sexta-feira, 7 de julho de 2017

Temer viaja e deixa aliados com missão de ganhar votos na CCJ

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Fonte de informação

G1 globo.com

Edição do dia 06/07/2017
06/07/2017 21h13 - Atualizado em 06/07/2017 22h15

Temer viaja e deixa aliados com missão de ganhar votos na CCJ

CCJ da Câmara já recebeu denúncia contra Temer por corrupção.
Partidos importantes da base aliada não estão fechados com presidente.

O presidente Michel Temer viajou para o exterior, mas deixou para os ministros e aliados mais próximos a missão de conquistar votos na Comissão de Constituição e Justiça, para barrar a denúncia contra ele.

Mesmo partidos importantes da base de apoio não estão fechados com o presidente Temer.
Michel Temer embarcou para a Alemanha no início da tarde. Assumiu o cargo, outro peemedebista, o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Isso porque, o primeiro sucessor, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, também viajou para o exterior. Está na argentina.
À tarde, já no Palácio do Planalto, Eunício despachou no gabinete presidencial, recebeu senadores e ministros e sancionou a lei que possibilita o cancelamento de precatórios depositados em instituições financeiras há mais de dois anos e não sacados.
Mais cedo, antes de viajar, em uma cerimônia no Planalto, Michel Temer defendeu a harmonia entre os poderes, o que foi visto como um recado indireto para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
“O que mais se verifica muitas e muitas vezes é a tentativa de desarmonizar os poderes do estado. E isso, meus amigos, isto é um crime contra o estado democrático de direito. Isto só passa pela cabeça daqueles que na verdade acham que são autoridades iluminadas por uma centelha divina”.
O Planalto diz que tem votos para barrar a denúncia contra Temer, mas segue à caça de apoio, razão da reprimenda geral aos ministros convocados às pressas na noite de quarta-feira (5).
Reunião tensa. O presidente usou um tom indignado. Cobrou empenho dos ministros, sob ameaça de retaliação: ou ficam no governo e ajudam ou saem.
O tucano Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, botou a cara para defender o presidente:
“Estou no governo por força de um compromisso assumido entre o presidente Temer e o meu partido, de execução de um programa de reformas que o presidente Temer tem cumprido escrupulosamente. Os deputados situacionistas, os deputados da base do governo precisam pensar muito. Vale a pena, com base numa denúncia frágil, jogar o país num vulcão?”
Mas o ministro não expressa a opinião da maioria de seu partido. O PSDB está irritado com o tom ameaçador de Temer. O presidente em exercício do partido, Tasso Jereissati, disse que a crise está levando Temer à ingovernabilidade e considera a possibilidade de afastamento de Temer e a consequente sucessão pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Democratas.
O senador disse que Maia tem as condições de juntar os partidos ao redor de um nível mínimo de estabilidade para o país.
No PSDB, aumentou a probabilidade de desembarque do governo já na semana que vem.
“A tendência muito clara é essa. Nos últimos três, quatro, cinco dias isso evoluiu de uma maneira impressionante, que coincide com o pensamento da população brasileira. Isso significa deixar a base, não fazer parte do governo, apoiar aquilo que for responsável dentro do Congresso Nacional e buscar a estabilidade que o país precisa”, disse Tasso.
A avaliação que os líderes do PSDB e de outros partidos aliados fazem é que o problema começa no próprio partido de Temer. No PMDB, o deputado Jarbas Vasconcelos foi o primeiro a afirmar que votará contra Temer.
O presidente e o relator da CCJ também são do PMDB, mas são independentes. O Planalto os vê com apreensão. A expectativa de delações de peemedebistas, que podem comprometer o presidente e seu entorno, tem piorado o clima na base aliada.
Palacianos admitem a boca pequena que o apoio está se esfacelando a cada dia.  
Mas, no balanço da semana, Temer se apega à economia e tenta mostrar que não está cuidando só da defesa dele.
“Podem ter certeza, não estamos ocupados somente com as pedras no caminho. Estamos fazendo a tarefa de casa. Estamos fazendo a travessia. Mas os resultados positivos não param por aí. Aliás, para mim, o melhor é o retorno da confiança no país. Isso me alegra muito. Voltando a acreditar, o emprego vem na hora”.
A ordem é arregimentar parlamentares. Ministros e líderes estão fazendo verdadeira romaria na Casa Civil e na Secretaria de Governo. E já vai alta a conta, mesmo com a escassez no orçamento. Só em junho, foram liberados R$ 538 milhões em emendas parlamentares, o maior volume de 2017. Só de empenho, a promessa de pagamento, o valor chega a quase R$ 2 bilhões.
Coronel Lima
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu para o Supremo Tribunal Federal incluir no inquérito que investiga o presidente Michel Temer uma citação feita por um dos delatores da JBS.

Florisvaldo de Oliveira mencionou a entrega de R$ 1 milhão a João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima, amigo do presidente Temer.
Outro delator, Ricardo Saud, já havia declarado que a quantia fazia parte de um total de R$ 15 milhões repassados a Temer na campanha de 2014.

O JN não conseguiu contato com o coronel João Batista Lima.
O presidente Michel Temer nega envolvimento com as irregularidades
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