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Porto Alegre .
Rio Grande do Sul Brasil .
15/05/2017 07:54 horas .
Fonte de informação
ÉPOCA NEGÓCIOS
"O Brasil encara seus recursos naturais como algo que pode ser liquidado para fazer dinheiro rápido"
Mathis Wackernagel, um dos criadores do conceito de pegada ambiental, comenta os principais desafios para a saúde do planeta Terra e prevê o que virá pela frente se nada mudar
03/07/2017 - 07H09 - ATUALIZADA ÀS 07H09 - POR ELISA CAMPOS
2017 não tem sido um ano de muitas vitórias para o meio ambiente. No início de junho, o presidente Donald Trump anunciou que irá retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris. Firmado em 2015, após mais de dez anos de negociações infrutíferas para combater as mudanças climáticas, o tratado foi assinado por 195 países, numa iniciativa histórica. Não foi a única má notícia do mês. Diante do avanço do desmatamento no Brasil, a Noruega decidiu reduzir os repasses ao Fundo Amazônia pela metade. O fato é que a humanidade continua a exigir mais do planeta Terra do que ele pode lhe dar no longo prazo. “O que falta é a maioria dos países entender que seu sucesso depende da adaptação a uma nova realidade. Há dificuldade em compreender que é de seu próprio interesse se preparar para as mudanças climáticas e a restrição de recursos naturais”, afirma o engenheiro suíço Mathis Wackernagel.
SAIBA MAIS
Wackernagel é um dos criadores do conceito de pegada ambiental. Em sua dissertação de doutorado pela Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá, ele e seu então professor William Rees desenvolveram o indicador, que ganhou notoriedade mundial. A pegada ecológica mede o quão rápido a humanidade consome os recursos naturais da Terra e gera lixo comparado ao tempo que o planeta leva para criar novos recursos e absorver os resíduos produzidos. Desde o fim da década de 60, nosso consumo tem excedido a capacidade de regeneração da Terra. A situação não é sustentável no longo prazo, alerta Wackernagel, e terá resultados trágicos. Nesta entrevista, o suíço, hoje presidente da Global Footprint Network, um think tank que calcula anualmente a pegada ecológica de países e cidades ao redor do globo, comenta os principais desafios ambientais atuais e a decisão dos Estados Unidos de se retirar do Acordo de Paris.
Você tem acompanhado a pegada ecológica da humanidade há décadas. Tem visto melhorias?
Sim. Há uma série de ações interessantes, mas não a ponto de mudar a tendência geral de aumento da pegada global. Estamos vivendo acima da capacidade do planeta e a nossa demanda continua crescendo. Dito isso, houve melhorias. A pegada ecológica dos Estados Unidos, por exemplo, tem caído substancialmente nos últimos anos, embora ainda esteja num nível muito alto. Vemos diversos países de alta renda sendo capazes de manter sua economia sem elevar significativamente sua demanda por recursos naturais ou até a diminuindo. Isso é positivo. Mesmo a China, que teve uma expansão econômica bastante forte nos últimos anos, reconhece que sua pegada ecológica atual não é sustentável no longo prazo e está se esforçando para mudar. Talvez essa seja a principal pensata: muitas pessoas pensam que temos um grande problema mundial. Na realidade, podemos até estar numa grande tempestade global, mas cada país é um barco muito diferente.
Foi um erro Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do Acordo de Paris?
Sim. Foi um enorme erro que pode resultar em prejuízos em diversas frentes: perda de respeito, enfraquecimento da liderança dos Estados Unidos e, no longo prazo, diminuição da competitividade da economia americana. Muitos estudos mostram que do ponto de vista econômico investir na indústria de combustíveis fósseis é contraproducente. Existe mais valor a ser criado em energias renováveis.
Qual impacto você espera dessa decisão?
É uma distração gigantesca e desnecessária, um grande passo para trás, que até mesmo vários dos conselheiros de Trump tentaram evitar. De um lado, pode dar voz aos céticos do clima e entusiastas dos combustíveis fósseis, além de reduzir as ambições de outra nações para agir [no combate às mudanças climáticas]. Por outro, como é uma decisão absurda, também pode colocar mais foco na necessidade de que algo precisa ser feito.
Com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, será possível impedir que o aumento da temperatura global ultrapasse os 2°C em relação aos níveis pré-industriais?
A conquista mais importante do tratado é o reconhecimento desse objetivo comum. A implementação dos compromissos até agora (mesmo com os EUA ainda no acordo) está longe de atingir as metas. O que falta é a maioria dos países entenderem que seu sucesso depende da adaptação a uma nova realidade. Há dificuldade em compreender que é de seu próprio interesse se preparar para as mudanças climáticas e a restrição de recursos naturais.
Ou seja, não estamos mudando rápido o suficiente. Estamos perto de uma falência ambiental?
Um dos grandes abusos ambientais é a emissão de gás carbônico. A agricultura é uma atividade dependente do clima. Se o tempo se tornar totalmente errático, haverá tantas perdas na colheita que não valerá a pena plantar. Com o aquecimento global, estamos colocando a estabilidade do clima em risco. Há indicações de que mesmo se parássemos hoje de emitir gás carbônico, ainda assim excederíamos esse aumento da temperatura de 2°C, considerado por muitos cientistas o limite para manter as condições climáticas estáveis. Se o ultrapassarmos, a biosfera poderá perder significativamente produtividade. Não significa que a humanidade não conseguiria sobreviver, mas sobreviveria em números muito menores. Essa transição seria dolorosa.
Para evitar esse destino, qual é a principal atitude que precisamos tomar em termos de política pública?
De maneira geral, a humanidade concorda que todos merecem uma boa vida e sabe que temos limitações de recursos. O que acontece é que a nossa tomada de decisão muitas vezes entra contradição com a visão de viver bem dentro dos limites do planeta. Vemos isso principalmente no setor de infraestrutura. As decisões não parecem levar em consideração o contexto maior. Se acreditamos que a humanidade deve combater as mudanças climáticas, não faz sentido investir em mais estradas ou em mais plantas abastecidas com combustível fóssil. Isso seria, inclusive, arriscado porque esses ativos provavelmente serão cada vez menos usados e seu valor cairá.
Na sua opinião, o Brasil tem conduzido bem sua política ambiental?
O Brasil, obviamente, está numa posição privilegiada. É um gigante. Tem de longe mais biocapacidade (capacidade produtiva dos ativos naturais) do que qualquer outro país. Vocês são extremamente ricos do ponto de vista ecológico, num mundo onde os recursos estão se tornando escassos. A questão é: como administrá-los? O risco é não se importar tanto, já que os recursos são abundantes. É mais ou menos assim que o Brasil encara seu capital natural: algo não tão valioso que pode ser liquidado agora para fazer dinheiro rápido. Essa abordagem ameaça a força que o Brasil tem no longo prazo. Mas a vantagem de ser rico é que você consegue arcar com os custos de cometer erros.
Como indivíduos, como podemos diminuir nossas pegadas ecológicas?
São quatro grandes áreas que definem quanto usamos de recursos. Uma é como construímos as nossas cidades. Elas são bem desenhadas? É possível viver perto do trabalho? Elas são muito dependentes dos carros, como São Paulo? As casas são bem feitas, de maneira que você não precise nem aquecê-las nem esfriá-las demais? A mesma qualidade de vida pode ter consequências muito diferentes na quantidade de recursos usados. A segunda área é como geramos energia. Na maior parte do mundo, usamos combustíveis fósseis para abastecer nossas economias, mas é possível utilizar energia eólica, elétrica, hidrelétrica etc. O consumidor também pode tomar providências para economizar, como escolher lâmpadas mais eficientes. Outra questão é comida. Alimentos usam bastante biocapacidade do planeta e o desperdício é um problema no mundo todo. Existem estimativas de que 30% da comida no mundo é desperdiçada. Além de olhar para isso, podemos consumir menos produtos animais. O último ponto é quantas pessoas somos na Terra. Quanto mais formos, menos planeta teremos para cada um. É importante investir em famílias menores.
Para você, qual o obstáculo mais urgente a ser removido para diminuirmos nossa pegada ambiental numa escala global?
Descarbonizar a economia e se livrar dos combustíveis fósseis rapidamente. Países como a Alemanha têm, há muito tempo, falado em transformações no sistema energético. A Escócia, por exemplo, tem um plano agressivo para fazer a transição para fontes de energia renovável. Eles perceberam que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim. Já a China tem sido bem proativa em relação à energia solar. Mesmo com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, eles reafirmaram seu compromisso com essa transformação. A reação deles foi: vamos manter a transição. Não a fazemos pelos americanos, fazemos por nós mesmos, porque queremos ter uma economia preparada para o futuro. Se os Estados Unidos quiserem ser burros, que sejam.
Você tem acompanhado a pegada ecológica da humanidade há décadas. Tem visto melhorias?
Sim. Há uma série de ações interessantes, mas não a ponto de mudar a tendência geral de aumento da pegada global. Estamos vivendo acima da capacidade do planeta e a nossa demanda continua crescendo. Dito isso, houve melhorias. A pegada ecológica dos Estados Unidos, por exemplo, tem caído substancialmente nos últimos anos, embora ainda esteja num nível muito alto. Vemos diversos países de alta renda sendo capazes de manter sua economia sem elevar significativamente sua demanda por recursos naturais ou até a diminuindo. Isso é positivo. Mesmo a China, que teve uma expansão econômica bastante forte nos últimos anos, reconhece que sua pegada ecológica atual não é sustentável no longo prazo e está se esforçando para mudar. Talvez essa seja a principal pensata: muitas pessoas pensam que temos um grande problema mundial. Na realidade, podemos até estar numa grande tempestade global, mas cada país é um barco muito diferente.
Foi um erro Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do Acordo de Paris?
Sim. Foi um enorme erro que pode resultar em prejuízos em diversas frentes: perda de respeito, enfraquecimento da liderança dos Estados Unidos e, no longo prazo, diminuição da competitividade da economia americana. Muitos estudos mostram que do ponto de vista econômico investir na indústria de combustíveis fósseis é contraproducente. Existe mais valor a ser criado em energias renováveis.
Qual impacto você espera dessa decisão?
É uma distração gigantesca e desnecessária, um grande passo para trás, que até mesmo vários dos conselheiros de Trump tentaram evitar. De um lado, pode dar voz aos céticos do clima e entusiastas dos combustíveis fósseis, além de reduzir as ambições de outra nações para agir [no combate às mudanças climáticas]. Por outro, como é uma decisão absurda, também pode colocar mais foco na necessidade de que algo precisa ser feito.
Com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, será possível impedir que o aumento da temperatura global ultrapasse os 2°C em relação aos níveis pré-industriais?
A conquista mais importante do tratado é o reconhecimento desse objetivo comum. A implementação dos compromissos até agora (mesmo com os EUA ainda no acordo) está longe de atingir as metas. O que falta é a maioria dos países entenderem que seu sucesso depende da adaptação a uma nova realidade. Há dificuldade em compreender que é de seu próprio interesse se preparar para as mudanças climáticas e a restrição de recursos naturais.
Ou seja, não estamos mudando rápido o suficiente. Estamos perto de uma falência ambiental?
Um dos grandes abusos ambientais é a emissão de gás carbônico. A agricultura é uma atividade dependente do clima. Se o tempo se tornar totalmente errático, haverá tantas perdas na colheita que não valerá a pena plantar. Com o aquecimento global, estamos colocando a estabilidade do clima em risco. Há indicações de que mesmo se parássemos hoje de emitir gás carbônico, ainda assim excederíamos esse aumento da temperatura de 2°C, considerado por muitos cientistas o limite para manter as condições climáticas estáveis. Se o ultrapassarmos, a biosfera poderá perder significativamente produtividade. Não significa que a humanidade não conseguiria sobreviver, mas sobreviveria em números muito menores. Essa transição seria dolorosa.
Para evitar esse destino, qual é a principal atitude que precisamos tomar em termos de política pública?
De maneira geral, a humanidade concorda que todos merecem uma boa vida e sabe que temos limitações de recursos. O que acontece é que a nossa tomada de decisão muitas vezes entra contradição com a visão de viver bem dentro dos limites do planeta. Vemos isso principalmente no setor de infraestrutura. As decisões não parecem levar em consideração o contexto maior. Se acreditamos que a humanidade deve combater as mudanças climáticas, não faz sentido investir em mais estradas ou em mais plantas abastecidas com combustível fóssil. Isso seria, inclusive, arriscado porque esses ativos provavelmente serão cada vez menos usados e seu valor cairá.
Na sua opinião, o Brasil tem conduzido bem sua política ambiental?
O Brasil, obviamente, está numa posição privilegiada. É um gigante. Tem de longe mais biocapacidade (capacidade produtiva dos ativos naturais) do que qualquer outro país. Vocês são extremamente ricos do ponto de vista ecológico, num mundo onde os recursos estão se tornando escassos. A questão é: como administrá-los? O risco é não se importar tanto, já que os recursos são abundantes. É mais ou menos assim que o Brasil encara seu capital natural: algo não tão valioso que pode ser liquidado agora para fazer dinheiro rápido. Essa abordagem ameaça a força que o Brasil tem no longo prazo. Mas a vantagem de ser rico é que você consegue arcar com os custos de cometer erros.
Como indivíduos, como podemos diminuir nossas pegadas ecológicas?
São quatro grandes áreas que definem quanto usamos de recursos. Uma é como construímos as nossas cidades. Elas são bem desenhadas? É possível viver perto do trabalho? Elas são muito dependentes dos carros, como São Paulo? As casas são bem feitas, de maneira que você não precise nem aquecê-las nem esfriá-las demais? A mesma qualidade de vida pode ter consequências muito diferentes na quantidade de recursos usados. A segunda área é como geramos energia. Na maior parte do mundo, usamos combustíveis fósseis para abastecer nossas economias, mas é possível utilizar energia eólica, elétrica, hidrelétrica etc. O consumidor também pode tomar providências para economizar, como escolher lâmpadas mais eficientes. Outra questão é comida. Alimentos usam bastante biocapacidade do planeta e o desperdício é um problema no mundo todo. Existem estimativas de que 30% da comida no mundo é desperdiçada. Além de olhar para isso, podemos consumir menos produtos animais. O último ponto é quantas pessoas somos na Terra. Quanto mais formos, menos planeta teremos para cada um. É importante investir em famílias menores.
Para você, qual o obstáculo mais urgente a ser removido para diminuirmos nossa pegada ambiental numa escala global?
Descarbonizar a economia e se livrar dos combustíveis fósseis rapidamente. Países como a Alemanha têm, há muito tempo, falado em transformações no sistema energético. A Escócia, por exemplo, tem um plano agressivo para fazer a transição para fontes de energia renovável. Eles perceberam que a era dos combustíveis fósseis está chegando ao fim. Já a China tem sido bem proativa em relação à energia solar. Mesmo com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, eles reafirmaram seu compromisso com essa transformação. A reação deles foi: vamos manter a transição. Não a fazemos pelos americanos, fazemos por nós mesmos, porque queremos ter uma economia preparada para o futuro. Se os Estados Unidos quiserem ser burros, que sejam.
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