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POLÍTICA
01/08/2016 23h00 - Atualizado em 02/08/2016 01h36
Delcídio se preocupou com amigos presos na Lava Jato, disse Lula ao MP
Depoimento perdeu sigilo após Lula se tornar réu em processo penal.
Lula relatou ter se reunido em Brasília e em São Paulo com ex-senador.
Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), que o senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) demonstrou em conversas preocupação com amigos presos na Operação Lava Jato.
O depoimento, de abril de 2016, está em processo na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. O sigilo foi retirado na semana passada, quando foi aberta ação penal que tornou Lula réu. O ex-presidente, Delcídio e outras cinco pessoas são acusados no processo de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
O depoimento, de abril de 2016, está em processo na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília. O sigilo foi retirado na semana passada, quando foi aberta ação penal que tornou Lula réu. O ex-presidente, Delcídio e outras cinco pessoas são acusados no processo de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
“[Lula afirmou] que Delcídio dizia estar preocupado com as pessoas que estavam presas por ser amigo delas, como o Cerveró e outras; que o declarante não era amigo dessas pessoas; que não tem recordações das conversas com Delcídio sobre a Operação Lava Jato; que não se recordava da resposta que deu a Delcídio nessas conversas; que deve ter dito que todo mundo contratou advogado e está ‘brigando’ [pela causa]", diz documento do MPF.
No depoimento, Lula também disse que passou a manter relação "mais densa" com o senador cassado quando Delcídio se tornou líder do governo no Senado, mas que os dois não eram próximos quando ele foi presidente da República.
Delcídio teve o mandato cassado pelo Senado em maio deste ano. Ele foi preso em novembro do ano passado por tentar obstruir as investigações da Lava Jato ao oferecer R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró. Ele foi acusado de tentar convencer o ex-diretor da Petrobras a não fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
No depoimento, Lula também disse que nunca soube de ilegalidade cometida por Delcídio no PT. Segundo ele, os dois tiveram reuniões na sede do PT em Brasília e também no Instituto Lula, em São Paulo. Os encontros na capital paulista eram mais frequentes e ocorriam quando Delcídio ia ao hospital Sírio-Libanês, de acordo com Lula.
Os ex-presidente também afirmou que tratava com o senador cassado de assuntos do Congresso Nacional e de política, “porque havia dificuldades no relacionamento do governo”.
“[Lula disse] que por ser a figura mais importante do PT, houve aproximação natural entre o declarante e Delcídio do Amaral quando este se tornou líder do governo; que não diria que era amigo de Delcídio do Amaral, tendo relação partidária com este; que não participou da indicação dele como líder do governo", explica o documento do Ministério Público.
No depoimento, Lula também disse que passou a manter relação "mais densa" com o senador cassado quando Delcídio se tornou líder do governo no Senado, mas que os dois não eram próximos quando ele foi presidente da República.
Delcídio teve o mandato cassado pelo Senado em maio deste ano. Ele foi preso em novembro do ano passado por tentar obstruir as investigações da Lava Jato ao oferecer R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró. Ele foi acusado de tentar convencer o ex-diretor da Petrobras a não fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
No depoimento, Lula também disse que nunca soube de ilegalidade cometida por Delcídio no PT. Segundo ele, os dois tiveram reuniões na sede do PT em Brasília e também no Instituto Lula, em São Paulo. Os encontros na capital paulista eram mais frequentes e ocorriam quando Delcídio ia ao hospital Sírio-Libanês, de acordo com Lula.
Os ex-presidente também afirmou que tratava com o senador cassado de assuntos do Congresso Nacional e de política, “porque havia dificuldades no relacionamento do governo”.
“[Lula disse] que por ser a figura mais importante do PT, houve aproximação natural entre o declarante e Delcídio do Amaral quando este se tornou líder do governo; que não diria que era amigo de Delcídio do Amaral, tendo relação partidária com este; que não participou da indicação dele como líder do governo", explica o documento do Ministério Público.
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Lula também afirmou em seu depoimento que é "mentira" de Delcídio que os dois tenham conversado sobre o acordo de delação premiada de Nestor Cerveró. Em denúncia baseada na delação de Delcídio, a Procuradoria Geral da República concluiu que Lula e Delcídio estavam entre os que atuaram para comprar por R$ 250 mil o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
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