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15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
G1 globo.com
'Não vamos nos render', diz Leopoldo López em vídeo que gravou antes de ser preso
Líder opositor foi preso na madrugada desta terça-feira (1º).
Por G1
O líder oporsitor na Venezuela Leopoldo López gravou um vídeo para que fosse divulgado caso voltasse a ser preso em que afirma que os venezuelanos opositores ao governo de Nicolás Maduro não devem se render nem se cansar de continuar lutando por um país melhor. O vídeo foi divulgado nesta terça-feira (1º) em sua conta no Twitter; assista abaixo.
López foi preso na madrugada desta terça pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), assim como o também opositor Antonio Ledezma. Os dois cumpriam prisão domiciliar. Segundo Suprema Corte venezuelana, eles planejavam fugir.
Na gravação, López disse que esperava que pudesse ser levado de volta à prisão em qualquer momento. "O fato de que estou preso na minha casa me faz pensar que os que me prenderam em 2014 me trouxeram à minha casa e podem voltar a me levar à prisão", diz.
"E se você está vendo esse vídeo nesse momento é precisamente porque foi isso o que aconteceu. Vieram e voltaram a me prender ilegal e injustamente. Preso de consciência, preso por minhas ideais, preso por querer uma Venezuela melhor", acrescenta.
"Quero falar a cada um de vocês de coração. A cada um dos venezuelanos que estão aqui ou que estão em qualquer parte do mundo e que queiram lutar pelo país. Vale a pena lutar pela Venezuela. Não nos rendemos nunca. Não nos cansemos de querer uma Venezuela melhor. Não deixemos de sonhar ", diz López no vídeo.
Os dois líderes opositores fizeram apelos na última semana para que as pessoas não votassem no domingo (30) na polêmica eleição Assembleia Constituinte, convocada Nicolás Maduro, mas rejeitada pela oposição e por vários países. A oposição vem convocando manifestações em Caracas contra a instalação da Assembleia Constituinte, prevista para acontecer na quarta-feira (2).
No vídeo, López diz que a Constituinte é "um projeto de aniquilação da democracia na Venezuela".
O opositor também confirmou na gravação que sua mulher, Lilian Tintori, está grávida de seu terceiro filho. "Aqui há outra razão para lutar pela Venezuela, que foi uma das melhores notícias que recebi, ou a melhor que recebi nos últimos três anos e meio", disse López sorridente, enquanto acariciava a barriga de sua esposa. Os boatos sobre a gravidez de Tintori começaram a circular após a libertação de López, com quem se casou em abril de 2007.
Prisão na madrugada
As prisões foram aconteceram na madrugada. "Acabam de levar Leopoldo de casa. Não sabemos onde ele está, nem para onde o levaram. (Nicolás) Maduro é responsável se algo lhe acontecer", escreveu Lilian Tintori, a esposa de López, no Twitter.
Lilian Tintori e Vanessa Ledezma, filha de Ledezma, disseram em mensagens no Twitter desconhecer o paradeiro dos líderes políticos e divulgaram vídeos que mostram agentes do serviço de inteligência venezuelano obrigando López a entrar em um veículo e empurrando Ledezma de pijama na porta de sua casa.
Lopez, 46, e Ledezma, 62, estavam sob prisão domiciliar, o primeiro por sua participação em protestos contra Maduro em 2014 e o segundo por acusações de planejar um golpe de Estado.
Prisões anteriores
Ledezma, de 62 anos, foi detido em fevereiro de 2015 acusado de conspiração e formação de quadrilha e, após dois meses na prisão militar de Ramo Verde, nas proximidades de Caracas, ele recebeu uma "medida cautelar". Por motivos de saúde, passou a cumprir a pena em sua residência desde 2015. Quase dois anos e meio após sua detenção, Ledezma ainda não foi condenado.
López, de 46 anos, por sua vez, é fundador do partido Vontade Popular e fez carreira como adversário do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013). Ele passou mais de três anos na cadeia e seus advogados denunciaram que ele foi torturado em várias ocasiões. López cumpria uma pena de quase 14 anos, de acordo com a France Presse. Ele foi transferido a prisão domiciliar no dia 8 de agosto.
A ONG Foro Penal afirma que a Venezuela tem 490 "presos políticos", após a onda de detenções nos protestos iniciados em abril para exigir a saída de Maduro.
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