O presidente em exercício Michel Temer pode rever a lei que prevê o uso de aeronaves no combate ao mosquito Aedes aegypti. Ele chamou para uma conversa o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para pedir esclarecimentos sobre os efeitos na população do lançamento de inseticidas pelos aviões. 

Reportagem de André Trigueiro, no Jornal Nacional desta segunda (04), revelou que especialistas em saúde pública estão fazendo um alerta sobre o risco de se lançar inseticida de aviões para combater o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika.

A nova lei sancionada por Temer prevê o uso de aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da comprovação científica da eficácia da medida. Segundo a reportagem, a lei contraria recomendação técnica do próprio Ministério da Saúde, que apontou em abril riscos para a população, para as águas e para os alimentos. Segundo a pasta, há risco de desequilíbrio ecológico causado pela morte de algumas espécies.   

O inseticida mais usado no Brasil para combater o mosquito Aedes aegypti é o malathion. Ele costuma ser pulverizado nos carros fumacê, em locais específicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, há evidências de que o malathion causa câncer em animais, mas não se confirmou até o momento o mesmo efeito em seres humanos.