terça-feira, 5 de julho de 2016

Desembargador do TRF do RJ se diz suspeito para julgar Cavendish

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FONTE DE INFORMAÇÃO .

G1 globo.com

RIO DE JANEIRO

05/07/2016 20h06 - Atualizado em 05/07/2016 22h18

Desembargador do TRF do RJ se diz suspeito para julgar Cavendish

Ivan Athié é amigo e já foi defendido por advogado de dono da Delta.
Habeas corpus de réus da Operação Saqueador podem perder validade.

Do G1 Rio

O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, se declarou suspeito para julgar casos que envolvam o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, segundo informou a GloboNews nesta terça-feira (5).

Isso ocorreu após o Ministério Público Federal (MPF) pedir a suspeição do desembargador, alegando que ele é amigo de Técio Lins e Silva, o mesmo advogado que defende Cavendish e que, em outra oportunidade, também atuou na defesa de Athié.

Ivan Athié disse à noite ao Jornal Nacional que decisões judiciais podem ser contestadas, mas como vem sofrendo críticas e até ofensas decidiu se antecipar e informou ao tribunal que se considera impedido de julgar processos da operação saqueador.

Se o TRF aceitar o pedido, as decisões dele nesse caso perdem o efeito. Os réus, então, não teriam mais direito a prisão domiciliar até o julgamento de um novo pedido. Além de Cavendish, podem ser benficiados outros quatro presos na Operação Saqueador, que investiga o desvio de R$ 370 milhões em contratos de obras públicas

.Athié foi o responsável pela conversão dos mandados de prisão preventiva para domiciliaraos cinco presos: Cavendish, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira; e os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu.

Mesmo beneficiados pela decisão de Ivan Athié, os cinco presos permanecem no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Por falta de tornozeleiras eletrônicas, a Justiça negou a liberação deles para a prisão domiciliar. Os cinco tiveram os cabelos raspados em Bangu 8.

Devassa no TRF
A partir desta quarta-feira (6), a Corregedoria da Justiça Federal começa uma grande vistoria no Tribunal Regional Federal do Rio, que é responsável também pelos processos do Espírito Santo. Em uma inspeção feita em abril, técnicos da Justiça identificaram falhas no sistema de distribuição de processos eletrônicos.

As falhas permitiam que alguém escolhesse pra qual desembargador iria um processo. A vistoria não tem prazo. Os corregedores vão analisar tudo o que aconteceu nos últimos dois anos.