A mudança no ambiente político das últimas semanas se tornou uma preocupação adicional para o governo em relação ao julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral.

Avaliação dentro do próprio Palácio do Planalto é que, depois da delação da JBS e da revelação do áudio com a conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, a situação ficou mais complicada.

Ou seja: a questão política passou a pesar na análise jurídica do TSE.

"Não há como o TSE ignorar essa questão da governabilidade. Isso pesava no julgamento antes das delações da Odebrecht e da JBS. E continuará influenciando o tribunal. Sendo que agora a situação ficou invertida", disse ao Blog um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Em outras palavras: antes, Temer contava a seu favor com a preocupação de integrantes dos tribunais superiores em relação ao futuro do país. Ou seja, a estabilidade institucional pesava como um trunfo para Temer neste julgamento do TSE.

A partir do momento em que a delação da JBS foi revelada, deixando Temer numa situação política de extrema fragilidade, a governabilidade foi atingida. O andamento das reformas no Congresso foi paralisado por completo.

Com isso, Temer perdeu esse trunfo no julgamento do TSE.