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FONTE DE INFORMAÇÃO
VEJA .com Brasil
Com marido preso, Gleisi ataca Temer e diz que prisão é 'desvio de foco' para garantir impeachment
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) se manifestou pela primeira vez na noite desta quinta-feira depois de ter o marido Paulo Bernardo Silva, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, preso por ordem do juiz Paulo Bueno de Azevedo na Operação Custo Brasil. Em carta publicada nas redes sociais, a petista atacou o governo interino do peemedebista Michel Temer, disse que Bernardo foi alvo de "injustiça" e acusou a Polícia Federal de "desrespeitar" sua família ao levar o político preso na presença dos filhos menores de idade. "Não me cabe outra explicação que não o desvio de foco da opinião pública deste governo claramente envolvido em desvios, em ataques aos direitos conquistados pela população. Garantir o impeachment é tudo o que mais lhes interessa neste momento", atacou.
Ele é alvo do primeiro desdobramento da Operação Lava Jato em São Paulo e está envolvido, segundo o Ministério Público, em um esquema de pagamento de propina de mais de 100 milhões de reais em contratos de prestação de serviços de informática no Ministério do Planejamento. De acordo com os investigadores, o ex-ministro petista recebeu cerca de 5,6 milhões de reais do esquema de corrupção montado no Ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015. Para o procurador Andrey Borges de Mendonça, há provas de que 7 milhões de reais do esquema foram remetidos para um escritório de advocacia, em Curitiba, que, por sua vez, repassou 80% desse montante (5,6 milhões de reais) para Bernardo por meio de um contrato fictício.
"Hoje foi um dia muito triste na minha vida como mulher, como política e, sobretudo, como mãe. Conheço o pai dos meus filhos. Sei das suas qualidades e do que não faria, por isso sei da injustiça que sofreu nesta manhã. Mais de 10 pessoas estranhas entraram em minha casa com ordem de busca e apreensão. Trouxeram também uma ordem de prisão preventiva contra o Paulo", relatou Gleisi Hoffmann na carta.
A petista, que não apareceu no Senado nesta quinta e desfalcou a tropa de choque de Dilma Rousseff na comissão do impeachment, questionou a necessidade do mandado de busca e apreensão, já que a investigação contra o casal foi aberta há vários meses, e declarou que o marido "se colocou inúmeras vezes à disposição da Justiça". "Vieram coercitivamente buscá-lo em casa, na presença de nossos filhos menores. Um desrespeito humano sem tamanho, desnecessário. Não havia nada em nossa casa que podia ser levado. Mesmo assim levaram o computador do meu filho adolescente. Fiquei olhando meu menino e pensei sobre a dor que sentia com aquela situação", relatou ela na carta.
Em um ataque indireto ao presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que se tornou réu nesta quinta-feira por esconder propina em contas secretas na Suíça, disse que "não fez fortuna", "não tem conta no exterior" e informou que o patrimônio "parte financiado, foi comprado com nossos salários".
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