A crise econômica dos últimos anos fez milhões de brasileiros perderem o emprego, ou a condição financeira de manter o negócio que estavam conduzindo. E uma parte deles acabou mudando de atividade para entrar num caminho profissional completamente novo.
O mercado de trabalho não está bem na foto. Um cenário de quase 14 milhões de desempregados não parece ter clima para fazer uma transição de carreira. Quem vai pensar em mudar de profissão numa hora dessas? Então conheça o Eduardo, ele trocou a certeza do que ele era para investir da dúvida daquilo que ele sempre quis ser.
O Eduardo tá vendo a crise, mas no filtro dele essa é a hora para fazer foco na carreira de fotógrafo. Por isso, deixou o emprego de corretor de seguros.
“Eu não tava feliz, há um bom tempo em relação a isso. E ai com a crise todo começou a piorar, então foi a deixa que eu peguei para sair”, contou Eduardo Casella.
Um consultor explica porque a crise pode ser um motivo para tentar o novo.
“As pessoas tendem a ter medo da novidade e trocar o certo pelo incerto é sempre algo que assusta. Na crise, aquilo que era certo passa a ser incerto, ou seja, a crise proporciona que as pessoas se sintam um pouco mais encorajadas porque as certezas diminuem muito”, explicou Carbone, sócio da empresa de recursos humanos ACT.
O mais difícil foi contar a decisão em casa.
“Dá um pouco de frio de barriga, né? Mas eu apoiei, porque é muito bom fazer o que eu a gente gosta, né?”, diz Priscila, Boscarino, esposa de Eduardo.
A Priscila também está em transição: quer se agente de viagens, mas não deixou o emprego de contadora, criou um blog que já tem 11 mil seguidores.
“Eu sempre trabalhei em grandes empresas, então querendo ou não o salário pesa, a questão dos benefícios, então tô levando em paralelo por enquanto”, diz Priscila.
A jornada pode ser mais longa, mas dá para fazer, garante a especialista em carreiras que está sendo mais procurada agora na crise por profissionais querendo mudar. A dica é partir para a ação.
“Se a gente fica muito na ideia, a gente já impõe barreiras, limites, ‘não vou conseguir, é muito difícil’, tem paradigmas, tem crenças que nos limitam. Se a gente partir para a ação, as coisas começam a se desenrolar”, ensina Denise Rendtorff, sócia da ACT.
Mudar de carreira é uma tendência, ressalta o especialista.
“As pessoas mais velhas como eu, por exemplo, elas foram criadas querendo um mundo relativamente previsível, uma carreira estável dentro de uma ou duas empresas no máximo, e isso era nosso sonho de consumo. O jovem não sonha esse mesmo sonho, ao contrário, isso pra ele é um pesadelo”, afirma Carbone.
Estratégias diferentes que podem acabar no mesmo lugar.
“Ele é meu fotógrafo oficial do blog. Já tem muita foto dela lá. A maioria é dele”, brinca Priscila.
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