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Odebrecht diz que pediu a assessor de Dilma para libertar presos da Lava Jato
Em depoimento, Marcelo Odebrecht disse que objetivo era evitar delações de executivos de OAS e UTC, mas 'não foi feito nada relativo a isso'. Giles Azevedo disse que 'nunca' tratou do assunto.
O empresário Marcelo Odebrecht afirmou em depoimento que procurou Giles Azevedo, ex-assessor especial de Dilma Rousseff, e Sigmaringa Seixas, espécie de conselheiro informal da ex-presidente, para pedir ajuda do governo para libertar executivos das empreiteiras OAS e UTC presos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato (assista ao vídeo acima, a partir de 1 minuto). Segundo Odebrecht, porém, "não foi feito nada relativo a isso".
Procurado pelo G1, Giles Azevedo informou que "nunca" tratou do assunto com o empresário e, portanto, jamais teve algum tipo de atuação nese sentido. O G1 buscava contato com Sigmaringa Seixas até a última atualização desta reportagem.
Marcelo Odebrecht deu a informação ao Ministério Público Federal ao prestar depoimento no acordo de delação premiada e informou que o objetivo era evitar que esses executivos das construtoras assinassem acordo de colaboração com os investigadores da Lava Jato.
"Teve uma questão logo no início [da Lava Jato] que a gente procurou o Giles [Azevedo] e Sigmaringa Seixas para alertar eles: 'Olha, o pessoal da OAS e UTC está preso, se vocês não encontrarem uma maneira de ajudar na libertação deles, os caras vão acabar fazendo delação", relata Odebrecht aos investigadores.
Em seguida, Marcelo Odebrecht acrescentou: "Que eu saiba, não foi feito nada relativo a isso, mas eu fiz questão de registrar que teve esse encontro".
Documento
Conforme documento juntado a um pedido de inquérito enviado pelo Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal, Marcelo Odebrecht afirma que a reunião com Giles e Sigmaringa ocorreu no escritório do advogado, em Brasília, em 17 de novembro de 2014.
"Em 17.11.14, Maurício Ferro [diretor jurídico da Odebrecht] e eu [Marcelo] solicitamos ao Secretário da Presidência, Gilles (sic) Azevedo, e ao advogado Sigmaringa Seixas, em reunião no escritório deste último, em Brasília, providências do Poder Executivo Federal para atuações e interferências junto aos Tribunais Superiores para soltura dos executivos da OAS e UTC até então presos. Em 24.11.14, Maurício Ferro reiterou o pedido junto a Sigmaringa Seixas. Não tenho conhecimento de que nenhuma ação efetiva tenha sido realizada", diz o documento.
Telefonemas
Entre os documentos apresentados pela defesa de Odebrecht durante a negociação para que o empresário fechasse o acordo de delação premiada com o Ministério Público, também foi entregue uma tabela que lista 25 telefonemas do empresário a Giles Azevedo.
Dessas 25, 20 foram feitas após a Operação Lava Jato ter sido deflagrada pela Polícia Federal, em março de 2014. A última conversa telefônica entre os dois, segundo a tabela, aconteceu em dezembro daquele ano.
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