No mapa rodoviário brasileiro, o estado do
Espírito Santo ostenta uma posição de destaque, e ela não causa inveja nenhuma.
Um trecho de dez quilômetros é onde mais acontecem acidentes graves nas rodovias federais do país. Ele fica na BR-101, na região metropolitana de Vitória. A rodovia liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro e à Bahia.
“São rodovias das décadas de 60 e 70. Os veículos que trafegavam tinham 15 metros. Hoje estamos falando de caminhões de 30 metros. Sem contar o número de veículos na via que aumentou absurdamente nos últimos 30 anos”, explicou o engenheiro de tráfego Rodrigo Rosa.
Muitos carros passando por uma área urbana, com bairros e empresas.
“Aqui é uma briga de os sistemas de trânsito. É o pedestre, o ciclista, o motorista, todo mundo competindo pelo mesmo espaço”, conta a policial rodoviária Danielle Fiorote.
E quem sai perdendo quase sempre é o pedestre. Atropelamento é o acidente mais comum e o que mais causa mortes.
A Polícia Rodoviária Federal afirma que é urgente a pintura de faixas de pedestres em trechos onde há ponto de ônibus dos dois lados da pista e nenhum local adequado para a travessia. São informações de um relatório. Os policiais tiraram fotos aéreas, analisaram os boletins de ocorrência dos acidentes e usaram um equipamento que faz uma espécie de raios-x do asfalto para responder porque a rodovia é tão perigosa.
A conclusão é que há muitas falhas. Numa curva, a inclinação do asfalto está errada. Empurra o carro para fora da estrada. Estrada, aliás, que tem desníveis e buracos e quando um carro quebra fica no meio da pista.
No trecho de dez quilômetros, há 15 semáforos. Mas a Polícia Rodoviária Federal afirma que, além dos semáforos, também é preciso instalar radares e equipamentos para identificar e punir os motoristas que avançam o sinal. Uma infração muito comum: o sinal está vermelho, e lá vai caminhão. Os moradores dizem que isso acontece toda hora.
Quando o movimento aumenta é ainda mais fácil flagrar a infração.
“Eles nunca param neste sinal”.
O relatório da Polícia Federal foi entregue à Eco 101, empresa que, desde 2013, administra o trecho da rodovia.
A empresa informou que vai se reunir na terça-feira (25) com a Polícia Rodoviária Federal para discutir as conclusões desse relatório que embasou a nossa reportagem.
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