Após voltar de São Paulo neste sábado (3), o presidente Michel Temer convocou uma reunião no Palácio do Jaburu com seus principais assessores para discutir a expectativa em relação ao julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a prisão de Rodrigo Rocha Loures, e também fizeram ataques ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Participaram da reunião, que durou até meia-noite, o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral), o general Sergio Etchegoyen (GSI), o secretário de imprensa, Luciano Suassuna, e o advogado Gustavo Guedes, que defende Temer na ação no TSE que pode levar à cassação do mandato do presidente.

Segundo Guedes, "imagina-se que a prisão do Loures não influencie o TSE e discutiu-se possíveis movimentos do Janot para pressionar o Tribunal". 

"Dos quais uma denúncia no STF e a divulgação de alguma outra prova propositalmente guardada são os mais possíveis", disse o advogado ao blog neste domingo. 

O Planalto teme que uma denúncia antecipada da Procuradoria contamine o ambiente na corte eleitoral, além de aumentar a pressão na Câmara dos Deputados.

São os deputados que decidem se autorizam uma eventual denúncia de Janot contra Temer. 

É o que diz artigo 86 da Constituição: admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.