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Marco Antonio Marques .
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Fonte de informação .ACORDA BRASIL MUDA .
G1 globo.com
Esforço de 200 cientistas no mundo inteiro cria mapa genético da depressão
Levantamento foi publicado na 'Nature Genetics'. Cientistas encontraram 44 genes associados à condição. Em depressões severas, a hereditariedade tem um peso de 50%.
Por G1
Em um esforço global para entender o peso genético da depressão, um consórcio de 200 cientistas, em 161 instituições do mundo inteiro, identificou 44 genes relacionados a formas severas da condição. Isso é particularmente importante porque a ciência já sabe que, em casos mais graves, a hereditariedade tem um peso importante na ocorrência da doença. Também há uma deficiência de tratamentos mais efetivos para a condição.
A depressão mais grave afeta aproximadamente 14% da população global, mas faltam terapias mais efetivas: apenas metade dos pacientes responde bem aos tratamentos existentes.
O estudo foi publicado na "Nature Genetics" e integra o "Psychiatric Genomics Consortium", um esforço global para mapear genes associados a disfunções psiquiátricas. A pesquisa teve a coordenação da Kings College London (Reino Unido), da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e da Universidade de Queensland (Austrália).
Dos 44 genes mapeados, 30 foram descritos pela 1ª vez nessa iniciativa. O achado abre caminho para o surgimento de terapias mais específicas para a condição. Com o mapeamento genético, cientistas podem desenvolver medicamentos que tenham por alvo o bloqueio de substâncias produzidas a partir de informações desses genes.
"A descoberta dessas novas variantes genéticas tem o potencial de revitalizar o tratamento da depressão, abrindo o caminho para descoberta de terapias novas e melhoradas", diz Gerome Breen, do Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência da King's College, em nota.
Outras pesquisas mostraram o peso da hereditariedade em casos mais graves. Estudos com gêmeos idênticos, por exemplo, demonstraram que, se um deles desenvolve uma forma mais grave da doença, o outro tem um risco tão elevado quanto de também manifestar os mesmos sintomas.
Apesar disso, no entanto, pesquisadores pontuam que não é toda a pessoa com genes associados à depressão que vai desenvolver a condição. O esforço global também quer entender o porquê isso ocorre.
Como foi o estudo
Pesquisadores mapearam dados de 135 mil pessoas com depressão maior (a mais incapacitante) e também de 344 mil pessoas saudáveis.
Além dos 44 genes associados à depressão, pesquisadores encontraram outros 153 genes relacionados a outros transtornos mentais.
Desses outros genes encontrados, os cientistas descobriram que seis deles contribuem tanto para o surgimento da depressão, quanto para a maior ocorrência de esquizofrenia.
Um outro ponto curioso do estudo é que alguns genes associados à depressão também foram relacionados à qualidade do sono, à insônia, ao cansaço e tendência à obesidade.
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