O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira (29) que a presidente afastada Dilma Rousseff está “triste, mas aguerrida” com relação ao processo de impeachment que enfrenta no Congresso.
A declaração foi dada depois de uma reunião de quase duas horas entre o senador alagoano e a petista no Palácio da Alvorada. O encontro aconteceu a pedido de Dilma, segundo Renan.
Nesta quarta, a comissão especial do impeachment termina de ouvir as testemunhas do processo. Depois disso, o colegiado pretende ouvir na próxima quarta (8) a própria Dilma, acusada de ter cometido crime de responsabilidade. Ela, porém, não é obrigada a comparecer e pode ser representada pelo advogado, o ex-ministro José Eduardo Cardozo.
“A presidente continua muito bem, aguerrida. Triste, mas aguerrida. E ela aproveitou a oportunidade da conversa para me recomendar ponderação e equilíbrio. Ela acha que essas coisas estão em falta no Brasil”, disse Renan.
Questionado por jornalistas sobre a recomendação de “ponderação e equilíbrio”, não deu detalhes, disse apenas que achou “uma boa recomendação” e que ele tem agido dessa maneira na condução do Senado.
O parlamentar também disse que explicou para Dilma as próximas etapas do processo do impeachment no Senado. Segundo o peemedebista, Dilma não falou de expectativas sobre a decisão final dos senadores com relação ao caso.
Renan disse que a conversa aconteceu a pedido de Dilma, mas que ele estava “sentido falta” de se reunir com a petista.
Segundo Renan, Dilma não falou sobre a proposta – que já defendeu em entrevistas à imprensa – de fazer um plebiscito para consultar a população sobre a possibilidade de convocar novas eleições antes de 2018. Renan, no entanto, opinou que a proposta teria dificuldades de “caminhar” no Congresso Nacional.
“Essa proposta [de novas eleições] não está posta, mas seria difícil caminhar, porque precisaria de uma correlação bastante favorável. Três quintos na Câmara e três quintos no Senado. Eu não acredito na possibilidade dessa perspectiva preponderar”, afirmou o presidente do Senado explicando o mínimo de votos necessários para uma emenda à Constituição ser aprovada pelas duas Casas.
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