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G1 globo.com
'Exposição negativa é dolorosa, mas necessária', diz Odebrecht em carta a funcionários
Empresa pediu compreensão dos empregados e disse que o momento é resultado de uma decisão "consciente e clara" de colaborar com a Lava Jato.
Em carta enviada aos funcionários na segunda-feira (17), a Odebrecht diz que a "exposição negativa" gerada pela quebra do sigilo das delações de seus executivos na Operação Lava Jato é "dolorosa, mas necessária".
"Nós precisávamos passar por isso. Seria impossível reconstruir a empresa que queremos para o futuro sem enfrentar a realidade de fatos ocorridos anteriormente e que só agora vocês e a sociedade passaram a conhecer", diz o texto.
A empreiteira pediu compreensão dos empregados e disse que o momento é resultado de uma decisão "consciente e muito clara" de colaborar definitivamente com as investigações.
Os depoimentos dos 77 executivos e ex-executivos, diz a carta, visam de "reconhecer erros, pedir desculpas, pagar pelos crimes cometidos e indicar outros responsáveis com apoio de provas" e "reconstruir a empresa em padrões de ética, integridade e transparência".
A Odebrecht também ressaltou na mensagem que, a partir da colaboração dos delatores, assinou em dezembro do ano passado acordo de leniência com o Ministério Público Federal e autoridades dos Estados Unidos.
A empresa classificou ainda como uma boa notícia o reconhecimento desse acordo pela Justiça americana na segunda-feira (17), pelo qual se comprometeu a pagar US$ 2,6 bilhões em multas para autoridades dos EUA, Brasil e Suíça pelos casos de corrupção.
'Delação do fim do mundo'
Com base nos depoimentos da Odebrecht, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin mandou abrir inquéritos para investigar 98 pessoas. Entre elas, estão 39 deputados federais, 24 senadores, 8 ministros de Estado, um ministro do Tribunal de Contas da União, e três governadores.
Dos políticos, os que tiveram mais inquéritos abertos contra si na semana passada são os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), com cinco cada um, e o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem quatro.
Os ex-presidentes Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney, além do Michel Temer, também foram citados.
A delação acabou apelidada "delação do fim do mundo", dado o seu impacto na política e na Justiça brasileira.
A maioria dos 98 investigados é suspeita de cometer mais de um crime. Entre os mais comuns estão lavagem de dinheiro (68 são suspeitos), corrupção passiva (67 suspeitos) falsidade ideológica eleitoral, o caixa 2 (33 suspeitos).
De acordo com a delação, o setor destinado ao pagamento de propinas da Obrecht movimentou aproximadamente US$ 3,37 bilhões entre 2006 e 2014.
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