Movimento Vem Pra Rua faz atos pedindo celeridade a processos da Lava Jato
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Léo Rodrigues e Camila Boehm – Repórteres da Agência Brasil *
O movimento Vem Pra Rua fez na noite de hoje (25) uma manifestação simultânea em 27 cidades para pedir que o Supremo Tribunal Federal (STF) instale uma força-tarefa para dar celeridade às análises dos processos decorrentes de depoimentos prestados por ex-executivos da Odebrecht. Investigadas no âmbito da Operação Lava-Jato, 77 pessoas ligadas à empreiteira fecharam acordo de delação premiada para detalhar como funcionavam os esquemas de corrupção.
A partir dos depoimentos, o ministro do STF, Edson Fachin, autorizou a abertura de 76 inquéritos . Há duas semanas, ele retirou o sigilo de 74 inquéritos, revelando o nome de 83 políticos suspeitos de envolvimento nos esquemas de corrupção. Segundo um manifesto divulgado pelo movimento Vem Pra Rua, a demora no julgamento dos citados nas delações "provoca uma confusão entre inocentes e culpados e mantêm todos na mesma vala comum". O texto diz que é preciso chegar às eleições de 2018 "sem a contaminação da corrupção que permeia o mundo político brasileiro".
O ato foi chamado de SOS STF - A Hora da Justiça e os manifestantes em diversas cidades cobraram também uma posição do STF sobre o fim do foro privilegiado e pediram aos senadores que votem contra o projeto de lei que busca tipificar crimes por abuso de autoridade. A proposta deve ser apreciada amanhã (26) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
São Paulo
Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 70 manifestantes. O grupo carregava cartazes em defesa do juiz Sérgio Moro, pedindo renovação política em 2018 e rapidez da Justiça. Eles cantaram o Hino Nacional e acenderam velas na calçada, que formavam a sigla "SOS STF".
Representante do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, disse que há demanda para que o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República acelerem as investigações para processar pessoas que estão envolvidas na Lava Jato.
"Não podemos depender da velocidade normal da Justiça brasileira em um caso que envolve tantas pessoas tão importantes, porque são legisladores, principalmente os legisladores do Brasil. Então o ato é para exigir uma força-tarefa para acelerar essas investigações, da Lava Jato especificamente", disse.
Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, cerca de 30 manifestantes se concentraram em frente ao edifício da Justiça Federal e também utilizaram velas acessas para escrever no chão "SOS STF". Uma das líderes do movimento, a médica Kátia Pegos, disse que a instituição de uma força-tarefa no STF não seria algo novo.
"Já aconteceu outras vezes. É possível que sejam convocados juízes de primeira instância para que eles façam a leitura do processo e um pré-julgamento e o ministro responsável depois decide se valida a decisão. A situação atual urge que isso seja feito", diz.
Kátia defendeu também que a ordem dos julgamentos seja definida por nível de gravidade, colocando na frente os processos que envolvam crimes mais graves. "Nós entendemos que Justiça lenta é injustiça e, se não for dada celeridade aos processos, a maior parte deles vai acabar prescrevendo".
Outras capitais
Em Salvador, o ato foi em frente à antiga sede regional do Tribunal de Contas da União, na Avenida Tancredo Neves. Em frente ao local, os manifestantes acenderam velas que formavam a expressão “SOS STF”.
Um dos membros do Movimento Vem Pra Rua na Bahia, César Leite, diz que a ideia é prestar apoio ao juiz Sérgio Moro, que vem julgando os casos de corrupção. “A quantidade de processos a ser julgada é importante, a gente fica angustiado para resolver logo, mas acho que está seguindo os passos que devem ser seguidos. A sociedade quer justiça e ninguém suporta mais a corrupção”, disse Leite, que se reuniu com mais dez pessoas no ato de hoje.
No Recife, 20 pessoas do movimento Vem Pra Rua montaram uma mensagem com velas em frente ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) em que se lia SOS STF. Em Brasília, o ato reuniu cinco pessoas na Praça dos Três Poderes.
* Colaboraram Sayonara Moreno, Sumaia Villela e Ivan Richard Esposito
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