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15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
G1 globo.com
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G1vglobo.com
Hospital São Paulo suspende tratamentos de hemodiálise por falta de materiais
Departamento que recebia, em média, 33 pacientes por dia, hoje está vazio. Unidade mantida pelo governo federal vive crise financeira desde o ano passado.
Por G1 SP, São Paulo
O Hospital São Paulo suspendeu tratamentos de hemodiálise por conta da falta de materiais básicos. O departamento de nefrologia, que costumava receber uma média de 33 pacientes por dia, agora está com leitos vazios, salas desativas e máquinas paradas no corredor. O Bom Dia São Paulo registrou a situação com uma câmera escondida na tarde desta quinta-feira (27)
Profissionais do hospital, que pediram para não ser identificados, confirmaram que faz mais de dois dias que não recebem sem capilares – uma espécie de tuboi que desempenha a função do rim deficiente no organismo dos pacientes. Sem material e, consequentemente, sem pacientes, funcionários ficam com menos trabalho e alguns foram até deslocados para outros setores.
Os funcionários ouvidos pela reportagem disseram que há menos de dez capilares disponíveis para todo o hospital e que o material restante está sendo guardado para casos de emergência, de vida ou morte. Os pacientes com quadros menos graves acabam encaminhados para o pronto-socorro, onde recebem medicamentos para controlar o potássio e o acúmulo de água no corpo.
O Hospital São Paulo pertence à Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp) e enfrenta uma crise financeira desde o ano passado, como o G1 já mostrou em outras reportagens. No ápice da crise na unidade, faltavam até luvas e esparadrapos no pronto-socorro. As internações eletivas (agendadas) também foram suspensas no último mês de março devido à falta de recursos.
Crisa financeira
A receita anual do Hospital São Paulo é de R$ 568,9 milhões, sendo 47,8% do orçamento federal, 31% do convênio com o SUS, 9,1% do orçamento estadual, 7,3% do Ministério da Educação - já que se trata de um hospital universitário - e o restante oriundo de outras fontes. As despesas, porém, são maiores: giram em torno de R$ 603,5 milhões, resultando em um déficit de R$ 34,6 milhões por ano.
O Conselho Gestor do hospital pede um reajuste de R$ 1,5 milhão por mês ao Ministério da Saúde para diminuir o prejuízo. As contas estão no vermelho há pelo menos cinco anos. A administração da unidade também sugeriu que a Prefeitura de São Paulo colaborasse com recursos, além de apenas fornecer pacientes.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, já afirmou, entretanto, que não vai conceder reajustes no subsídio pago atualmente ao Hospital São Paulo. Ele criticou a gestão da unidade, que gasta quase metade do que recebe com o quadro de funcionários. "Eles precisam fazer a lição de casa, cumprir sua obrigação, enxugar a máquina e usar o dinheiro para colocar a saúde na porta da população", disse em entrevista concedida em abril.
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