terça-feira, 24 de abril de 2018

Cinco anos após denúncia, fiscalização da extração de areia no Rio Jacuí ainda é frágil

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Marco Antonio Marques .
Bom dia amigos .

Estamos começando de 2018  com esperanças renovadas .
Amigos intendam por favor o que eu estou oferecendo a todos os países .
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Fonte de informação .

G1 globo.com

RIO GRANDE DO SUL Rio Grande do Sul

Cinco anos após denúncia, fiscalização da extração de areia no Rio Jacuí ainda é frágil

Fepam deixou de exigir tamanho máximo de canos de extração desde o ano passado. Desde 2012, ilha perdeu cerca de 200 metros de faixa de terra.

Por Fábio Almeida, RBS TV
 

Cinco anos após denúncia, fiscalização da extração de areia no Rio Jacuí ainda é frágil
Cinco anos depois da denúncia de exploração ilegal de areia e danos ambientais no principal rio do Rio Grande do Sul, retratada na série da RBS TV "Jacuí - Crime e Agonia", o órgão estadual responsável pela fiscalização deixou de exigir tamanho máximo para os canos de extração, e reconhece que ainda não sabe quais são os impactos dessa mudança.
A fiscalização sobre o tamanho dos equipamentos de extração deixou de ser feita em 2017, e a portaria da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam) que oficializou as mudanças só foi publicada no Diário Oficial do estado em fevereiro de 2018. A extração de areia nos rios deve ter a profundidade máxima para que a retirada de sedimentos fique limitada a um metro acima do fundo do rio, conhecido como bredrock.
Conforme o diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pós-doutor Carlos André Bulhões Mendes, a extração deve se limitar a um metro acima do bedrock, para evitar danos ambientais. O especialista reclama da falta de cuidado. "O dilema não é tecnológico, não é falta de conhecimento, o dilema é a falta de vontade de fazer o correto", afirma.
Técnicos da Fepam afirmam que são as próprias empresas responsáveis pela extração que fiscalizam até onde é feita a retirada. A presidente da fundação, Ana Pellini, reconhece ainda que ainda não há respostas sobre os impactos dessa mudança.
"A nossa tentativa agora é que os próprios empreendedores façam esse acompanhamento, façam batimetria (medição de profundidade) periódica, inventários de como está essa situação, e ir melhorando essa licença ambiental para que não ocorram problemas", afirma a presidente da Fepam, que também ocupa o cargo de secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Rio Grande do Sul.
Trecho do rio Jacuí afetado pela extração de areia (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Trecho do rio Jacuí afetado pela extração de areia (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Trecho do rio Jacuí afetado pela extração de areia (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
"A resposta definitiva, se realmente vai ser eficiente, se vai impedir qualquer dano ao fundo do rio, ainda não temos, porque os acompanhamentos estão chegando aos poucos. Eles fazem batimetrias semestrais. Essa mudança foi feita há pouco tempo, e essa resposta nós teremos daqui a pouco. Se ela (a mudança) se mostrar ineficiente, também vamos ter que criar outros métodos de sorte que o rio seja protegido", admite Ana Pellini.
Apesar do desconhecimento do órgão responsável pela fiscalização sobre os impactos, o marinheiro de uma das dragas que atuam na extração da areia garante que a mineração chegou ao fundo do rio.
"Pegava no fundo do rio, e chegava a deixar o barco para o lado na hora que pegava na laje (bedrock) ficava raspando, e tu trocava o barco de lugar, não tinha mais areia, era obrigado a sair dali", conta o marinheiro sem se identificar.
A extração de areia chegou a ser paralisada depois das denúncias. Diretores de órgãos de fiscalização ambiental foram afastados.

Desaparecimento de 200 metros de ilha

Acima a Ilha do Bouquet em 2012. Atualmente 200 metros da ilha desapareceram (Foto: Montagem:Fabiana Bonugli/G1)Acima a Ilha do Bouquet em 2012. Atualmente 200 metros da ilha desapareceram (Foto: Montagem:Fabiana Bonugli/G1)
Acima a Ilha do Bouquet em 2012. Atualmente 200 metros da ilha desapareceram (Foto: Montagem:Fabiana Bonugli/G1)
A ilha do Bouquet é localizada em um trecho do município de Vale Verde, no Vale do Rio Pardo. Em cinco anos, imagens de satélite mostram que cerca de 200 metros da ilha desapareceram, o equivalente ao comprimento de dois campos de futebol.
"Ainda se verifica uma movimentação importante em todo o material mineral da margem, não só pela condição do próprio rio, mas também intensificado pelas ações que foram realizadas de extração de grande profundidade de areia do canal", afirma o biólogo Jackson Muller.
O desaparecimento de parte da ilha e os desmoronamentos são chamados de solapamento. É um problema ambiental ocasionado pela retirada de areia do rio. Isso porque a mineração no meio do rio, elevando as profundidades ou próximo das margens, tira a sustentação que faz com que ocorram os desmoronamentos para dentro da água.
Após os flagrantes de irregularidades em 2013, foram feitas mudanças nas regras de mineração do estado. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) realizou operações, inclusive em relação ao tamanho dos canos que sugam a areia – o que não é mais fiscalizado desde o ano passado. O Diário Oficial com alteração na medida do equipamento só foi publicado em fevereiro de 2018.
Biólogo Jackson Muller denuncia efeitos da extração de areia na região (Foto: Fabio Almeida/RBS TV)Biólogo Jackson Muller denuncia efeitos da extração de areia na região (Foto: Fabio Almeida/RBS TV)
Biólogo Jackson Muller denuncia efeitos da extração de areia na região (Foto: Fabio Almeida/RBS TV)

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