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Marco Marques .
Esta e parte que não entendo .
Se o investidor quer ganhar muito dinheiro porque não investe nos Projetos EAS , INOVAÇÃO , SUSTENTABILIDADE , ECOLOGICAMENTE CORRETO ZERO IMPACTO AMBIENTAL .
Porto Alegre .
Rio Grande do Sul Brasil .
15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
G1 globo.com
Os descaminhos do PSDB
Ao longo dos governos petistas, o PSDB foi o principal partido de oposição, embora jamais a tenha exercido com determinação ou disciplina. Derrotado quatro vezes nas urnas (duas por Luiz Inácio Lula da Silva, duas por Dilma Rousseff), era o favorito a retornar ao Planalto em 2018. Hoje, não é preciso fazer muito esforço para perceber que o PSDB está perdido. Sem rumo, sem estratégia, sem caminho. O que aconteceu?
O maior responsável pelo impasse é, naturalmente, o próprio PSDB. Os descaminhos podem ser atribuídos à interação entre três fatores: 1) características intrínsecas do partido; 2) erros cometidos e reiterados ao longo dos anos; e 3) fatores externos que o atingiram – e não apenas a Operação Lava Jato.
O PSDB jamais foi um partido orgânico como o PT. Nascido de uma costela do PMDB, é desde o início uma agremiação de gabinetes – não de comícios e manifestações. Enquanto Lula e os petistas apelam ao povo, à militância e à oratória, os tucanos apelam aos caciques, aos conchavos e ao cochicho. Prova disso são as imagens a eles associadas – do jantar que sagrou a candidatura de Geraldo Alckmin em 2006 à reunião em torno de Aécio Neves depois da delação da JBS.
Tal característica sempre levou os tucanos a fingir, em público, que conflitos não existiam. Mais uma vez, é ilustrativo o contraste com os petistas. Enquanto estes realizam votações até para decidir cores e formatos das bandeiras, os tucanos as evitam a todo custo. Basta lembrar a crise interna desencadeada pelas prévias, inéditas, que escolheram João Doria candidato à Prefeitura paulistana – e culminaram com a saída de uma ala histórica do partido, vinculada a José Serra.
Na realidade, os conflitos internos jamais sumiram. Em São Paulo, berço do partido, as alas de Serra e Alckmin jamais se toparam. Aécio se aproximava de um ou outro, de acordo com a conveniência. O ex-presidente Fernando Henrique tentava pairar por cima das disputas, nem sempre com sucesso.
Desses conflitos derivaram diversos erros, de estratégia e articulação. O primeiro foi a oposição acanhada ao longo dos governos petistas, a dificuldade em defender o legado de Fernando Henrique, por impopular que fosse naquele momento. Quem esquece Geraldo Alckmin em sua fantasia patética com logotipos de estatais na campanha de 2006?
O segundo erro foi a hesitação diante do impeachment de DIlma Rousseff. O PSDB teria sido o legatário natural do sentimento antipetista, evidente na população desde as manifestações de junho de 2013. Mas não. Seus líderes vacilaram e demoraram a ir às ruas nas mobilizações pela queda de Dilma, temerosos do sentimento contrário aos políticos. Isso permitiu que novos atores de iníciio sem partido, movimentos como MBL ou Vem pra Rua, chamassem para si a liderança do antipetismo.
O terceiro erro é a hesitação mais recente diante das denúncias que emergiram da Lava Jato. Depois de anos cobrando do PT – com razão – uma atitude ética em vez de proteger todo acusado de corrupção como “vítima” de uma conspiração entre Justiça, elites e “mídia”, o PSDB fez exatamente o mesmo.
Diante da explosiva delação da Odebrecht, os tucanos simplesmente desprezaram as acusações contra Serra e Alckmin. FHC saiu-se com a previsível metáfora do “joio e do trigo” para tentar diminuí-las. Não é a mesma coisa que chamar José Dirceu de “guerreiro do povo brasileiro”. Mas não é tão diferente assim.
A contradição tucana se tornou flagrante quando o empresário Joesley Batista gravou Aécio Neves conspirando para melar a Lava Jato e pedindo dinheiro descaradamente, num linguajar incompatível com um senador da República. Depois a Polícia Federal flagrou a entrega de R$ 2 milhões a seu primo e mandou prender sua irmã. E os tucanos? Nada. Aécio apenas se licenciou da presidência do partido.
A crise desencadeada no governo Temer pela delação da JBS deixou mais uma vez o PSDB atarantado. A cada dia, Fernando Henrique parecia dar uma declaração em tom diferente. Chegou até a defender as eleições diretas, o casuísmo de ocasião usado por Lula para mobilizar as hostes petistas, enquanto espera condenações em série na Lava Jato.
Depois de um sem-número de reuniões e conchavos, o partido foi incapaz de decidir romper com Temer, desejo da ala mais jovem. Candidatos potenciais para as eleições de 2018, como Alckmin e Doria, defendem a permanência no governo a todo o custo, por acreditar na importância do apoio peemedebista nas urnas. Para Aécio, foi possível usar esse argumento como moeda de troca na vergonhosa barganha que levou o Conselho de Ética do Senado a arquivar na semana passada seu processo de cassação.
O abraço de afogado do PSDB em Temer terá consequência dramática para Alckmin, Doria ou seja lá quem for o candidato do partido no ano que vem. A política brasileira começa a se organizar de modo a esmagar os tucanos em sua hesitação – e a torná-los supérfluos.
No campo da esquerda antipetista, a Rede, de Marina Silva, continua viável eleitoralmente. Até mesmo o nome do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa voltou a ser cogitado nos últimos dias. Há, por fim, o surgimento de uma aliança entre o PSOL e petistas descontentes com Lula, para tentar surfar na impopularidade histórica de Temer.
No campo da direita conservadora, o deputado Jair Bolsonaro viu sua candidatura crescer com as manifestações pelo impeachment. A direita liberal não foi capaz de construir um candidato nos moldes do francês Emmanuel Macron, mas trata-se de uma oportunidade aberta. Parecia que seria aproveitada por João Doria, mas não há sinal algum de que ele vá se desvencilhar da armadilha a que se prendeu no ninho tucano.
A verdade é que, apesar da fama de “neoliberal”, o PSDB jamais foi isso. Ao contrário, sua ideologia sempre foi próxima da social-democracia europeia, cheia de estatismo e programas sociais. As privatizações e reformas de matiz liberal promovidas no governo Fernando Henrique resultaram mais de conveniência que de convicção.
Por isso mesmo, abstraindo (se for possível…) os escândalos de corrupção, o PSDB repete no Brasil a crise da social-democracia europeia. Os partidos que, nos anos 1980, atingiram o auge na França, na Espanha e na Alemanha sofrem desde então com o esgotamento de suas políticas. Mesmo a Terceira Via protagonizada por Tony Blair no Reino Unido dos anos 1990 esboroou-se diante do nacionalismo conservador que levou ao Brexit.
Sem rumo ideológico diante da nova realidade da economia global, incapaz de reagir à altura quando flagrado em corrupção, sempre hesitante na hora de tomar a iniciativa de ir ao ataque na política, o PSDB deixou de ser uma planta viçosa a florescer para se tornar uma árvore envelhecida, cujos frutos apodrecem no pé e, um a um, caem de maduros.
O maior responsável pelo impasse é, naturalmente, o próprio PSDB. Os descaminhos podem ser atribuídos à interação entre três fatores: 1) características intrínsecas do partido; 2) erros cometidos e reiterados ao longo dos anos; e 3) fatores externos que o atingiram – e não apenas a Operação Lava Jato.
O PSDB jamais foi um partido orgânico como o PT. Nascido de uma costela do PMDB, é desde o início uma agremiação de gabinetes – não de comícios e manifestações. Enquanto Lula e os petistas apelam ao povo, à militância e à oratória, os tucanos apelam aos caciques, aos conchavos e ao cochicho. Prova disso são as imagens a eles associadas – do jantar que sagrou a candidatura de Geraldo Alckmin em 2006 à reunião em torno de Aécio Neves depois da delação da JBS.
Tal característica sempre levou os tucanos a fingir, em público, que conflitos não existiam. Mais uma vez, é ilustrativo o contraste com os petistas. Enquanto estes realizam votações até para decidir cores e formatos das bandeiras, os tucanos as evitam a todo custo. Basta lembrar a crise interna desencadeada pelas prévias, inéditas, que escolheram João Doria candidato à Prefeitura paulistana – e culminaram com a saída de uma ala histórica do partido, vinculada a José Serra.
Na realidade, os conflitos internos jamais sumiram. Em São Paulo, berço do partido, as alas de Serra e Alckmin jamais se toparam. Aécio se aproximava de um ou outro, de acordo com a conveniência. O ex-presidente Fernando Henrique tentava pairar por cima das disputas, nem sempre com sucesso.
Desses conflitos derivaram diversos erros, de estratégia e articulação. O primeiro foi a oposição acanhada ao longo dos governos petistas, a dificuldade em defender o legado de Fernando Henrique, por impopular que fosse naquele momento. Quem esquece Geraldo Alckmin em sua fantasia patética com logotipos de estatais na campanha de 2006?
O segundo erro foi a hesitação diante do impeachment de DIlma Rousseff. O PSDB teria sido o legatário natural do sentimento antipetista, evidente na população desde as manifestações de junho de 2013. Mas não. Seus líderes vacilaram e demoraram a ir às ruas nas mobilizações pela queda de Dilma, temerosos do sentimento contrário aos políticos. Isso permitiu que novos atores de iníciio sem partido, movimentos como MBL ou Vem pra Rua, chamassem para si a liderança do antipetismo.
O terceiro erro é a hesitação mais recente diante das denúncias que emergiram da Lava Jato. Depois de anos cobrando do PT – com razão – uma atitude ética em vez de proteger todo acusado de corrupção como “vítima” de uma conspiração entre Justiça, elites e “mídia”, o PSDB fez exatamente o mesmo.
Diante da explosiva delação da Odebrecht, os tucanos simplesmente desprezaram as acusações contra Serra e Alckmin. FHC saiu-se com a previsível metáfora do “joio e do trigo” para tentar diminuí-las. Não é a mesma coisa que chamar José Dirceu de “guerreiro do povo brasileiro”. Mas não é tão diferente assim.
A contradição tucana se tornou flagrante quando o empresário Joesley Batista gravou Aécio Neves conspirando para melar a Lava Jato e pedindo dinheiro descaradamente, num linguajar incompatível com um senador da República. Depois a Polícia Federal flagrou a entrega de R$ 2 milhões a seu primo e mandou prender sua irmã. E os tucanos? Nada. Aécio apenas se licenciou da presidência do partido.
A crise desencadeada no governo Temer pela delação da JBS deixou mais uma vez o PSDB atarantado. A cada dia, Fernando Henrique parecia dar uma declaração em tom diferente. Chegou até a defender as eleições diretas, o casuísmo de ocasião usado por Lula para mobilizar as hostes petistas, enquanto espera condenações em série na Lava Jato.
Depois de um sem-número de reuniões e conchavos, o partido foi incapaz de decidir romper com Temer, desejo da ala mais jovem. Candidatos potenciais para as eleições de 2018, como Alckmin e Doria, defendem a permanência no governo a todo o custo, por acreditar na importância do apoio peemedebista nas urnas. Para Aécio, foi possível usar esse argumento como moeda de troca na vergonhosa barganha que levou o Conselho de Ética do Senado a arquivar na semana passada seu processo de cassação.
O abraço de afogado do PSDB em Temer terá consequência dramática para Alckmin, Doria ou seja lá quem for o candidato do partido no ano que vem. A política brasileira começa a se organizar de modo a esmagar os tucanos em sua hesitação – e a torná-los supérfluos.
No campo da esquerda antipetista, a Rede, de Marina Silva, continua viável eleitoralmente. Até mesmo o nome do ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa voltou a ser cogitado nos últimos dias. Há, por fim, o surgimento de uma aliança entre o PSOL e petistas descontentes com Lula, para tentar surfar na impopularidade histórica de Temer.
No campo da direita conservadora, o deputado Jair Bolsonaro viu sua candidatura crescer com as manifestações pelo impeachment. A direita liberal não foi capaz de construir um candidato nos moldes do francês Emmanuel Macron, mas trata-se de uma oportunidade aberta. Parecia que seria aproveitada por João Doria, mas não há sinal algum de que ele vá se desvencilhar da armadilha a que se prendeu no ninho tucano.
A verdade é que, apesar da fama de “neoliberal”, o PSDB jamais foi isso. Ao contrário, sua ideologia sempre foi próxima da social-democracia europeia, cheia de estatismo e programas sociais. As privatizações e reformas de matiz liberal promovidas no governo Fernando Henrique resultaram mais de conveniência que de convicção.
Por isso mesmo, abstraindo (se for possível…) os escândalos de corrupção, o PSDB repete no Brasil a crise da social-democracia europeia. Os partidos que, nos anos 1980, atingiram o auge na França, na Espanha e na Alemanha sofrem desde então com o esgotamento de suas políticas. Mesmo a Terceira Via protagonizada por Tony Blair no Reino Unido dos anos 1990 esboroou-se diante do nacionalismo conservador que levou ao Brexit.
Sem rumo ideológico diante da nova realidade da economia global, incapaz de reagir à altura quando flagrado em corrupção, sempre hesitante na hora de tomar a iniciativa de ir ao ataque na política, o PSDB deixou de ser uma planta viçosa a florescer para se tornar uma árvore envelhecida, cujos frutos apodrecem no pé e, um a um, caem de maduros.
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