao Parlamento o impeachment de Mattarella por violar o artigo 90 da Constituição, isto é, por "alta traição", ao vender a Itália aos interesses de potências estrangeiras.

Le Pen: 'golpe de Estado'

A líder da extrema direita na França, Marine Le Pen, denunciou nesta segunda "um golpe de Estado" da União Europeia (UE) na Itália.

"A União Europeia e os mercados financeiros voltam a confiscar a democracia. O que acontece na Itália é um golpe de Estado, um roubo do povo italiano por instituições ilegítimas. Diante dessa negação da democracia, a raiva dos povos cresce em toda Europa!", tuitou a presidente da Frente Nacional (FN).

O presidente Sergio "Mattarella está dando um golpe de Estado institucional, deve ser o garante das instituições, deve estar a serviço da Constituição italiana, mas hoje está a serviço da UE e da Comissão Europeia", declarou o vice-presidente da FN, Nicolas Bay, ao canal de televisão francês France 2.

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