Mais dois presos na 34ª fase da Operação Lava Jato chegaram à carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Julio César Oliveira Silva, que se entregou à polícia em Brasília, e o diretor da Área de Negócios Industriais da Mendes Júnior, Ruben Costa Val, preso em Nova Lima, em Minas Gerais, entraram na carceragem por volta das 23h30.
Os demais presos Luiz Eduardo Neto Tachard, Danilo Baptista, Francisco Corrales Kindelan, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro e Luiz Claudio Machado Ribeiro chegaram no início da tarde.
Até as 6h40 desta sexta-feira (23), não havia informações sobre o horário da realização do exame de corpo de delito, que é procedimento padrão após a prisão.
A atual fase, batizada de Arquivo X, foi deflagrada nesta quinta-feira (22) e investiga a contratação, pela Petrobras, de empresas para a construção de duas plataformas de exploração de petróleo na camada do pré-sal, as chamadas Floating Storage Offloanding (FSPO´s). O valor do contrato foi de US$ 922 milhões, de acordo com os investigadores.
Ao todo, foram expedidos 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento.
O ex-ministro Guido Mantega, que atuou nos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, também foi preso. Mas teve e prisão revogada pelo juiz federal Sérgio Moro, pouco tempo depois, e foi solto por volta das 14h.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da petroleira e construtora naval do empresário Eike Batista, a OSX, que fica no décimo andar de um prédio no Centro do Rio de Janeiro.
Investigações
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o consórcio Integra Ofsshore, formado pela Mendes Júnior e OSX, firmou contrato com a Petrobras no valor de US$ 922 milhões, para a construção das plataformas, em 2012.
As consorciadas, ainda segundo o MPF, viabilizaram a contratação pela Petrobras mediante o repasse de valores a pessoas ligadas a agentes públicos e políticos.
As investigações apontam a transferência de cerca de R$ 7 milhões, entre fevereiro e dezembro de 2013, pela Mendes Júnior para um operador ligado a um partido político e à diretoria Internacional da Petrobras, já condenado na Operação Lava Jato. Os repasses foram viabilizados mediante a interposição de empresa de fachada, que não possuía uma estrutura minimamente compatível com os recebimentos, segundo os procuradores da Lava Jato.
Ao longo das investigações também foi identificado o repasse de mais de R$ 6 milhões pelo Consórcio Integra Ofsshore com base em contrato falso firmado em 2013 com a Tecna/Isolux. O valor, ainda segundo o MPF, teria sido transferido no interesse de José Dirceu, que está preso pela Lava Jato, e de pessoas a ele relacionadas.
Os procuradores declararam também que empresas do grupo Tecna/Isolux repassaram cerca de R$ 10 milhões à Credencial Construtora, já utilizada por Dirceu para o recebimento de vantagens indevidas.
Repasse de Eike ao PT
Em um depoimento ao MPF, o ex-presidente do Conselho de Administração da OSX, Eike Batista, declarou que, em novembro de 2012, recebeu um pedido de Mantega para que fizesse um pagamento de R$ 5 milhões, no interesse do PT, segundo as investigações.
O procurador da Lava Jato Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que os pagamentos feitos por Eike foram operacionalizados por Mônica Moura, mulher do marqueteiro do PT João Santana. O casal foi preso na 23ª fase da operação, em fevereiro deste ano, e solto no dia 1º de agosto.
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