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G1 globo.com
ÉPOCA NEGÓCIOS .
Presidente chinês faz alerta contra protecionismo durante abertura do G20
A economia global atingiu “um momento crucial”, disse Xi Jinping, em face da fraca demanda, dos mercados financeiros voláteis e do comércio e investimento fracos
04/09/2016 - 17H23 - ATUALIZADA ÀS 17H23 - POR REUTERS
A economia global está sendo ameaçada pelo crescente protecionismo e pelos riscos dos mercados financeiros altamente alavancados, disse o presidente chinês, Xi Jinping, durante a abertura da cúpula de dois dias de líderes das nações do G20.
SAIBA MAIS
O alerta neste domingo (04/09) segue as conversas bilaterais com Barack Obama, descritas pelo presidente dos Estados Unidoscomo "extremamente produtivas", mas que não conseguiram estreitar ambos os lados em temas mais espinhosos, como as tensões no Mar da China Meridional.
Com cúpula realizada após o referendo de junho que resultou na saída da Grã-Bretanha da União Europeia e antes da eleição presidencial dos EUA em novembro, observadores esperam que os líderes do G20 providenciem uma defesa do livre comércio e da globalização e alertem contra o isolacionismo.
A economia global atingiu “um momento crucial”, disse Xi, em face da fraca demanda, dos mercados financeiros voláteis e do comércio e investimento fracos.
"O crescimento dirigido pela rodada anterior do progresso tecnológico está desaparecendo gradualmente, enquanto uma nova rodada de revolução tecnológica e industrial ainda precisa ganhar impulso", disse ele.
Ao final da cúpula, espera-se um acordo entre os países do G20 em que todas as medidas de política - incluindo reformas monetárias, orçamentais e estruturais - deverão ser utilizadas para atingir um crescimento econômico sólido e sustentável, disse o secretário adjunto japonês, Koichi Hagiuda.
"O compromisso será firmando utilizando as três ferramentas de políticas fiscais e monetárias e reformas estruturais para alcançar um crescimento sólido, sustentável, equilibrado e inclusivo", disse Hagiuda a repórteres nos bastidores da cúpula.
Xi também pediu aos países do G20 para combinarem suas palavras com ações.
"Devemos transformar o grupo G20 em uma equipe de ação, em vez de uma oficina de conversa", disse ele.
Alguns dos líderes do G20, no entanto, delinearam batalhas sobre disputas relacionadas às questões que vão desde o comércio e o investimento à política fiscal e excesso de capacidade industrial.
Linhas de batalha
Neste domingo, Xi se reuniu com o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, e disse esperar da Austrália um ambiente político justo, transparente e previsível para os investidores estrangeiros.
O bloqueio no mês passado da venda da maior rede de energia da Austrália, um negócio de 10 bilhões de dólares australianos (7,7 bilhões de dólares), para investidores chineses irritou o governo de Pequim.
A China acusou a Austrália de curvar-se ao sentimento protecionista ao bloquear a venda da Ausgrid, assim como um bloqueio anterior da empresa de gado Kidman & Co para um consórcio liderado pela China.
Pequim também tem criticado a Austrália, um aliado convicto dos EUA, no que diz respeito aos voos de vigilância sobre ilhas em disputa no Mar do Sul da China.
Enquanto isso, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a China deve estabelecer um mecanismo para resolver o excesso de capacidade industrial, dizendo que era "inaceitável" a indústria siderúrgica europeia perder tantos postos de trabalho nos últimos anos.
"O excesso de capacidade é um problema global, mas há particularmente um elemento chinês ", disse Juncker a jornalistas.
O futuro da Grã-Bretanha após a decisão de saída da União Europeia também foi objeto de discussão.
Barack Obama assegurou à primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, o suporte do aliado político, comercial e militar mais próximo da Grã-Bretanha.
Mas ele não recuou em sua posição de que a Brexit foi um erro e que Londres não poderá furar a fila para arranjar um acordo comercial bilateral.
Para Juncker, se a Grã-Bretanha desejasse o acesso ao mercado comum da União Europeia, seria necessário respeitar as regras do mercado comum.
Negociações noturnas
Obama se reuniu até tarde da noite de sábado com Xi. Ele pediu a Pequim que respeite suas obrigações legais nas águas disputadas do Mar da China Meridional e ressaltou os compromissos dos EUA com seus aliados regionais.
Xi afirmou que a China continuará defendendo sua soberania e direitos marítimos no Mar do Sul da China.
Mas a China está disposta a manter a cúpula centrada em questões econômicas, além de evitar outros conflitos que possam ofuscar o objetivo do encontro.
De acordo com um resumo sobre as relações entre a China e os EUA divulgado neste domingo, ambos os lados concordaram em uma série de questões, incluindo evitar desvalorizações cambiais competitivas e a não limitação de oportunidades de negócios para fornecedores de informação e de tecnologia de comunicação estrangeiros.
Em seus últimos cinco meses de presidência, Obama está usando a visita para carimbar sua assinatura na mudança de política em torno do Pacífico, dando o tom para seu sucessor Casa Branca, que será eleito em novembro e empossado em 20 de janeiro.
A visita de Obama começou de forma caótica no aeroporto Hangzhou, onde sua equipe discutiu com a segurança chinesa sobre o acesso à mídia. Obama disse neste domingo que "não iria exceder a relevância" dos acontecimentos do aeroporto.
"Nada disso deprecia o escopo mais amplo da relação (com a China)", disse ele em entrevista coletiva. "As discussões bilaterais que tivemos ontem foram extremamente produtivas e continuam a apontar para grandes áreas de cooperação.
A segurança em Hangzhou foi extremamente rigorosa, com partes da cidade de 9 milhões de habitantes se transformando em uma cidade fantasma, já que a China busca garantir uma cúpula do G20 livre de incidentes.
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