domingo, 19 de novembro de 2017

Apesar do atual aceno ‘liberal’, Bolsonaro foi contra reformas e Plano Real

ORDEM E PROGRESSO .

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ACORDA BRASIL MUDA .
ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS .

Os Projetos EAS jamais se tornarão uma realidade por falta de recursos financeiros e lamentável  a inteligencia dos governantes mundias .

Fonte de informação .

G1 globo.com

O GLOBO

Apesar do atual aceno ‘liberal’, Bolsonaro foi contra reformas e Plano Real

Deputado chegou a dizer que o então presidente Fernando Henrique Cardoso merecia ser fuzilado

POR 
Bolsonaro foi procurado pela reportagem em três dias diferentes durante a última semana, mas não falou - Alexandre Cassiano / Agência O Globo
BRASÍLIA - Pré-candidato à Presidência da República, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) começou nos últimos meses a flertar com o mercado financeiro e tenta se apresentar como representante de uma linha liberal no campo econômico. A atuação dele como parlamentar, no entanto, foi exatamente oposta durante o período de estabilização econômica e abertura do mercado brasileiro, na década de 1990. Bolsonaro votou e militou contra o Plano Real, contra a quebra dos monopólios do petróleo e das telecomunicações e contra as reformas administrativa e da Previdência, que buscavam dar racionalidade às contas públicas.
Desde que o Plano Real surgiu, em 1994, Bolsonaro foi um dos militantes isolados contra a estratégia desenhada para estancar a inflação sob o comando do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Quando a criação da URV, (Unidade Real de Valor), moeda provisória que deu origem ao Real, estava sendo discutida em uma comissão mista no Congresso, Bolsonaro foi o único a votar contra a medida — enquanto PT e PDT tentavam obstruir a sessão. O deputado, então no PPR, ainda protagonizou um bate-boca com o senador Ronan Tito (PMDB-MG), que defendia a votação urgente da proposta econômica. Quando o deputado interrompeu o senador com um soco na mesa, acusando-o de “demagogias”, Tito reagiu: “Nunca paguei chantagens a militares nem quando eles estavam no governo”. O parlamentar retrucou: “Se Deus quiser, vamos voltar. Só que teremos guilhotina e não haverá esta bagunça que está aí”, atacou, saindo da sala em seguida.
BOLSONARO E A ECONOMIA
VOTOU A FAVOR
VOTOU CONTRA
1996
QUEBRA DO MONOPÓLIO DA UNIÃO EM SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
1995 E 1997
QUEBRA DO MONOPÓLIO DA UNIÃO NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Em 1995, Bolsonaro votou contra o fim ao monopólio estatal para exploração do petróleo. Também se opôs, em 1997, à Lei do Petróleo que permitiu a pesquisa e a lavra realizada por empresa estrangeira.
 
Votou contra a proposta de emenda à Constituição, que acabava com o monopólio da União na prestação dos serviços de telecomunicações.
1994
PLANO REAL -
MP 434
1995 E 1997
REFORMA
ADMINISTRATIVA
O parlamentar foi o único a votar contra a medida que deu início ao Plano Real, com estabelecimento de uma moeda provisória (URV) em Comissão Mista do Congresso.
No dia 19 de maio de 1994, votou em plenário contra emenda aglutinativa a um dos textos que tratavam da URV, a MP 482. Posição igual a de PT, PC do B e PDT
 
O governo enviou para a Câmara uma proposta de reforma administrativa. Ele se opôs ao longo de todo o debate. O texto criou um teto salarial para o serviço público, proibiu o acúmulo de cargos e acabou com a isonomia de vencimentos entre os três Poderes.
1995 E 1999
REFORMA
PREVIDENCIÁRIA
1996
PRIVILÉGIO
A DEPUTADOS
O então presidente da Câmara Luís Eduardo Magalhães decidiu extinguir o Instituto de Previdência dos Congressistas. O órgão concedia aposentadorias especiais a deputados e senadores e permitia empréstimos e financiamentos em condições muito melhores que as do restante da população. Bolsonaro disse que a proposta era “eleitoreira”.
Em março de 1996, Bolsonaro votou contra a reforma da Previdência. Em 1999, foi contra a cobrança previdenciária de servidores públicos inativos e que aumentava a contribuição dos ativos. A medida fazia parte de um pacote de ajuste fiscal. O PPB de Bolsonaro pertencia à base aliada, mas o deputado foi contra.
No dia 19 de maio de 1994, quando da votação em plenário de uma emenda aglutinativa a uma outra medida que também tratava da organização do Plano Real, a MP 482, ele também votou contra a conversão da moeda, posicionando-se da mesma forma que PT, PCdoB e PDT. Antes de a URV começar a valer, a moeda em circulação era o Cruzeiro Real, corroído por uma inflação de cerca de 40% ao mês. O programa de estabilização da moeda é considerado um dos mais bem sucedidos na área econômica. Quatro anos depois, a inflação estava em menos de 2%. Em 1995, já filiado ao PPB (Partido Progressista Brasileiro), Bolsonaro desfilou pela Câmara exibindo uma moeda falsa de Real e avisando que pediria investigação da Polícia Federal sobre o caso.
Além de ir contra o Plano Real, Bolsonaro também disse não em votações-chave que promoveram a privatização de setores que até então eram exclusivamente controlados pelo governo — mantendo-se novamente alinhado à oposição da época, liderada pelo PT. Em 1995, ele se levantou contra a proposta de emenda constitucional (PEC) que acabou com o monopólio estatal do petróleo e, no ano seguinte, contra a PEC que acabava com o monopólio da União na prestação dos serviços de telecomunicações. Foram as duas propostas que permitiram a entrada de outras empresas brasileiras e estrangeiras em ambos os setores.
Até 1995, a União, através da Petrobrás, controlava a pesquisa, extração, refino, importação e exportação do petróleo. O fim do monopólio, consolidado com a Lei do Petróleo de 1997 — mais uma vez aprovada tendo voto contrário de Bolsonaro —, permitiu que a pesquisa e a lavra passassem a ser realizadas por outras empresas, o que levou a uma rápida expansão do setor. A União seguiu apenas como responsável pelo controle das reservas. Ironicamente, este ano o deputado passou a sinalizar a possibilidade inclusive de privatizar a Petrobras caso chegue ao Planalto.
O GLOBO procurou o deputado diretamente duas vezes pelo telefone na última terça-feira e em seguida entrou em contato com a assessoria de imprensa do deputado na terça, na quinta e na sexta-feira, quando foi informado que o deputado não falaria do assunto, pois só retomaria sua agenda de trabalho na próxima quarta-feira. Bolsonaro figura hoje em segundo lugar nas pesquisas, com índices entre 13% e 18%, atrás apenas do ex-presidente Lula, que vai de 35% a 36%.
Manifesto como vacina
Alvo recente de críticas por apresentar posições pouco aprofundadas na área econômica, Bolsonaro publicou, na semana retrasada, um manifesto semelhante à Carta ao Povo Brasileiro, assinada por Lula em 2002. Nela, o parlamentar diz que está montando uma equipe repleta de “professores de algumas das melhores universidades do Brasil e da Europa” e que nenhum de seus membros defende “ideias heterodoxas ou apreço por regimes totalitários”. Ele também passou a publicar em suas redes sociais comentários defendendo a independência do Banco Central.
Ao longo do governo Fernando Henrique Cardoso, Bolsonaro foi um dos mais irascíveis críticos das medidas econômicas. No fim de 1999, o deputado chegou a afirmar que o presidente estava cometendo um “crime” contra o país e que “sua pena deveria ser o fuzilamento”. Durante a gestão do tucano, Bolsonaro resistiu a diversas medidas de ajuste das contas públicas por meio dos cortes de privilégios a servidores. Logo nos primeiros meses do governo tucano, em março de 1995, o parlamentar ingressou no STF contra uma medida provisória que acabava com antecipação dos salários para servidores, que recebiam o salário antes do fim do mês trabalhado.
Poucos dias depois, ofendeu o então ministro da Secretaria da Administração Federal, Luiz Carlos Bresser Pereira, em uma comissão na Câmara. Quando o ministro disse que o aumento salarial proposto para os funcionários que recebiam gratificação “é apenas aparente”. O hoje presidenciável reagiu: “Vossa excelência tem uma tremenda cara de pau. Todos os funcionários gostariam de ter um aumento apenas aparente”. O ministro ignorou o deputado, que, irritado, levantou e, apontando o dedo para Bresser, o acusou de “sem vergonha”. O ataque levou inclusive a um pedido de abertura de processo por quebra de decoro parlamentar.
No fim daquele ano, o governo enviou para a Câmara uma proposta de reforma administrativa, pilotada exatamente por Bresser. A reforma só terminou de ser votada em 1997, e contou todo o tempo com a oposição de Bolsonaro. Entre outras coisas, o texto do governo criou um teto salarial para o serviço público, proibiu o acúmulo de cargos e acabou com a isonomia de vencimentos entre os três Poderes.
Uma das preocupações centrais do mercado financeiro hoje, a reforma da Previdência é outro tema ao qual o deputado sempre se opôs — e segue criticando. Em março de 1996, Bolsonaro foi um dos deputados que votaram contra a reforma proposta por FH. Em 1999, foi a vez de a Câmara discutir a proposta que instituía a cobrança previdenciária de servidores públicos inativos e aumentava a contribuição dos servidores em atividade. A medida fazia parte de um pacote de ajuste fiscal do governo FH, que tentava também demonstrar ao FMI (Fundo Monetário Internacional) seu compromisso com as contas públicas. O deputado foi contra.
Três anos antes, em 1996, a preocupação do deputado foi com sua própria aposentadoria. No início daquele ano, o então presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), decidiu extinguir o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC). Tratava-se de um órgão que concedia aposentadorias especiais para os deputados e senadores, e ainda permitia que eles pegassem empréstimos e financiamentos de automóveis em condições muito melhores que as do restante da população. Bolsonaro vociferou contra a ideia e a classificou de “eleitoreira”.


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stest 

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