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Marco Antonio Marques .
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Fonte de informação .ACORDA BRASIL MUDA .
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Fim do racionamento: há risco de nova crise hídrica no DF? Especialistas explicam
Corte de água no Distrito Federal chegará ao fim em 15 de junho. Diretor da Agência Nacional de Águas e pesquisador ambiental avaliam decisão do GDF.
Por Marília Marques, G1 DF
Após longos 17 meses de racionamento, a crise hídrica no Distrito Federal está com data marcada para terminar: 15 de junho. O anúncio foi feito na quinta-feira (3) pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
Apesar da decisão ter sido tomada apenas cinco meses antes da disputa pela cadeira do Buriti, o governador nega ter agido por motivos eleitorais. Segundo o GDF, a decisão teve como base, principalmente, o estoque de água do reservatório do Descoberto.
Com mais chuva em 2018, os reservatórios realmente subiram. O nível da principal bacia que abastece a região atualmente passa de 91%. Quando o racionamento começou, em 16 de janeiro do ano passado, o Descoberto operava com 19,1%.
Além disso, o governo afirma que para tomar a decisão também foram observadas a redução do consumo de água pela população – média de 12% a 13% – e a entrada em funcionamento de novas obras de captação, como a do Córrego Bananal e a do reservatório de Corumbá IV, com previsão de término até dezembro.
Para comentar a medida, o G1 pediu para que o GDF indicasse técnicos do governo que pudessem explicar detalhadamente quais indicadores foram considerados para determinar o fim do racionamento de água na capital federal. No entanto, até este domingo (6), o Executivo não tinha retornado aos nossos telefonas e nem respondido aos e-mails enviados.
Dessa forma, a reportagem buscou um pesquisador da área ambiental, o hidrólogo Marcelo Resende, que há 20 anos desenvolve estudos sobre água e geologia, e ouviu também Oscar Cordeiro Netto, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA). O órgão federal monitora e regula o uso dos recursos hídricos de domínio da União, como é o caso do rio Descoberto.
Com visões divergentes sobre o acerto – ou não – do fim do racionamento, os especialistas também avaliaram a possibilidade do DF enfrentar uma nova crise hídrica nas próximas décadas (entenda abaixo) e fizeram, ainda, um balanço do atual período de escassez de água vivenciado pela população.
Leia entrevista abaixo:
G1 - O fim do racionamento no DF deve ocorrer após 18 longos meses de corte de água e, exatamente, com o principal reservatório – o Descoberto – operando acima dos 90% da capacidade.
Qual avaliação pode ser feita sobre o momento de tomada dessa decisão?
Oscar Cordeiro Netto (ANA) - Temos elementos para supor que foi a época acertada para tomar a decisão. Estamos no fim do período de chuvas, no mês de maio, que marca praticamente o período de estiagem.
Quanto às barragens do Descoberto e de Santa Maria, elas estão com níveis de reserva suficientes para fazer face aos cinco meses que temos pela frente [até outubro].
Se não houver chuva nenhuma, na pior hipótese, faremos a previsão de comportamento das reservas, mas a Caesb [Companhia de Saneamento Ambiental] e a Adasa [Agência Reguladora de Águas] devem ter feito estimativas necessárias para saber se a reserva hoje existente [maio], é suficiente para os próximos meses.
Marcelo Resende (hidrólogo) - Estamos entrando em situação de seca, que deve perdurar até outubro.
"Então [encerrar o racionamento] foi uma decisão precipitada, porque foi tomada em cima dos números atuais dos reservatórios."
Temo porque o Descoberto tem uma queda de nível muito rápido, na mesma velocidade que costuma encher. Com o fim do racionamento agora teremos que contar que a próxima estação de chuva seja no mesmo padrão da média histórica, que esteve acima do esperado durante todos os meses, mas historicamente isso é muito raro.
"Temos que pensar sempre pelo lado mais arriscado e não na melhor situação."
G1 - Na perspectiva atual, há risco do Distrito Federal enfrentar uma nova crise hídrica tão grave quanto a que vivenciamos?
Oscar Cordeiro Netto - Risco sempre existe, afinal de contas estamos tratando de fenômenos naturais, de chuva. Existe a possibilidade de acontecer de novo um período tão ruim de chuva como foi em 2016 e em 2017, mas a crise hídrica é o produto dessa falta de chuvas mais a questão da gestão e uso da água.
Marcelo Resende - Risco sempre tem, ainda mais se a gente não tiver um ano com boa taxa de precipitação. A partir do momento que a água vier de fora do DF e chegar a ser distribuída, esse risco vai diminuir bastante, pelo menos por algum tempo.
G1 - O que podemos fazer, então, para não passarmos novamente por períodos intensos de escassez de água?
Oscar Cordeiro Netto - Se a gente melhorar nossa convivência com a água e fizermos um uso mais eficiente, sem desperdício, prevendo melhor, pode ser que um novo período de chuvas não gere uma crise tão ampla quanto foi esta.
Eu tive um profesor que falava que a pior seca e a pior enchente ainda não aconteceram, vamos trabalhar sempre com a variabilidade climática.
"O importante é que a gente saiba prever e conviver com fenômenos mais extremos, evitando assim as consequências mais negativas das crises hídricas."
Marcelo Resende - Quando tivermos novos reservatórios ficaremos confortáveis com a reserva de água, mas a demanda por ela continuará crescendo. No futuro, em até 10 anos, podemos sofrer outra crise na oferta de água.
Com a chegada do [sistema] Corumbá IV a gente vai ficar numa situação boa, mas para os níveis de consumo atuais, já que a demanda muda. Se não tiver uma estação chuvosa e se não chegar essa tão prometida água do cronograma de obras, será uma situação difícil.
G1 - Há uma proposta da Adasa para aumento de 2,99% na tarifa de água na região. Revisar esse valor no momento em que o racionamento chega ao fim é uma decisão coerente?
Oscar Cordeiro Netto - A ANA não trabalha na regulação enconômica de tarifa, diferente da Adasa, que tem um papel maior no DF. Mas, de uma forma geral, vários e vários fatores levam a um eventual aumento nessa tarifa e até a diminuição do custo da água.
Existem planilhas de composição de custo que a ANA acompanha: o custo da água depende do custo da energia elétrica, do pagamento de salários e de produtos químicos no tratamento. Às vezes o aumento pode estar ligado a um desses fatores. O acompanhamento da Adasa é técnico e avalia bem esses custos.
"A água tem sido um bem de consumo cada vez mais caro [...] e, por isso, pode ter elevado um pouco essas tarifas."
Marcelo Resende - Sou contrário ao aumento. Eu acho que a população fez um esforço enorme de economia e para muitas pessoas o fim do racionamento vai ser um alívio. Tem gente que está sofrendo muito sem água.
"[Aumentar a tarifa] é penalizar quem mais se esforçou durante todo o processo de economia."
Então, é querer encobrir alguma coisa do passado, que nós participamos para que desse resultado. [A redução no consumo] tem muita participação nossa, não só nos dias que ficaram sem abastecimento, mas da própria prática diária de economia.
G1 - Com o fim do racionamento em um período de cheia dos reservatórios, há um risco da população retomar os velhos hábitos de consumo?
Oscar Cordeiro Netto - Acredito que a população como um todo tenha aprendido que não pode desperdiçar [água], foi algo que veio para ficar.
"Houve um grande aprendizado da população do DF, portanto, quero crer que o desperdício e o desconhecimento de antes tenham sido superados."
Criou-se uma cultura de acompanhar o nível dos reservatórios, algo que era inimaginável há 3 anos. Hoje todo brasiliense fica preocupado para saber "quantos porcento" tem o [reservatório do] Descoberto ou o andamento das obras do Corumbá. Essa questão já se tornou parte do dia a dia do brasiliense.
Marcelo Resende - Gostaria muito que houvesse uma mudança de conscientização e que as pessoas vissem a água como um bem finito.
Passamos por uma situação terrível, chegamos quase a 5% do volume morto e quase ao nível de desabastecimento, mas vemos que o nível de conscientização ambiental da população ainda é muito baixo.
Observando a crise hídrica em São Paulo, vemos que as pessoas também tiveram que, na marra, diminuir o consumo de água, mas hoje o nível de consumo per capita está praticamente o mesmo que o de antes da crise, então pouco ficou em nível de consumo consciente.
Veja mais notícias sobre a região no G1 DF.
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